Como a Política interessa a todos e cada um

Texto: RIBEIRO, João Ubaldo. “1 - Que coisa é a Política”; “2 - Como a Política interessa a todos e cada um”, em Política: Quem manda, Por que manda, Como manda. Ed. Nova Fronteira, 1998; pp. 13-31

        No presente texto, o qual se refere a “Que coisa é a Política”, a priori João Ubaldo Ribeiro define política como sendo a execução de poder que traz consigo inúmeros efeitos. Afirma também, que o exercício de poder é algo de difícil compreensão e que envolve não só vários detentores que exercem o poder, como também, relaciona os autores do ato de poder com os que foram afetados por ele. Tendo essa definição de política como algo genérico, ele questiona sobre qual é o conceito de “ter poder”, a qual não pode ser indicada apena pelo fato de estar inserido em um cargo.

Uma melhor compreensão sobre o poder é obtida através da ação e da execução, em que se analisa a realidade do ato. Para os americanos a explicação de “poder” se dá através da influência na conduta dos indivíduos, o que não esclarece exatamente esse conceito, porém, traz uma ideia da relação de política e poder (RIBEIRO, 1998, p. 14). Com isso, o ato político se resume em uma parte que quer uma determinada modificação em algo e outra que executa, ou seja, faz com que esse interesse se torne uma decisão efetiva. Assim, política corresponde a concepção e veredito efetivo.

Em síntese, política pode ser estabelecida pelo que diz respeito a quem decide (minoria), e quem acata essa decisão (maioria), podendo ser até obrigatória. Vale ressaltar, que a política já foi considerada uma arte pelo fato de exigir uma vocação diferenciada de quem a pratica, também já foi considerada uma ciência, pela possibilidade de comprovação científica a que diz respeito ao comportamento dos homens, como também já foi chamada de filosofia, pois os quesitos filosóficos são muito importantes para o futuro da humanidade.

Por fim, a política se destaca por ser uma área que se propõe a buscar de todas as formas a gestão da corporação a qual pertencem. Além disso, ela é inevitável na vida das pessoas, pode-se dizer que tudo pode ou deve ser relacionado a política, claro que, dizer não se importar com a política não significa ser “apolíticos”, mas sim fechar os olhos para realidade e fazer o que queremos e não o que devemos.

Com base na segunda parte do texto, “Como a Política interessa a todos e a cada um”, o autor ressalta como as maneiras de exercer o poder podem ser um tanto quanto complexas, ele traz um exemplo referente ao preconceito, o qual aderimos, resultando em modificação de nossa conduta, fundamentando de acordo com as conjunturas, diversas práticas do mesmo (RIBEIRO, 1998, p. 17). Ele afirma que, tudo ou quase tudo a nossa volta pode ser relacionado a processos políticos, desde a mais simples das situações até as mais complexa delas.

Em seguida, o autor afirma que se dizer “apolíticos” significa apenas a falta de interesse que temos para com o mundo, tudo que acontece a nossa volta, já o político conservador, diz respeito a uma pessoa que não “liga” para política, não sabe o quão importante ela é em nossa vida e não tem ciência do dever de todos para com ela. Ele também define o jogo de poder como sendo uma discussão para chegar a uma conclusão, por exemplo, a divisão de papeis em uma peça teatral, é considerado um miniprocesso político.