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Marx - sociedade capitalista de seu tempo.

Por:   •  8/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.088 Palavras (9 Páginas)  •  552 Visualizações

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Objeto de análise: a sociedade capitalista de seu tempo.

Percebeu que havia um processo histórico em curso que enquanto levava a burguesia à condição de classe dominante, expropriava dos trabalhadores manuais seus instrumentos de produção e seus saberes (que eram transmitidos com zelo, de geração para geração, durante séculos na ordem feudal).

Objeto de estudo: os Modos de Produção

Pensamento de Marx:
- analítico: pretende ver a realidade como ela é;
- normativo: vislumbrar como a sociedade deveria ser.

Lei da História: O que move a história é a luta de classes (lutas entre as classes sociais)
- a história humana é a história da relação dos homens com a natureza e dos homens entre si tendo como intermediário, o TRABALHO humano (o homem vive através do seu trabalho).
- Para melhor desincumbir-se de sua tarefa de produção da vida material o homem desenvolveu instrumentos de trabalhos (sem separar trabalho manual de reflexão intelectual). Desenvolveu, assim, as “forças produtivas”.

As forças produtivas - condições materiais de toda produção (tecnologia, divisão técnica do trabalho, processos de produção, tipos de cooperação, qualidade dos instrumentos, das matérias-primas que conhecem ou dispõem e também suas habilidades e saberes), sendo:
• objetos (matérias primas)
• instrumentos (ferramentas, máquinas)
• homem (principal elemento das forças produtivas - responsável pela ligação entre a natureza, a técnica e os instrumentos).

O conceito de forças produtivas pretende, pois, exprimir o grau de domínio do homem sobre as condições naturais. As forças produtivas não são estáticas, não cessam nunca (inventou-se a roda, a faca, o computador). A evolução das forças produtivas muda o modo de produção (saiu do feudal p/ o capitalista, etc, logo, o capitalismo não é a última forma de produção).

No entanto, o trabalho não é uma atividade isolada. Ao mesmo tempo em que o trabalho é o intermediário da relação do homem com a natureza ele é, também, o intermediário da relação dos homens uns com os outros. Os trabalhos que são obrigados a desenvolver para sobreviver dita o modo pelo qual as sociedades humanas se estruturam Ao produzir, os homens entram em contato uns com os outros e essa interação lhes confere uma dimensão social. 

A divisão social do trabalho não é simples divisão de tarefas. É também a expressão da existência de diferentes formas de propriedade no seio de uma sociedade, num dado momento histórico. As relações de propriedade, por sua vez, dizem respeito aos tipos de relações sociais predominantes numa sociedade a partir dos tipos de propriedades vigentes.

Para Marx, isto significa uma separação básica: meios de produção de um lado e o trabalho de outro – no processo de divisão do trabalho nem sempre os homens que possuem os meios para realizar o trabalho trabalham e nem sempre os que trabalham possuem esses meios.

As relações de propriedade, portanto, são a base das desigualdades sociais (existem homens que trabalham para os outros, não tendo os meios de produção, e homens têm os meios de produção e podem fazer com que outros trabalhem para si). A esses modos específicos de organização do trabalho e da propriedade Marx deu o nome de “Relações Sociais de Produção”.
Modo de Produção: conjunto total das forças produtivas em cada época histórica, sob o controle dos homens que vivem nessa época + as relações sociais de produção (modo como os homens assumem o controle sobre as forças produtivas, ou seja, as relações de propriedade). 

Grandes transformações pelas quais passou a história da humanidade: transformações de um modo de produção a outro. 
- Modo de produção escravista antigo (Grécia e Roma)
- Modo de produção feudal (mundo medieval)
- Modo de produção capitalista
A cada modo de produção correspondem diferentes estágios de desenvolvimento das forças produtivas e diferentes formas de organização da propriedade (relações sociais de produção).
Dessas diferentes relações de propriedade, ou seja, da posição dos homens com relação às formas de propriedades vigentes num dado modo de produção é que surgem as classes sociais.

