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DAS SENZALAS ÀS FAVELAS: POR ONDE VIVE A POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA

Por:   •  15/6/2020  •  Artigo  •  687 Palavras (3 Páginas)  •  409 Visualizações

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DAS SENZALAS ÀS FAVELAS: POR ONDE VIVE A POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA

Duane Brasil Costa e Uly Castro de Azevedo

Desde a colonização brasileira que os portugueses começaram a trazer para o brasil negros e negras africanas para serem escravizados no país. Entretanto, a Inglaterra percebeu que precisava de mais pessoas brasileiras para comprar os produtos exportados por eles, dessa forma, passou a pleitear a libertação dos escravos perante as autoridades. Nos anos de 1845 e 1850, foram instauradas as leis Bill Aberdeen e Eusébio de Queirós.

Contudo, a população não-negra começou a se preocupar, visto que se continuassem vindo muitos escravos para o brasil, futuramente a população negra se tornaria o maior segmento populacional no país. Posteriormente surgiu a Lei de Terras, que dispôs sobre a venda, posse e utilização de terras, como resposta da elite aos escravos que acreditavam que teriam acesso a todos os direitos de cidadãos brasileiros. Após essa lei, o preço das terras aumentou, de forma que inviabilizou a posse de terras por pessoas de baixa renda e escravos recém libertos.

No ano de 1871 houve a Lei do Ventre Livre e no ano de 1885 houve a Lei dos Sexagenários, entretanto, tais leis não eram de fato efetivas para a abolição da escravidão. No dia 13 de maio de 1888, com a promessa de abolição definitiva da escravidão de africanos e afrodescendentes, surgiu a Lei Áurea, que assim como as outras leis, não foi efetiva de fato, tendo em vista que os escravos libertos não tinham condições dignas de vida, pois não tinham para onde ir e também não tinham dinheiro. Desta forma, muitos continuaram trabalhando nas fazendas em condições precárias; outros formaram quilombos, que eram os locais, geralmente afastados, onde abrigavam escravos negros e índios fugidos ou libertos; e, muitos foram para os centros urbanos, nos chamados cortiços, transferidos posteriormente às favelas.

Alguns escravos encontraram trabalhos temporários e, mesmo com o baixo salário, conseguiram arcar com suas despesas. A baixa remuneração, fez com que os negros conseguissem condições de moradia em locais periféricos. A medida em que as cidades foram crescendo, os espaços da cidade passaram a ter cor e classe social. Conforme Carril (2006, p.17), “estudos sobre o crescimento da cidade de São Paulo mostram como a população ficava mais escura a medida em que se afastava em direção à periferia”.

No final do século XIX, a mão de obra negra passou a ser substituída pela mão de obra branca imigrante, dando mais força à teoria de branqueamento populacional, de forma que o negro assumia mais uma vez a condição de invisibilidade social. Desta forma, pode-se perceber que a abolição no Brasil foi inacabada.

Durante o período pós-escravidão, a solução encontrada pelos descendentes de escravos e escravos libertos, foi a moradia em favelas e cortiços. Os cortiços se originaram dos grandes casarões que serviam de moradia para pessoas ricas durante o Império. Estes casarões, que durante o Império eram ocupados por uma só família, passaram a ser ocupados por dezenas de famílias no período pós-escravidão. Logo, os cortiços podem ser associados às senzalas, tendo em vista suas características em comum, como condições de vida precárias e espaço multifamiliar, fato que facilitava a propagação de doenças.

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