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As Cotas Raciais nas Uuniversidades

Por:   •  13/1/2017  •  Artigo  •  606 Palavras (3 Páginas)  •  276 Visualizações

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Como citado na tabela acima, a Universidade Federal do Maranhão, adota o sistema de cotas para o ingresso, desde 2007, sempre com uma porcentagem de vagas reservadas para os que se autodeclaravam negros ou pardos. De 2007 a 2012, os candidatos autodeclarados, passavam por uma espécie de comissão, que avaliava, entre outros aspectos, o compromisso do candidato com as questões raciais, tanto dentro da própria família, quanto na comunidade, com intuito de questionar até onde o vestibulando tinha comprometimento com sua respectiva negritude.

Com o advento da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, estabeleceu-se como pré-requisito necessário para o ingresso via a ação afirmativa na UFMA, ter concluído o ensino médio em uma instituição de ensino pública, tendo em vista que normalmente, tais indivíduos tiveram uma educação básica precária, gerando assim uma dificuldade em competir por uma vaga, com os candidatos que são primorosamente preparados pelo sistema particular de ensino. A autodeclaração subjetiva, sem a avaliação de uma comissão, passou a ser a única forma de comprovação para o candidato realizar a inscrição e ingressar na universidade via cotas raciais.

A extinção da comissão avaliadora criou um grande problema, pois, qualquer pessoa pode autodeclarar-se “pardo” e matricular-se via SISU/ME (Sistema de Seleção Unificada do MEC) nas vagas destinadas para as cotas. Criou-se, por esse excesso de subjetividade, algo que é costumeiro no Brasil, a corrupção. Surgiram os ditos “afroportunistas” ou “afroconvenientes”, que são os indivíduos que entram nas vagas destinadas pela política de cotas raciais a quem realmente precisa, desvirtuando o verdadeiro propósito de diminuição de distancias entre brancos e negros no ambiente acadêmico e posteriormente no mercado de trabalho.

Porém, os problemas não são extintos com o ingresso na universidade. Os alunos cotistas enfrentam dificuldades maiores no decorrer do curso. Por um processo histórico, a população negra sempre foi afastada do ambiente universitário, por uma série de fatores, que tem um dos como principais, a necessidade de se afastar dos estudos para trabalhar e ajudar a família. Em muitos casos, os estudantes que entram na UFMA via a politica de cotas, são os primeiros membros de suas famílias a ingressar no ensino superior. Por causa dessa dificuldade, muitas vezes financeira, os estudantes tem sua permanência interrompida, por não conseguir bancar a alimentação, transporte, livros e outros acessórios necessários à continuidade do curso. Projetos de uma espécie de bolsa-permanência, sempre foi almejado pelo NEAB, mas ainda está na fase de elaboração.

Com relação ao desempenho dos estudantes, mensurados na forma de coeficiente de rendimento, a comparação entre os estudantes ingressos pela ampla concorrência e os alunos cotistas, é possível verificar resultados quase iguais, que é algo louvável, pois como colocado anteriormente, os universitários que entraram pelas vagas das políticas de ações afirmativas, além de uma educação básica deficitária, tem uma bagagem cultural bem inferior aos alunos ingressos por ampla concorrência, que em sua maioria, provém de famílias de classe média e alta, e são preparados quase a vida toda para a universidade. Na tabela 1, segue os dados de coeficiente de rendimento, de dois dos cursos tidos como de maior prestígio que a sociedade hodiernamente elege, que são os cursos de Medicina e Direito.

UNIDADE

CIDADE

CURSO

GRAU ACADÊMICO

TURNO

DESCRIÇÃO

SOMA COEFI.

COEFI. MÉDIO

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

Deficiente

40,8629

6,81048

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

E.Pública

291,0423

7,27606

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

Índio

96,9909

6,46606

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

Negro

945,6067

7,10982

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

Sem Cota

617,3141

7,91428

CCSO

SÃO LUÍS

DIREITO

Bacharel

Matutino

Universal

1769,8515

7,69501

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

Deficiente

60,6183

7,57729

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

E.Pública

362,7471

7,55723

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

Índio

142,8967

7,93871

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

Negro

1031,4703

7,47442

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

Sem Cota

456,1687

7,73167

CCBS

SÃO LUIS

MEDICINA

Bacharel

Integrado

Universal

1823,4935

7,75955

Fonte: Departamento de Organização Acadêmica (DEOAC)

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