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Exlusão pis e cofins

Por:   •  27/6/2017  •  Resenha  •  1.221 Palavras (5 Páginas)  •  191 Visualizações

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A literatura disponível sobre a história da Igreja católica no Brasil trata esses números como indicadores de uma expansão bem-sucedida da organização eclesiástica, dispensando quaisquer indagações acerca dos princípios e diretrizes político-institucionais que condicionaram esse processo de ocupação territorial, das características sociais e doutrinárias dessa leva considerável de dirigentes ou a respeito dos frutos materiais e políticos da gestão empreendida por esses prelados. (p. 59)

A organização eclesiástica foi inteiramente estadualizada. (p. 59)

A continuidade do esforço expansionista nos estados do nordeste deveu-se sobretudo à premência em resguardar posições num dos mais importantes terrenos de luta e concorrência no campo religioso brasileiro da época. (p. 60)

[...] a organização eclesiástica buscou fechar o cerco em torno dessas ameaças de cisma, revigorando os serviços religiosos nas regiões vizinhas de modo a prevenir surtos idênticos de heresia capazes de pôr em risco os interesses da Igreja. (p. 60)

[...] as outras oito dioceses criadas na região nordestina como que configuram uma espécie de cinturão de segurança em torno de Juazeiro. (p. 60)

[...] Crato, capital do Cariri, já era o núcleo urbano mais desenvolvido do sul cearense, verdadeira capital de uma região fértil, a doze quilômetros de Joazeiro que o padre Cícero não logrou converter em sede diocesana. (p. 64)

Afora as razões de ordem econômica, Cajazeiras e Crato se tornaram sedes diocesanas sobretudo em função dos interesses eclesiásticos empenhados em erigir frentes capazes de resistir aos avanços de Joazeiro, mas também por abrigarem, respectivamente, o seminário menor e o renomado colégio religioso do Pe. Rolim. (p. 64)

[...] razões de ordem econômica, facilidades de transporte e acesso, o dimensionamento das áreas vizinhas de influência em termos de recursos mobilizáveis em torno de recursos diocesanos também entraram em linha de conta para definição das prioridades dessa política. (p. 64)

O reparte do território paulista e da região sul de Minas Gerais constituiu, por exemplo, a resposta pronta e lucrativa da hierarquia às frentes de prosperidade impulsionadas pela expansão do café. (p. 64)

Quatro das dez dioceses mineiras do período foram instituídas em cidades incrustadas em regiões econômica dependentes da esfera de influência paulista [...] (p. 65)

As demais circunscrições paulistas e mineiras instituídas entre 1890-1930 foram sendo implantadas nos principais centros regionais, ou, então, em postos avançados das frentes de expansão econômica. (p. 65)

O reparte das circunscrições eclesiásticas expressa ainda o reconhecimento à folha de serviços prestados pelas principais lideranças do episcopado da época, refletindo o poder de pressão de que dispunham junto a seus pares, à nunciatura e ao próprio Vaticano. A margem de influência desses líderes pode ser aferida pela quantidade de promoções ao episcopado feitas sob sua chancela. (p. 66)

A expansão organizacional da Igreja tomou o feitio de um processo de “estadualização” do poder eclesiástico. Tendo perdido o status oficial de “ramo da administração pública”, [...] os detentores dos postos de decisão na alta hierarquia concentraram seus esforços e investimentos na área mais próxima de influência. (p. 67)

A política de implantação das novas circunscrições respeitou as fronteiras territoriais dos estados. Ao brandar todos os estados brasileiros com pelo menos uma diocese, a Igreja. [...] vale dizer, [...] não cerceou a concentração de recursos organizacionais [...] nos estados hegemônicos do regime republicano [...] (p. 67)

É possível identificar duas modalidades básicas de estratégias adotadas pela hierarquia eclesiástica no contexto mais geral da política de “estadualização”. (p. 67)

Naqueles estados menos importantes em termos do valor de sua contribuição econômica, demográfica e política, a organização eclesiástica buscou assentar suas possibilidades de expansão e consolidação em alianças explícitas com alguma das facções oligárquicas dominantes. (p. 67-68)

Essa tendência podia se traduzir numa aliança de prestação de serviços de que se beneficiavam mutuamente a autoridade episcopal e os chefes oligárquicos [...] (p. 68)

Em meio a conjunturas locais extremamente diversas, tais alianças garantiram o apoio institucional e financeiro às pretensões expansionistas da organização eclesiástica. (p. 68)

D. Adauto se valeu de condições excepcionalmente favoráveis para impor sua autoridade. Combateu duramente o movimento de Joazeiro e se empenhou em abortar heresias de porte idêntico em sua jurisdição. (p. 72-73)

Na conjuntura de crise eclesiástica que assolou a região nordestina em fins do século passado, em consequência dos movimentos de Joazeiro e Canudos, a gestão de D. Adauto constituiu uma reação bem-sucedida da hierarquia às sucessivas ameaças de heresia e indisciplina que estavam irrompendo no interior da própria organização. (p. 73)

[...] os integrantes da panela de D. Adauto foram selecionados em função de critérios idênticos de representatividade dos interesses econômicos, políticos e religiosos dos grupos dirigentes em nível local. (p. 73-74)

A designação de D. José Ireneo Joffily, outro protegido de D. Adauto, revela os critérios ideais de recrutamento que guiavam a seleção de nomes para o episcopado. A família do candidato em questão era fruto de um consórcio entre poderosos interesses econômicos associados à linhagem materna e um apreciável capital social e cultural amealhado pelo pai ao longo de uma acidentada carreira política e intelectual que culmina com seu ingresso nos quadros da liderança católica leiga. (p. 74)

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