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Gênero e Sexualidade

Por:   •  21/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.030 Palavras (17 Páginas)  •  212 Visualizações

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Gênero e Sexualidade

Junho/2018

Disciplina: Fundamentos de Sociologia

Equipe:

João Felipe de Cerqueira Júdice Tavares

Lélio Russell de Moura Rocha

Moab de Morais Lopes

Pedro Henrique Monte Guedes


1. Diferenças de gênero

É de suma importância, antes de tudo, fazer a distinção entre sexo e gênero. Sociólogos se utilizam do termo sexo para se referirem às diferenças físicas do corpo de uma pessoa, ou seja, sua anatomia. Já o gênero se entende pelas diferenças psicológicas, sociais e culturais existentes entre cada indivíduo do sexo masculino e do sexo feminino.

Entrando no mérito da diferenciação de gênero, existem três teorias usadas por sociólogos para os diferenciar, são eles: os que defendem uma base biológica, os que defendem a socialização do gênero e os que defendem o sexo e o gênero como algo socialmente construído.

1.1. Gênero e Biologia: diferença natural

Existem estudiosos que defendem que a diferença de comportamento humano entre homens e mulheres provém da genética, o que implica dizer que a desigualdade entre os gêneros é algo natural. Muitos investigadores não concordam com essa percepção, pois dizem que o nível de comportamento agressivo do homem, por exemplo, varia bastante de cultura para cultura. Os que defendem essa teoria partem seus estudos de comportamentos animais e primitivos, em vez de partirem dos indícios antropológicos e históricos sobre o comportamento humano. Outro ponto é que o fato de ser um comportamento universal, não significa que ele é biológico.

Esta teoria não conseguiu ganhar forças e fundamentos para provar o seu ponto.

1.2. Socialização do gênero

Outra teoria que aborda compreender as origens das diferenças de gênero é o estudo da socialização de gênero. Esta teoria se baseia no fato de que o gênero é construído a partir do aprendizado que uma pessoa tem através das instituições ou agentes sociais, como a família e os meios de comunicação. Nesta abordagem a criança nasce com o sexo biológico e desenvolve o gênero social, elas adoptam e interiorizam as normas e expectativas sociais que correspondem ao seu respectivo sexo biológico, ou seja, as diferenças de gênero são geradas culturalmente, e essas diferenças existem por causa dos papéis diferente que os homens e mulheres são socializados.

Meninos e meninas são guiados neste processo por meio de recompensas ou restrições, esta forma de aprendizado faz com que eles sigam os comportamentos que lhe são desejados ter pela sociedade, se um indivíduo tem práticas diferentes às do seu sexo biológico, é um comportamento desviante.

Muitos críticos dizem que este processo não é harmonioso, pois os diferentes agentes podem entrar em conflitos de ideias e também porque a esta teoria ignora a capacidade dos indivíduos de rejeitar ou modificar as expectativas sociais que envolvem seus papéis sexuais. Porém não se pode descartá-la totalmente, pois muitos estudos indicam que as identidades de gênero são, em certa medida, fruto das influências sociais.

1.3. A construção social do gênero e do sexo

Diferentemente da teoria da socialização onde o sexo é fruto biológico e o gênero fruto da aprendizagem cultural, esta teoria diz que se deve considerar tanto o sexo como o gênero como fruto cultural e social. O próprio corpo humano está sujeito a forças sociais que o modificam de diversas formas. Indivíduos podem escolher reconstruir seus corpos conforme sua vontade, recorrendo à dieta, atividade física, tatuagens, piercings, cirurgias plásticas e até mesmo operações de mudança de sexo.

2. Perspectivas sobre a desigualdade de gênero

Tendo em vista que o conceito de gênero é atribuído socialmente, é necessário perceber que em praticamente todas sociedades o gênero é uma forma de estratificação social. O gênero é fator crítico na estruturação dos tipos de oportunidades e das hipóteses de vida que os indivíduos e os grupos enfrentam, que influencia também nos papéis sociais que irão desempenhar nas instituições sociais. Os papéis dos homens são muito mais valorizados do que os das mulheres em quase todas sociedades, na maioria das culturas o homem assume o papel e responsabilidade de sustentar a família enquanto a mulher tem o papel de educar os filhos e cuidar de afazeres domésticos, o que levou os homens e mulheres a terem oportunidades e cargos desiguais.

2.1. Abordagens funcionalistas

A abordagem funcionalista vê a sociedade como um sistema de partes interligadas que, quando em equilíbrio, funcionam de modo harmonioso para gerar solidariedade social. No que tange as perspectivas funcionalistas sobre gênero, é dito que as diferenças de gênero contribuem para a estabilidade e integração social. Esta perspectiva já teve grande apoio, porém é fortemente criticada por motivos óbvios de negligenciarem as tensões sociais em benefício do consenso e por espalharem uma visão conservadora e atrasada do mundo social.

Os teóricos da escola das diferenças naturais costumavam concordar com essa abordagem, pois diziam que a mulher, por ser biologicamente mais disposta, deveriam se concentrar nos trabalhos domésticos enquanto os homens trabalhavam fora de casa. Na visão do funcionalista Talcott Parsons, uma divisão sexual do trabalho bem definida seria mais eficiente para o funcionamento de uma família.

2.2. Abordagens feministas

O movimento feminista criticou arduamente os funcionalistas, principalmente as ideias de Parsons. Movimento que busca ultrapassar essas desigualdades e não as explicar. Mesmo que concordem com os problemas das mulheres na sociedade, há vários argumentos que se divergem.

A) Feminismo liberal: Não concebem a subordinação das mulheres como parte de um sistema ou estrutura maior, se concentram nos fatores que proporcionam a desigualdade entre homens e mulheres. Elas preocupam-se com o sexismo e com a discriminação das mulheres no local de trabalho, nas instituições educativas e nos meios de comunicação, ou seja, concentram suas energias para que se possa ter iguais oportunidades para as mulheres através da legislação e outros meios democráticos

B) Feminismo radical: Creem que os homens são responsáveis pela exploração das mulheres e se beneficiam desse fato, ou seja, determinam que o patriarcado, domínio sistemático dos homens sobre as mulheres, é a questão principal para este ramo do feminismo. Concentram em dizer que a família é uma das principais fontes de opressão das mulheres na sociedade. Outras apontam a violência como principal fator no patriarcado, a objetificação da mulher e os conceitos de beleza. A igualdade só será possível através da extinção do patriarcado.

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