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A Definição do Conflito Social

Por:   •  3/2/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.411 Palavras (10 Páginas)  •  62 Visualizações

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Objetivos

Geral

  • Falar do quadro da teoria fundamental e conflito social.

Objetivos específicos

  • Conhecer o regime teórico do conflito social
  • Formas de cessação do conflito social
  • Analisar as correntes pros e contras do fundamento teórico do conflito social.

Definição do conflito social

A compreensão das fontes de conflitos pressupõe uma reflexão acerca do tema sob o olhar sociológico. A análise dos estudos sociológicos sobre o conflito abarca uma gama extensa de teorias e interpretações sobre a lógica do sistema social e de sua história. Com o intuito de sintetizar o estudo das abordagens do conflito parece interessante revisitar alguns autores e as principais correntes sociológicas: funcionalismo, interacionismo, a perspectiva do conflito e a perspectiva da ação social. Em estudo abrangente sobre as diferentes teorias sociológicas acerca do conflito, Pierre Birnbaum afirma que no âmago das mais variadas filosofias e teorias sociais do passado e do presente o conceito de conflito ocupa “quase sempre um lugar essencial”. Tal conceito, segundo esclarece o autor, “evoca as antinomias clássicas entre integração e ruptura, consenso e dissenso, estabilidade e mudança”, de modo que a oposição entre o conflito e a ordem “se inscreve no próprio fundamento do sistema social”.[1]

 Por meio do conceito de conflito, coloca-se a questão relativa à “natureza do sistema social”, assim como a “natureza da própria sociologia”. Coloca-se, ainda, o estudo do conflito desde uma abordagem sociológica que, segundo Pierre Birnbaum, de um modo ou de outro, deve buscar esclarecer simultaneamente “a lógica do sistema social e a lógica de sua história”. É através da “oposição consenso/conflito” que se chega ao cerne da teoria sociológica contemporânea onde “confrontamo-nos”, desde logo, com um conhecimento de difícil integração e “cujas interpretações, tanto funcionalistas como radicais, têm sido tão nume rosas quanto contraditórias.”[2] 

Essa é uma teoria que busca analisar o conflito como um desdobramento intersubjetivo de justiça. Partindo-se da fundamentação de Bernard Mayer, tem-se que os conflitos surgem em razão da circunstância de que alguém se sinta em atrito com outro, muito embora não haja a necessidade de esse sentimento ser recíproco (na prática, pois tal sentimento pode ser apenas um processo mental de uma das partes, sem que haja efetiva resistência conflitiva entre ambos) e nem seja reconhecido pelo outro. Isto é, segundo o mencionado autor, esse fenômeno do conflito deve ser concebido como algo “não reciprocamente percetível”. A não-reciprocidade na percepção, todavia, não significa que o conflito é apenas uma contraposição ou uma resistência intrapsíquica, fundada, única e exclusivamente, nos processos mentais do indivíduo[3].

Antônio Rodrigues de Freitas Júnior pontua que o conflito se projeta ao menos em três dimensões: cognitiva, emocional e comportamental. Desta feita, para que o conflito seja perfeito em sua constituição intersubjetiva, é necessário que ele se desenvolva, precipuamente, na dimensão objetivamente dada (comportamental). As definições até agora apresentadas são o gérmen de uma teoria do conflito, que, em sua completude, é capaz de traçar delineamentos distintivos importantes, como, por exemplo, a diferença de conflito e controvérsia, ou conflito e desajuste no relacionamento intersubjetivo. O que se urge denotar é uma predicação clara para o conflito, para assim se poder compreendê-lo de maneira mais adequada e robusta.

Correntes de conflito social segundo Max Weber e Karl Marx

Dentre os sociólogos que adotaram a perspectiva do conflito estão Marx e Weber. Ambos acentuaram a relevância das estruturas na sociedade e eram adeptos da ideia da existência de um modelo abrangente para “explicar a forma como a sociedade funciona.”, repelem a ênfase dos funcionalistas ao consenso e assinalam a “importância das divisões na sociedade”, centrando a análise em questões de poder, desigualdade e luta”. Seus pontos de vista, não raras vezes, encontram apoio em escritos de Marx ou de Weber. Na perspectiva do conflito, especialmente nas “teorias do conflito”, são analisadas, dentre outros aspectos:

  • a existência de diferentes grupos na sociedade, com distintos interesses, acarretando a luta pelos próprios interesses e dando origem a tensões que significam potencial conflito;
  •   as tensões existentes entre os grupos dominantes e os desfavorecidos na busca da compreensão quanto à forma como se estabelecem e quanto à perpetuação das relações de controle. Karl Marx, igualmente movido pela necessidade de explicar as mudanças sociais presentes na época da revolução industrial, acompanha o aumento do número de fábricas, o consequente aumento da produção industrial e o crescimento das desigualdades daí resultantes.

 Foca a maior parte de seus escritos em questões de ordem econômica, no capitalismo e na luta de classes. Para Marx, numa concepção naturalista da história, o sistema econômico está assentado na posse comum (binômio de sociedade-justiça). Mas o capitalismo é dominado pela luta de classes, uma vez que as relações entre as classes são caracterizadas pelos conflitos.

A interdependência entre os capitalistas e os trabalhadores é desequilibrada e o “relacionamento assentado na exploração Weber, como outros pensadores de seu tempo, buscou compreender a natureza e as causas das mudanças sociais da época. Trata do capitalismo moderno e das diferenças da sociedade moderna comparada a outras. Foi influenciado pela obra de Marx e também um crítico desta. Rejeita a sua concepção naturalista da história e dá ao conflito de classes um “significado menor” do que aquele atribuído por Marx. Weber é, segundo Giddens, frequentemente apontado como um dos precursores das “teorias da ação social”, com a atenção concentrada no “papel desempenhado pela ação e pela interação dos membros da sociedade” na formação das estruturas que suportam a sociedade e influenciam o comportamento humano. Diferentemente de Marx, para Weber “os fatores econômicos eram importantes, mas as ideias e valores tinham o mesmo impacto sobre a mudança social”[4].

Assim, o poder de gerar mudanças, em Weber, está nas crenças, ideias e valores, sendo importante a so ciedade centrarse na ação social (ideias e motivações) e não nas estruturas. Neste aspecto difere de Durkheim e Marx, para os quais as estruturas existiam externamente aos indivíduos ou eram independentes destes. Weber, ao contrário, entende que “as estruturas na sociedade eram formadas por uma complexa rede de ações recíprocas”[5].

O fundamentalismo da teoria de conflito social

 Marinés Suares no conceito de conflito se foca na sua conceituação como um processo interativo (que possui múltiplas possibilidades de desdobramento, pode ser progressivo, nascendo, crescendo e se desenvolvendo com o tempo; pode haver seu decaimento, por sua dissolução ou seu desaparecimento; ou ainda pode ser estacionário, quando o seu progresso estanca em alguma de suas etapas) que se dá entre duas ou mais partes. Nesse processo de conflito, o que predomina são as interações de natureza antagônica e não as de ordem atrativa. Os indivíduos que promovem sua intervenção nesse processo conflitivo o fazem como “seres totais”. Embora a autora em comento não defina bem o que é exatamente um “ser total”, pode-se tentar compreender esse termo na acepção de que cada integrante do conflito se manifesta apenas com o escopo de manter uma posição a ser defendida, independentemente do posicionamento do outro (daí a totalidade da vontade do sujeito na relação).

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