O Referencial Teórico

2. Referencial Teórico

2. 1 Análise gerencial de custos

2.1.1 Custos

Custos são os gastos referentes à fabricação de um produto ou a prestação de um serviço. Através da contabilização dos custos é possível determinar o preço de venda e avaliar o desempenho da empresa para as tomadas de decisões.

2.1.1.1 Classificação do custo de fabricação

O custo de fabricação pode ser classificado como: Custos Diretos e Custos Indiretos.

Segundo Megliorini (2007) os termos direto e indireto são empregados com os seguintes sentidos:

a. Direto: a apropriação de um custo ao produto se dá pelo o que esse produto consumiu de fato. No caso da matéria-prima, pela quantidade efetivamente consumida, e, no caso da mão de obra direta, pela quantidade de horas de trabalho.

b. Indireto: a apropriação de custo ao produto ocorre por rateio, que faz com que essa apropriação seja descaracterizada como direta. (MEGLIORINI, 2007, p.9)  

Os custos também devem ser classificados como fixos ou variáveis. Os custos fixos são atribuídos a todos os gastos permanentes da empresa, sejam eles relacionados ao processo produtivo ou a manutenção da fábrica. Os custos variáveis aplicam-se aos gastos do processo de produção que, não podem ser mensurados de forma fixa, ou seja, aumentam ou diminuem conforme o volume de produção.

2.1.1.2 Desembolso

São considerados desembolsos todos os pagamentos que a empresa realiza independentemente da sua finalidade.

2.1.1.3 Despesas

Compreendem despesas como gastos necessários para o desenvolvimento operacional administrativo, financeiro e comercial da empresa. Os impostos que possuem como o seu fator gerador a obtenção de receitas e de lucros também são considerados despesas. Segundo Martins (2010) as despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que representam sacrifícios na apuração das receitas.

2.1.1.4 Investimentos

Segundo Martins (2010), os investimentos são os gastos aplicados para aumentar a produtividade ou lucros futuros. Os recursos destinados aos investimentos podem ser atribuídos à aquisição de um bem ou a especialização de mão de obra.

2.1.1.5 Gastos

É a soma de custos, despesas e investimento em um determinado período. De acordo com Martins (2010), os gastos ocorrem quando existe o reconhecimento contábil da dívida assumida pela aquisição de bens ou serviços.

2.1.2 Custeio por absorção

De acordo com Megliorini (2007) o Custeio por Absorção é a apropriação de todos os custos de produção (fixos ou variáveis) aos produtos desenvolvidos pela empresa. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos.

A principal característica deste método é a distinção entre custos e despesas. Esta separação é importante porque as despesas são “jogadas” imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento.

Os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos estarão ativados nos estoques desses produtos. Este método possibilita uma fixação de preços mais reais, pois engloba todos os custos da empresa nos custos unitários dos produtos, demonstrando índices de liquidez de uma forma mais segura. Esta metodologia segue os Princípios Fundamentais da Contabilidade e no Brasil é aceito pelo Fisco.

2.1.3 Custeio variável

“É o método de custeio que consiste em apropriar aos produtos somente os custos variáveis, sejam diretos ou indiretos.” (MEGLIORINI, 2007, p. 113).

O Custeio Variável oferece praticidade à tomada de decisão, pois, propicia à empresa as informações mais necessárias sobre um determinado período de uma forma mais rápida, já que desconsidera os custos fixos, contabilizando-os como despesas. Isto ocorre porque estes custos normalmente são repetitivos e não se integralizam aos produtos.

A utilização desta metodologia é voltada para atender a administração da empresa, pois, através do custeio variável é possível obter a margem de contribuição de cada produto e linha de produtos. Dessa forma, é possível identificar os produtos que contribuem de forma mais efetiva na lucratividade da empresa. Em contrapartida, também identifica os produtos de baixa lucratividade, indicando se a empresa deverá tomar medidas para incentivar as suas vendas ou retirá-los da linha de produtos.

Contudo, é necessário destacar que o método de custeio variável não é reconhecido pelos Princípios Contábeis, e por isso, não é reconhecido pelo Fisco. Devendo ser utilizado apenas para efeito interno da empresa.  

2.1.3.1 Ponto de equilíbrio

Segundo Megliorini (2007) Ponto de Equilíbrio é uma situação na qual a empresa não apura lucro nem prejuízo. Isto ocorre quando as receitas geradas são suficientes apenas para cobrir os custos e as despesas. A aplicação do Ponto de Equilíbrio ocorre de forma mais fácil quando se trata de apenas um produto. No caso de haver mais produtos é necessário que a Margem de Contribuição deles seja a mesma.

2.1.3.2 Margem de contribuição

Segundo Evandir Megliorini (2007, p. 114), a Margem de Contribuição é o montante que resulta da subtração dos custos e das despesas variáveis sobre o valor do preço de venda. Abaixo podemos observar a fórmula do cálculo.

                                    MC = PV – (CV + DV)        

        Onde:

MC = margem de contribuição

        PV = preço de venda

        CV = custos variáveis

        DV = despesas variáveis

Fonte: Megliorini, 2007, p. 114

2.1.3.3 Margem de segurança

De acordo com Megliorini (2007) a Margem de Segurança é a quantidade de produtos ou receitas operadas acima do ponto de equilíbrio.         

É necessário destacar que, quanto maior for a Margem de Segurança, proporcionalmente será maior a capacidade da empresa de gerar lucros. Isto assegura que a empresa não incorrerá em prejuízos.

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