Quando as forças produtivas não conseguem se desenvolver sob as relações sociais de produção
vigentes, abre-se um período de convulsão social, no qual as relações de propriedade vigentes são contestadas (a classe oprimida/dominada se insurge contra a dominante). Por isso, Marx e Engels vão afirmar que: o que move a história é a luta de classes.
CONCEITO DE PRÁXIS: ação política consciente (tomada de consciência da condição de dominado). 

As formas de consciência:

O trabalho e a reflexão do homem são faces da mesma moeda ao longo da história. As idéias, as concepções sobre como funciona o mundo, são representações que os homens fazem a respeito de suas vidas, do modo como as relações aparecem na sua experiência cotidiana. Essas representações são, portanto, aparência. Para Marx essas representações implicam, num primeiro momento, numa falsa consciência, numa consciência invertida, pois se prendem à aparência e não são capazes de captar a essência das relações às quais os homens estão de fato submetidos. 

Exemplo: No capitalismo existem os proprietários dos meios de produção (as fábricas, as máquinas e a própria força de trabalho do trabalhador). Estes são os burgueses. E existem aqueles a quem não resta outra alternativa de vida a não ser vender o único bem de que dispõem: sua força de trabalho em troca do pagamento de um salário.

No entanto, na cabeça dos homens que vivem sob esse sistema, isso é percebido, no plano das idéias, como algo normal, natural. Ao trabalhador parece natural que certas pessoas tenham que trabalhar em troca de um salário para viver, como se isto sempre tivesse existido e como se tivesse que continuar existindo para sempre.

Esse indivíduo não vê a sociedade capitalista como uma sociedade historicamente construída pela luta entre uma classe com intenção de ser classe dominante e outras classes, que acabaram sendo submetidas a esta classe dominante, transformando-se em proletariado. 

À medida que o tempo passa e a sociedade capitalista se estabiliza, ela é percebida pelas pessoas, na vida cotidiana, como a única possível. Assim como em outros tempos, a sociedade feudal, por exemplo, foi percebida pelos homens como a única sociedade possível...

Diferença entre Durkheim e Marx: 
- Para Durkheim, a sociedade prevalece sobre os indivíduos (a consciência coletiva prevalece sobre a individual);
- Marx mostra que o caráter coercitivo e dominador não se manifesta igualmente por parte “da sociedade em geral”, sobre todos os indivíduos indistintamente, mas de uma classe social dominante sobre a outra que se torna dominada (e que esta situação não está ali desde que o mundo é mundo, mas que ela foi criada pela luta histórica entre as classes sociais).

Marx afirma que, se as relações de dominação existem em toda e qualquer sociedade é porque elas são socialmente construídas e, portanto, podem ser transformadas (desde que os homens tomem consciência da sua condição de dominados – o que não acontece no universo cotidiano)...

Por que isso acontece: Os trabalhadores foram duplamente expropriados pelos capitalistas, isto é: foram subtraídas deles duas coisas: os meios de produção da vida material e o saber do qual dependia a fabricação de um produto e a própria posição social do artesão. Eles eram auto-suficientes e passaram a se tornar dependentes dos capitalistas. (Não detêm mais os meios de produção e tiveram suas capacidades de trabalho reduzidas a tarefas simples e parciais). 
A percepção dessa expropriação e o entendimento de suas conseqüências ficam comprometidos. Os indivíduos só aprendem que devem trabalhar para receber o salário e viver. Existem as fábricas e seus donos e quem não é dono deve trabalhar para quem é. Nesse sentido, o trabalho é percebido como algo que não pertence ao ser humano. 

O trabalhador foi separado do controle autônomo que exercia sobre o seu trabalho e também do fruto do seu trabalho. Assim o trabalho é visto como algo fora de si, que pertence a outros (e o trabalho historicamente é a categoria central de organização social que relaciona os homens com a natureza e com os outros homens)...

A essa separação, Marx dá o nome de alienação. Por causa do trabalho alienado a que estão submetidos, os homens adquirem uma consciência falsa do mundo em que vivem, vêem o trabalho alienado e a dominação de uma classe sobre a outra como fatos naturais e, assim, só têm conhecimento da realidade aparente... não do real.

