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Lucro econômico, financeiro e contábil

Por:   •  9/6/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.964 Palavras (16 Páginas)  •  181 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ECONOMIA – FACE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA CLARA LIMEIRA

ANA EMILIA N. DA SILVA

ITALO CÁSSIO SOUSA

JÉSSICA SANTOS

MATHEUS TAVEIRA

INTRODUÇÃO A FORMAÇÃO DO RESULTADO E DRE

GOIÂNIA

2015

Introdução

A contabilidade é conceituada como um sistema de informações, capaz de orientar os seus usuários a tomarem decisões, apoiados em números que representam de forma fidedigna a situação financeira e patrimonial de uma entidade. Ela tem como objetivos: captar todos os fatos que estão ocorrendo, registrar esses fatos em um sistema de informação, acumular esses fatos registrados, resumir os acontecimentos em um determinado período de tempo e interpretar, de acordo com o resumo, os resultados e o processo vivenciado. Tudo isso para alcançar o seu objetivo principal, a continuidade da entidade.

Para atingir os seus objetivos, a contabilidade utiliza uma série de técnicas e são elas: a escrituração, as demonstrações contábeis, a análise das demonstrações contábeis e a auditoria. A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma das demonstrações contábeis utilizadas na formação do resultado de uma empresa e é também o foco desse trabalho.

Temos como objetivo fazer uma introdução ao tema: formação do resultado e DRE. Queremos mostrar como tal técnica começou a ser utilizada, por que ela é necessária aos usuários das informações contábeis e como ela é realizada. Enfim, de forma bem introdutória, iremos falar sobre uma das demonstrações contábeis que é de suma importância na análise financeira e patrimonial de uma entidade.

1. A evolução da conta

A contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que foram se aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje.

Com o objetivo de controlar o patrimônio, o homem primitivo buscava se organizar de maneira a contar (inventariar) seu rebanho, conforme relata Marion (2006), afirmando que o homem, por ter uma natureza ambiciosa, preocupava­se com a contagem, o crescimento, a evolução e o controle do rebanho e de sua riqueza.

Com o passar dos anos, evoluindo historicamente, a Contabilidade requereu para si a responsabilidade do controle patrimonial e, para tanto, identifica todos os fatos e atos que possam ser mensurados, e os registra contabilmente. Através destes, são elaborados relatórios que demonstram a situação e variação do patrimônio controlado.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram à conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando as relações de trabalho. A evolução histórica da contabilidade seguiu direção inevitável a um sistema de informação contábil advinda essencialmente das exigências do processo de globalização da economia.

No século XVI, o resumo de contabilidade passou a ser parte integrante do livro contábil sob a forma de Balanço Patrimonial e a Escola Alemã ou Reditualista foi à primeira escola do pensamento contábil a destacar a Demonstração do Resultado do Exercício ao Balanço Patrimonial. Nessa escola o Lucro era o fenômeno a ser observado como objeto de estudo e Eugen Schmalenbach, importante estudioso dessa doutrina, com sua Teoria Dinâmica, afirmava de acordo com Sá (1997, p.93) que “não é o balanço, mas a conta de Lucros e Perdas a quem corresponde à preferência na formalização do encerramento do exercício. É à conta de Lucros e perdas a que determina o conteúdo do balanço e não o inverso”.  E apartir de 15 de dezembro de 1976, através do artigo 187 da Lei nº 6.404(Lei das Sociedades por Ações), foi instituída a Demonstração do Resultado do Exercício.

2. Lucro

Conceituar lucro tem sido uma tarefa difícil diante das mudanças ocorridas ao longo do tempo, como por exemplo, as mutações tecnológicas, critérios contábeis passíveis de melhorias, inflação e deflação. Não se alcançou uma unanimidade, inclusive, em criar um conceito ou abandonar a idéia de fazê­lo. Sobre essa dúvida Moonitz (1962, p.180 apud CATELLI ET AL, 2001, p.81) afirmou “não estou convicto de que um declínio na importância relativa ou absoluta do conceito de lucro seja causa suficiente para seu declínio ou abandono”.Bomeli também já havia elencado pensamento similar ao de Moonitz, se preocupando com a mensuração da lucratividade e suas etapas, e também com a falta de padronização na avaliação da eficácia gerencial e os possíveis e ilusórios resultados destas advindos:

Em minha opinião, as etapas apropriadas para a mensuração da lucratividade não têm sido universal ou cuidadosamente delineadas e, como resultado, padrões para a avaliação da eficácia gerencial não estão disponíveis, investidores e credores ficam confusos à medida que eles tentam comparar o potencial de lucratividade de várias empresas, e o cálculo do retorno dos proprietários sobre seus investimentos é ilusório (BOMELI, 1961p.458 apud CATELLI  ET AL, 2001, p. 81­ 82).

Sendo assim, Catelli cita como oportuna a obra de Johnson e Kaplan, (1987 apud CATELLI ET AL,  2001, p.82) em que não há indicação ao abandono do conceito de lucro, e sim, que ele deve ser repensado e conceituado de acordo com a nova situação ambiental em que as empresas se encontram, atendendo as novas necessidades de informações gerenciais eficazes. Para Catelli (2001, p.82), “ O conceito de lucro contábil, independentemente da forma como é aplicado possui suas raízes filosóficas nos conceitos econômicos de lucro, capital e manutenção do capital ou da riqueza”,ou seja, o conceito de lucro contábil está ligado ao estudo dos conceitos econômicos de lucro, capital e riqueza e sua manutenção, pois “Enquanto capital ainda é um estoque de riqueza que pode gerar serviços futuros, lucro é imaginado como fluxo de riqueza ou serviços em excesso em relação aquele necessário para manter o capital constante” (Hendriksen, 1997, 144­145 apud CATELLI ET AL, 2001, p.8283), isto é, o excedente em relação ao que passou do capital constante. Continuando a falar sobre Hendriksen, Catelli diz que, em sua obra, o autor cita que o economista Adarm Smith definiu lucro como “a quantia que pode ser consumida sem prejudicar o capital, incluindo tanto o capital fixo quanto o capital circulante” (Catelli, 2001, p.83). Essa definição vai de encontro a outro conceito proposto por Hicks (J. R. Hicks, 1946, apud CATELLI ET AL, 2001, p.83) segundo o qual: “lucro é a quantia que uma pessoa pode consumir durante um período de tempo, estando essa pessoa tão bem no final do período como estava no início”, conceito semelhante ainda ao que foi expressado por Chang (1962, p.639 apud CATELLI ET AL, 2001, p.83): “A partir dessa noção central derivamos a definição do lucro da empresa como a quantia máxima que a firma pode distribuir como dividendos e ainda esperar estar tão bem no final como ela estava no começo.” isto significa retirar determinada quantia da empresa para dividir entre seus sócios sem que com isso seu patrimônio líquido seja reduzido.

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