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A TÉCNICA RAPPORT NA MEDIAÇÃO

Por:   •  17/6/2020  •  Resenha  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  297 Visualizações

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INTRODUÇÃO:

Como sabemos, a mediação de conflitos é uma das melhores formas de se resolver alguns tipos de conflitos, pois utilizar-se deste tipo de solução, não será apenas beneficiar o sistema, mas sim também as parte envolvidas, onde as mesmas conseguem resolver os seus conflitos em um tempo bem menor do que a habitual.

Para que o mediador consiga o objetivo esperado da mediação, é necessário que ele faça o uso de algumas técnicas para que consiga com que as partes cheguem a um acordo ao final da sessão.

Uma dessas técnicas de mediação é a Rapport.

ORIGEM:

Rapport é uma palavra de origem francesa, que significa “trazer de volta” ou “criar uma relação”. Tem origem também na psicologia, pois é utilizada para designar a técnica de criar uma ligação de empatia com outra pessoa, para que se comunique com menos resistência.

A palavra rapport quer dizer harmonia, afinidade, concordância, sendo que está técnica é uma das mais importantes no processo de comunicação e não a mais importante a ser adotada.

CONCEITO:

Este é um tipo de mediação que em regra se dar por um vinculo de confiança entre os mediadores e as partes, ao ponto destes ficarem à vontade para exporem seus pontos de vista, assim como necessidades e interesses, objetivando solucionar o conflito em si. Neste tipo de mediação o responsável por este procedimento visa dar segurança e qualquer tipo de suporte as partes que estão envolvidas, principalmente por meio de demonstração de empatia.

Cabe ressaltar que a receptividade que ocorre por parte daquele que é responsável pelo procedimento, não deve ser confundida com tratamento parcial, pois o mediador visa buscar a confiança dos litigantes, onde ele não visa favorecer nenhuma das partes durante o procedimento.

Contudo, na mediação de conflitos, o rapport é utilizado pelo mediador no primeiro estágio do tratamento da controvérsia e tem como objetivo, promover o contato inicial com as partes; construir credibilidade; instruir as partes sobre o processo e aumentar o compromisso em relação ao procedimento.

O rapport pode ser usado em vários relacionamentos: profissionais, familiares, afetivos e demais, que envolvam a conciliação e mediação. Isso traz vários benefícios como a liberdade para que as partes enfrentem seus problemas de maneira contextualizada e os vejam como algo natural e que pode ser solucionado.

Quando o mediador utiliza essa técnica, as pessoas se sentem mais acolhidas e compreendidas, abrindo um espaço para uma eventual resolução do litígio.

TIPOS DE TÉCNICA:

ATENÇÃO MÚTUA

Nesta técnica o mediador tem o papel de escutar, prestar atenção demonstrando que o que se ouve é importante e que tem interesse em ajudar, se mostrar receptivo e atencioso, adotar uma postura neutra. O mediador deve analisar os seus argumentos que foram apresentados, fragmentar os assuntos. Desse modo, conseguirá auxiliá-las na resolução de um conflito. 

SENTIMENTO POSITIVO

Para que possa ocorrer de forma efetiva nas suas sessões o mediador deve se utilizar: A expressão facial; postura corporal; contato visual; equilíbrio emocional; comunicação verbal e não verbal; intensidade da voz; volume. Os sentimentos são revelados a todo instante na mediação, seja por meio de algo que foi dito ou ainda por gestos, posturas, comportamentos, expressões faciais ou tom de voz. O mediador de utilizar isso em seu favor para tentar entender e estabelecer uma relação de confiança com as partes e tentar identificar os interesses reais que estimularam o referido sentimento

RESPIRAÇÃO

Uma das maneiras mais eficazes de transparecer para o outro que você está o apoiando ou não é por meio da respiração. Desenvolvida no mesmo ritmo, por exemplo, revela compreensão ao que está sendo dito e sentido. Já o contrário, quando a pessoa espira de forma “fatigada” enquanto ouve, significa que não está se sentindo confortável com a situação. Isso pode ocasionar o afastamento ou a introspecção do outro. Quando realizada no mesmo ritmo, mostra a compreensão ao que está sendo falado e sentido.

EFEITOS AUDITIVOS

Isso acontece por meio da tentativa de assemelhar-se ao tom da voz da outra pessoa, utilizar a mesma linguagem verbal e seguir o ritmo da fala, além de inserir no vocabulário sotaques, gírias e demais. Podendo ter efeitos muito eficientes num diálogo.

FOCO NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

O mediador precisa estar atento ao objetivo do processo: resolver um conflito. E isso implica que ele esteja de olho em armadilhas que possam influenciar negativamente a sua concentração. “As histórias das partes podem ser entediantes, muito complexas ou confusas, as próprias partes podem estar excessivamente nervosas, muito tímidas, ou simplesmente se recusar a falar”, pontua o CNJ. Portanto, foco no objetivo.

IMPARCIALIDADE E RECEPTIVIDADE

Assegurar que as partes vejam o processo como imparcial é outro ponto fundamental para o sucesso da autocomposição. Segundo o CNJ, uma maneira de conquistar essa imparcialidade aos olhos dos envolvidos é por meio de estratégias cognitivas. “O conflito pode ser percebido como um fenômeno natural entre quaisquer seres vivos” escreve a entidade, “se o mediador buscar ouvir as perspectivas preocupandose em identificar oportunidades evitará uma postura judicatória“. E isso aumenta as chances de diálogo e acordo.

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS DO RAPPORT NA MEDIAÇÃO

Estabelecido o rapport e iniciada a comunicação, o mediador deve considerar que o conflito tem, ao menos, três faces. A primeira é relacionada às questões em si. A segunda envolve as pessoas. E a última diz respeito ao processo em si, que acompanha a maneira como as pessoas agem diante de seus conflitos. É possível perceber, portanto, que o mediador encontra uma grande variedade de opções para desenvolver a empatia e o rapport.

Para estabelecer uma comunicação eficiente, no entanto, ele deve apresentar uma comunicação clara e objetiva. A ideia é que desenvolva habilidades que o permita utilizar palavras que o caracterize como uma pessoa acessível e próxima das partes. Nesse sentido, de acordo com cada parte e com a sensibilidade do mediador, expressões mais complexas e jargões devem ser evitados. Palavras mal escolhidas podem conotar autoridade ou arrogância e, portanto, afastar as partes do processo. Isso, claro, dificulta o trabalho do mediador e pode ainda gerar a perda do controle da sessão de mediação.

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