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Vanguardas Artísticas Européias: Cubismo

Por:   •  9/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.682 Palavras (7 Páginas)  •  122 Visualizações

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VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPEIAS: CUBISMO

Vanguardas, por se tratar de movimentos pioneiros, e europeias por terem origem na Europa, os movimentos artísticos-culturais ocorreram nos primeiros anos do século XX, inicialmente em Paris, lugar de onde as ideias precursoras se irradiavam para o resto do mundo ocidental. Tinham como escopo a renovação nas artes de uma forma liberal, subjetiva e com um certo toque de irracionalismo, de modo a romper com o senso estético conservador da época.

Durante séculos reinou um padrão estético chamado de mimese, que significa a cópia exata do real. Valorizava-se a ordem, a harmonia, o equilíbrio e a sobriedade das formas que perdurou por muito tempo. Até que os movimentos de vanguarda chegaram para bater de frente com isso tudo. E por trazerem novas formas de se expressar, os vanguardistas não foram bem compreendidos pelo público, por outros artistas e principalmente pela crítica.

O contexto histórico era um mundo que havia passado por diversas transformações intensas nos âmbitos social, econômico e político, principalmente por conta da Revolução Industrial de 1840, que trouxe diversas inovações tecnológicas. Além disso, algumas correntes nasceram no meio da Primeira Guerra Mundial (1914), tendo o conflito como principal forma de contextualização das obras. Ademais, a ideologia nacionalista dos movimentos fascista e nazista começava a ganhar espaço.

Olhar para a arte é sempre um bom meio de entender sobre determinada sociedade, e é bem isso que acontece quando observamos as correntes vanguardistas. O mundo passava por mudanças e os artistas refletiam isso nas suas obras, ora corroborando, ora contestando. No entanto, de alguma forma todas as vanguardas negavam a razão, a lógica estabelecida e beiravam o absurdo.

Os movimentos de vanguarda mais importantes foram o Futurismo (1909), Cubismo (1907 a 1914), Expressionismo (1912), Dadaísmo (1916) e o Surrealismo (1924).

Cubismo

Embora o cubismo recuse qualquer ascendência histórica, suas fontes primeiras são advindas das obras de Paul Cézanne, pintor pós-impressionista francês que introduziu em suas obras a distorção nas formas e os formatos bidimensionais. Para Cézanne, a pintura não podia desprender-se da natureza, muito menos reproduzi-la; e então de fato, transformá-la. Para ele a pintura necessitava conter as formas da natureza como se fossem esferas, pirâmides, prismas, cones e cilindros. Assim a representação passou a não ter nenhuma obrigação com suas formas reais, no entanto não chegavam à abstração, pois as imagens ainda permaneciam reconhecíveis.

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Figura 1: Paul Cézanne. Auto Retrato. 1873-1876. Óleo sobre tela. Museu d'Orsay, Paris.

Paul Cézanne não se tornou um cubista de fato, mas sim um percursor, que inspirou os pintores Picasso e Braque a conceberem o cubismo e serem os expoentes do movimento.

Os cubistas utilizavam pontos de vista diferentes ao mesmo tempo, buscando a simultaneidade. Formatos geométricos, sensação de pintura escultural e a superposição de partes de um objeto sob um mesmo plano com o predomínio de linhas retas, possibilitando ao espectador a visualização espacial da imagem, ou seja, o objeto pode ser visto por ângulos diversos.

Mesmo que algumas pinturas cubistas tenham tido temas convencionais como auto-retratos e natureza morta, o modo de representação da visão dos artistas sobre os objetos eram considerados bastante ousados, pois os separavam da perspectiva tradicional e da linha de contorno.

Na linguagem, o cubismo também retratou essa fragmentação e geometrização da realidade: as palavras são soltas e são dispostas no papel com o propósito de conceber uma imagem.

Ainda nos meios literários, o cubismo surgiu com o manifesto-síntese de Guillaume Apollinaire, em 1913. Apollinaire pregava a destruição da sintaxe, assim como o Futurismo era a favor da invenção de palavras e de seu uso sem preocupações com normas, do verso livre e da abolição do lirismo (estrofe, rima).

É possível dividir o movimento cubista em duas fases: Cubismo Analítico que baseou-se na fragmentação, observação e representação de um tema definido, com forte tendência no monocromatismo e o Cubismo Sintético que se baseou em técnicas direcionadas para a colagem.

Pablo Picasso (1881-1973)

Nascido em Málaga, Espanha, em outubro de 1881, Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de lós Remedios Cipriano de La Santísima Trinidade Ruiz y Picasso foi o nome completo do pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo. Filho de Maria Picasso Lopes e de José Ruiz Blasco, Pablo começou a fazer seus primeiros desenhos ainda na infância com desenho a lápis e guache, cujo tema era as touradas. Ele buscava sua expressão própria, mesmo que em suas obras fossem encontradas referências aos trabalhos de artistas consagrados. Frequentemente refazia obras famosas de Velázquez, Poussin, de Courbet, de Manet.

Durante a primeira década do século XX, o seu estilo mudou graças aos seus experimentos com diferentes teorias, técnicas e ideias.

Sua carreira pode ser classificada em períodos. Estes serão caracterizados pelas cores predominantes que marcam a transição de uma fase a outra em suas obras. As fases que se destacaram na carreira do artista foram os períodos azul e rosa.

A Fase Azul (1901 a 1904), Picasso retratou pessoas tristes e infelizes, com fortes traços de desespero e magreza, sempre com o predomínio da cor azul. Corresponde à época que passava por vários problemas pessoais, incluindo o suicídio de seu amigo Casagemas, que é retratado na tela "La Muerte de Casagemas" (1901). Figura 2.

Já na Fase Rosa (1904 a 1906), o estado emocional era outro. O pintor já havia se reestabelecido em todos os âmbitos. Muito bem instalado em Paris, Picasso se envolve romanticamente com Fernande Olivier, um dos muitos de seus amores, e passa então a pintar temas mais alegres com uma paleta rosa e de tons mais quentes. Figura 3.

[pic 2]                      [pic 3]

    Figura 2: Picasso. O Velho Guitarrista Cego.                Figura 3: Picasso. Mãe e Filho (Saltimbanco),

    1903. Óleo sobre madeira.                                            1905. Guache sobre tela.

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