Karl Marx - Crítica ao capitalismo

Crítica à economia capitalista contemporânea

a partir da teoria de Karl Marx

A acepção básica da teoria marxista diz que não é a consciência do homem que determina o ser, mas sim, o ser social que determina sua consciência.

Em sua teoria, Marx dizia que o homem dependia de sua condição de classe social, em que o homem estava condicionado ao modo de produção e à forma política em que a sociedade se organizava para produzir.  Esse fato está presente na sociedade contemporânea, já que a classe social do indivíduo determina seu modo de vida.

Sendo assim, todo homem é produto de seu tempo histórico, ou seja, a consciência é o próprio tempo, motivo que explica porque nenhum homem está acima da produção política do seu tempo e das ideologias da época, pois as mesmas criam uma consciência coletiva difícil de ser combatida.

Segundo Marx, os homens se organizam politicamente com o intuito de produzir bens de consumo, em que o papel do Estado é possibilitar a organização do modo de produção e essa mesma organização é quem define a riqueza ou a pobreza de acordo com as classes que são defendidas, motivo pelo qual a burguesia detinha a propriedade.

A história da sociedade mostra as diversas transformações em sua forma de organização da produção, sendo a última a mais importante de todas as formas, o modo de produção capitalista.

O capital é o grande mecanismo desse modo de produção capitalista, pois parte significativa provém do capital, e outra, provém através da produção. Karl Marx critica exatamente esse modo de produção que teve início com o crescimento econômico da classe burguesa culminando na Revolução Industrial no séc. XVII.

O filósofo fez a mais rigorosa crítica ao capitalismo, propondo a mudança do mesmo para o Socialismo. Segundo o marxismo, o capitalismo baseava-se na propriedade privada, como terras, fábricas, bancos e empresas que em geral pertenciam à burguesia. Essas empresas visavam o lucro através da Mais-Valia, ou seja, processo de exploração da mão de obra assalariada utilizada na produção de mercadorias visando apenas o lucro da burguesia sem remuneração ao trabalhador (trabalho abstrato). A economia capitalista era baseada no mercado, nas leis de oferta e procura.

Contudo, Marx defendia o socialismo, contrapondo totalmente aos ideais capitalistas da época. No socialismo, a propriedade seria coletiva, ou seja, o povo trabalhador passaria a ser dono de tudo, conhecida como socialização. Assim sendo, o proletariado trabalharia para a sociedade, e consequentemente em benefício próprio. Nessa corrente, o objetivo da economia seria o Bem Comum e o bem-estar da coletividade, tornando assim, a economia planificada pela sociedade.

A teoria marxista ainda influencia o capitalismo contemporâneo, pois apesar do mesmo ter sofrido diversas mudanças ao longo do tempo, ainda possui características semelhantes ao início desse processo, tais como o Exército de Reserva dos Trabalhadores; Mais-Valia e Alienação que permeiam a economia capitalista atual.

Mais-Valia

A Mais-Valia consiste no processo de exploração da mão de obra assalariada utilizada na produção de mercadorias. Esse processo serviu para ilustrar a base do sistema capitalista, conhecida também como Extração da Mais-Valia, que fazia a captação do trabalho excedente apropriando seu lucro para o capitalista. Esse trabalho é extraído da produção e finalizado na esfera da circulação (mercado), onde ocorre a realização do lucro.

Esse processo de Mais-Valia pode ser compreendido em:

Absoluta: Ocorreu no início da manufatura, baseada na extensão da jornada de trabalho, ou seja, o capitalista aumentava a carga horária do trabalho abstrato (sem remuneração), aumentando a extração de trabalho e o seu lucro. Porém há contradições no sistema econômico capitalista:

• Lucro versus salários: quanto mais os capitalistas gastam com salários menor são seus lucros, mas ao mesmo tempo, quanto menos eles gastam, menor a capacidade de consumo dos trabalhadores em geral, o que diminui o consumo e, com ele, os lucros.

Relativa: Ocorreu com o avanço tecnológico, baseado na renovação e incremento tecnológico, aumentando a produtividade e o trabalho excedente. Porém, esse processo também possui contradições, como:

• Lucro versus avanço tecnológico: para aumentar seus lucros os capitalistas têm de investir em melhorias tecnológicas,porém, ao fazê-lo, eles diminuem o número de trabalhadores, aumentando o desemprego e, com isso, diminuindo as vendas e, portanto, suas próprias possibilidades de lucro.

Esse processo de Mais-Valia está presente na economia capitalista contemporânea, visto que os capitalistas exploram a mão de obra excedente visando apenas o lucro.

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