A isso Marx chamou ideologia (sistema ordenado de idéias, de concepções, de normas e regras que obrigam os homens a comportarem-se conforme a vontade do sistema) e os leva a acreditar que estão se comportando segundo a sua vontade. Resultado da coerção da classe dominante... O que impera é a ideologia da classe dominante (reproduzida pelas instituições em geral).

A exploração econômica e opressão política sempre existiram, mas no capitalismo o trabalhador não se dá conta dessa dominação (o máximo que reivindica é melhores salários e melhores condições de trabalho).

Para Marx e Engels, a relação de assalariamento é sempre injusta porque separa o trabalhador do resultado do seu trabalho o que o aliena e o descaracteriza como ser humano já que a ideologia o impede de perceber que a concepção de mundo que impera é a da classe dominante que ele assume como se fosse sua. [ A suprema ironia do capitalismo é que o dominado pensa com a cabeça do dominador e não se dá conta disso ].

Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, mas apenas uma parte dele. A outra parte é apropriada pelo capitalista que se transforma em lucro (conceito de MAIS VALIA).

Para Marx e Engels, chegaria um momento em que o desenvolvimento das forças produtivas, no capitalismo, entraria em contradição com as formas capitalistas de propriedade o que levaria a uma revolução social e política. Aí entra sua utopia: esta revolução daria origem a uma nova sociedade, sem exploradores nem explorados, sem alienação e sem ideologia, sem classes sociais e sem Estado (para Marx e Engels, o Estado é uma manifestação das relações de classe e deixaria de existir quando as classes não existissem mais). [CONCEITO DE DIALÉTICA]

Nessa nova sociedade seria: “de cada um de acordo com a sua capacidade e a cada um de acordo com a sua necessidade”.

A transformação se daria pela PRÁXIS: tomada de consciência da condição de dominado. 

INFRA-ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA:

• O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção forma a infra-estrutura de uma sociedade, que é a base sobre a qual se constituem as demais instituições sociais.

• Porém, segundo a concepção materialista da história, na produção da vida social os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma material (econômica) e que vêm a ser:
a) as ideologias políticas
b) as concepções religiosas
c) os códigos morais e estéticos
d) os sistemas legais, de ensino, de comunicação...
e) o conhecimento filosófico e científico,
f) as representações coletivas, etc.
Este conjunto é chamado de superestrutura ou supra-estrutura.

A DIALÉTICA 

“O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está”. (Brecht)

“A dialética é a ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo quanto do pensamento humano”. (Engels)

Os três momentos da dialética:
• Identidade: tese
• Contradição ou negação: antítese
• Positividade ou negação da negação: síntese

Exemplo: Relação senhor x servo (tese); da contradição entre essas classes (antítese) derivou a síntese do capitalismo que, por sua vez gerou a contradição entre capitalista e operário cuja síntese seria o socialismo.

A ALIENAÇÃO E IDEOLOGIA

A alienação tem origem na vida econômica: quando o operário vende no mercado a força de trabalho, o produto que resulta do seu esforço não mais lhe pertence e adquire existência independente dele (o produtor não se reconhece no que produz). O homem se “reifica” e se produz o “fetichismo” da mercadoria (já que não reconhece como sociais os frutos de seu trabalho).

O trabalhador não se reconhece no produto que criou, em condições que escapam de seu arbítrio e às vezes até à sua compreensão, nem vê no trabalho qualquer finalidade que não seja a de garantir sua sobrevivência (“para ele a vida começa quando terminam essas atividades, à mesa de sua casa, no banco do bar, na cama”). Não participam, assim, de maneira consciente nesse processo, por ser “uma produção alienada”, ou seja, que não leva em consideração as suas necessidades de realização pessoal e de bem estar.

Alienação da produção: Taylorismo/Fordismo (separa o planejamento da execução; trabalho dividido em tarefas);
Alienação no consumo: consumo de massa; as necessidades são artificialmente estimuladas – principalmente pelos meios de comunicação (onde a produção é alienada o consumo tende a ser alienado);
Alienação no lazer: a indústria do lazer orienta as escolhas e os modismos; manipula o gosto determinando os programas que os indivíduos devem fazer. 

A ideologia impede que o trabalhador tenha consciência da própria submissão (camufla a luta de classes, representando a sociedade como harmônica). A ideologia faz com que os homens não reajam à dominação.

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