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Sociologia das Organizações

Por:   •  1/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  132 Visualizações

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TRABALHO DE SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES

INTRODUÇÃO

A importância da diferença entre ter e ser

É abordada a diferença do ter e ser que de imediato não parte do senso comum, sendo o "ter" algo normal da vida, já que devemos ter coisas para desfrutá-las. Assim, a essência de ser é ter, já que para ser alguém, é necessário ter algo.

De acordo com Buda, para chegarmos ao mais elevado nível de desenvolvimento humano, não se deve ansiar por posses.

Eckhart ensinava que ter nada, sendo aberto e vazio e não tendo o eu no centro, é a forma para se ter a riqueza e a robustez espiritual. Todavia, Marx acreditava que o nosso ideal deve consistir em ser muito e não ter muito. Portanto, através do psicanalítico juntamente com o amor da vida e o amor dos mortos, apresentava o mais crucial problema da existência, demonstrando assim que o ter e o ser são de experiências fundamentais, diferenciando os caracteres dos indivíduos e dos tipos sociais.

Exemplos em Várias manifestações poéticas

Trata-se da diferença entre os modos ter e ser de existência, através de dois poemas, um deles de haiku de Basho, poeta japonês e de o outro de Tennyson, poeta inglês. Assim, diferenciam-se, pelo fato de Tennyson, reagir a flor querendo tê-la, arrancando-a com raiz e tudo, sendo a flor morta e querendo entender as pessoas e a natureza. Já a reação de Basho diante da flor é de nem mesmo querer tocá-la, querendo somente olhar cuidadosamente para vê-la, deixando-a viver e se identificando com ela.

DESENVOLVIMENTO

Erich Fromm em sua obra deixa evidenciado que devemos saber distinguir – ou usar da forma correta – as palavras “ter” e “ser”. Em um de seus trechos do livro “Ter ou Ser?, 1977”, se dissermos que “temos um problema”, em vez de “estou perturbado”, Erich destaca que:

a experiência subjetiva é eliminada: o eu da experiência é substituído por uma expressão impessoal relacionado com posse: “existe um problema que eu tenho”. Neste caso, transformei minha experiência, meu sentimento pessoal em alguma coisa que eu possuo: o problema. Mas “problema” é uma expressão abstrata para todos os tipos de dificuldades. Não posso ter um problema, porque problema não é uma coisa que possa ser possuída; ele, porém, pode ter a mim. Isto é, transformei-me a mim mesmo num “problema”, e sou agora possuído por minha criação. Esse modo de falar trai uma alienação inconsciente, oculta. (FROMM, Erich, 1977)

Pode-se observar que essas mutações afetaram também a linguagem. As modificações idiomáticas acarretaram mudanças de ênfase nos verbos "ter" e "ser", um crescente emprego de substantivos e decrescente emprego de verbos. Ao exprimir uma atividade emprega-se o "ter" relacionando-o com substantivo, emprego errôneo da língua, pois atividades não podem ser possuídas, somente vividas.

Outra situação em que o autor destaca a forma mais adequada de se usar a palavra “ter” pode ser vista neste exemplo:

Dizer “eu tenho grande amor por você” não tem sentido. Amor não é uma coisa que se possa ter, mas um processo, uma atividade íntima da qual somos o sujeito. Posso amar, posso estar amando, mas ao amar, eu tenho... nada. De fato, quanto menos eu tenho, mais posso amar. (FROMM, Erich, 1977)

Dizer que tem é dizer que possui, o sentimento de posse é o que satisfaz o homem moderno, mas não podemos ter ou possuir algo que não nos é palpável, ou como citado no poema, não devíamos pegar para nós algo apenas para saciar o nosso ego. Os versos de Tennyson deixa claro quando ele mostra que a vontade de ter a flor é tanta que o personagem acaba arrancando-a, tirando a flor de seu habitat natural, fazendo com que ela morra; a vontade de possuir e ter para si a beleza da flor, fez com que a mesma acabasse morrendo, findando, assim, a sua beleza.

OBJETIVO

O emprego dos termos "ter" e "ser" têm sido empregados de forma errônea na língua portuguesa, como apontado por Du Marais no século XVIII e por Marx e Engels no século XIX, esses últimos vão mais além, fazendo uma crítica a um pequeno ensaio de Edgar Bauer sobre o 'amor'. Marx e Engels dizem que Bauer transforma o amor em uma deusa, que é venerada e servida pelo homem, não apenas uma entidade independente (uma deusa) como algo que aprisiona a liberdade do indivíduo, tornando-o um tolo alienado.

A expressão "ter" é simples de ser entendida, uma pessoa não vive sem ter nada. Porém, isso gera uma problematização na sociedade, que fica evidente em alguns idiomas como o hebraico, onde não existe essa expressão, algo que aproxima da colocação "eu tenho", em hebraico é: jesh li, que ao pé da letra significa: é pra mim.

Diferentemente do "ter", a expressão "ser" é um pouco mais complicada de ser compreendida porque é imposta de diversas maneiras, como: eu sou alto, eu sou podre; indicando gramaticalmente a identidade do sujeito, ou: fui agredido, fui ferido, fui abraçado; identificando-se como o objeto da ação, outro emprego do

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