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Trabalho reaproveitamento

Por:   •  3/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  10.427 Palavras (42 Páginas)  •  300 Visualizações

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APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO NA COMPOSIÇÃO DE TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO.

Josiel França Penha Neto¹, Walterlanio Silva Sousa¹, Gerson Carlos Rodrigues Oliveira¹.

1-Acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Universidade Paulista, campos Brasília.

RESUMO: A necessidade de preservação e ambiental é a tendência do desaparecimento dos recursos naturais que fazem com que a área da construção civil adquira novos conceitos e soluções técnicas visando à sustentabilidade de suas atividades. Nesse contexto, a reciclagem e o aproveitamento dos resíduos de construção e demolição se destacam como alternativas alinhadas a esses novos conceitos, buscando valorizar os materiais descartados nas obras, atribuindo-lhes a condição de material nobre, ao invés de simplesmente lançá-los na natureza. Entretanto para que possa ocorrer o largo uso desse material é necessário conhecer seu comportamento ao longo do tempo. É fundamental o conhecimento das condições de uso e da durabilidade de novos materiais, sobretudo tratando-se do aproveitamento de resíduos, para que haja confiabilidade nas suas aplicações tecnológicas. Pretendeu-se, com isso, avaliar a possibilidade técnica dessa aplicação e sua influência na qualidade dos tijolos e no consumo de cimento, bem como contribuir no sentido de proporcionar uma alternativa apropriada para a destinação dos resíduos de construção e demolição. A fabricação de tijolos será dada pela mistura de solo-cimento e resíduos, em diferentes proporções, para determinar a quantidade de resíduos a ser incorporado, de forma que não comprometa as características mecânicas e de conforto térmico esperadas do tijolo, a fim de possibilitar uma

destinação ambientalmente mais adequada ao resíduo.

Palavras-chaves: Resíduos de construção civil, concreto, solo.

CONSTRUCTION WASTE RECOVERY IN THE COMPOSITION OF SOIL - CEMENT BRICKS.

ABSTRACT: The need for environmental preservation and is the trend of the disappearance of natural resources that make the construction area acquire new concepts and technical solutions aimed at the sustainability of its activities. In this context, recycling and the use of construction and demolition waste stand out as alternatives aligned to these new concepts, seeking to value the materials discarded in the works, giving them the status of noble material, rather than simply tossing them in the wild . However so you can experience the wide use of this material is necessary to know their behavior over time. Knowledge of the conditions of use and durability of new materials, especially in the case of waste recovery, so there is reliability in its technological applications is essential. It was intended, therefore, to assess the technical feasibility of this application and its influence on quality of bricks and cement consumption and contribute towards providing a suitable alternative for the disposal of waste from construction and demolition. The manufacture of bricks is given by a mixture of soil and cement wastes in different proportions, to determine the quantity of waste to be embedded, so it does not impair the mechanical characteristics and thermal comfort expected brick, to enable a destination environmentally suitable to the residue.

 Keywords: Construction waste, concrete, soil.

1-INTRODUÇÃO

De acordo com Castro (2008), o solo-cimento é o produto resultante da cura da mistura íntima compactada de solo, cimento Portland e água, em proporções estabelecidas através de dosagem e executada conforme norma da NBR 12253 (ABNT, 1992). Por ser um material abundante e de fácil obtenção na natureza, desde os primórdios da humanidade o solo vem sendo utilizado para construir abrigos eficientes contra as hostilidades do meio ambiente, sobretudo em locais onde o manuseio de rochas e madeira é difícil.

 Há mais de 3.000 anos, solos melhorados já eram usados na construção de templos na Babilônia, essa é, provavelmente, o mais antigo método popular de construção. O uso de solos em edificações foi visto desde grandes construções, como a muralha da China, com aproximadamente três mil quilômetros de extensão até habitações simples, como a Taos Pueblo no Novo México, apontada pela UNESCO como uma das favelas mais antigas do mundo e patrimônio mundial (CASTRO, 2008).  

Outra aplicação do solo como material de construção muito popular até hoje, é a taipa. No Brasil, cidades como Ouro Preto, Diamantina e Paraty têm em comum cerca de 400 anos de uso intensivo da taipa-de-pilão, do adobe, e da taipa-de-sopapo ou pau-a-pique. Os métodos de construção utilizando solo foram intensamente empregados até 1845, quando surgiu um novo material, o cimento Portland. A partir de meados do século XIX, o solo começou a ser visto como material de segunda categoria e passou a ser utilizado, quase que exclusivamente, nas áreas rurais (CASTRO, 2008).

De acordo com Grande (2003), o solo-cimento foi utilizado pela primeira vez em 1915 nos Estados Unidos pelo engenheiro Bert Reno, que pavimentou uma rua com uma mistura de conchas marinhas, areia de praia e cimento Portland. Desde então houve poucos relatos do uso desta técnica até 1935, quando a Portland Cement Associacin (PCA) iniciou pesquisas e estudos nesta área.

 Conforme Souza et al.,(2006), no Brasil, as pesquisas com solo-cimento começaram a ganhar destaque a partir da década de 1930, com a regulamentação de sua aplicação pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Em 1941 toda a pavimentação do aeroporto de Petrolina-PE foi feita com solo-cimento e em 1970 a rede pavimentada de solo-cimento no Brasil completou 7500 km. A partir de 1948 o solo-cimento passou a ser utilizado também na construção de habitações, estudo da durabilidade de paredes monolíticas e tijolos de solo-cimento incorporados com resíduo de com a construção de duas casas do Vale Florido, na Fazenda Inglesa, em Petrópolis-RJ. O bom estado de conservação destas obras após vários anos de utilização atestam a qualidade do produto e da técnica construtiva.

Segundo Grande (2003), apesar das vantagens conhecidas, no Brasil, o interesse pelo solo-cimento na construção de habitações, em substituição às alvenarias convencionais foi desaparecendo na proporção que outros materiais, na maioria dos casos industrializados, surgiam no mercado, sendo sua utilização é mais expressiva em obras de pavimentação (cerca de 90% das bases de nossas rodovias são de solo cimento compactado), reforços e melhorias de solos e, finalmente, em barragens e contenções.

  A necessidade de preservação ambiental e a tendência de escassez dos recursos naturais fazem com que a construção civil adquira novos conceitos e soluções técnicas visando à sustentabilidade de suas atividades. Neste contexto, o aproveitamento dos resíduos de construção e demolição (RCD) destaca-se como alternativa alinhada a estes novos conceitos, buscando valorizar os materiais descartados nas obras de engenharia, atribuindo-lhes a condição de material nobre. Em determinadas situações, os RCD podem ser utilizados com vantagens técnicas e redução de custos, como por exemplo, no caso da produção de tijolos de solo-cimento (GRANDE, 2003).

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