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Mulheres Encarceradas – Maud Fragoso de Albuquerque Perruci

Por:   •  27/10/2015  •  Monografia  •  1.006 Palavras (5 Páginas)  •  449 Visualizações

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Faculdade Anhanguera

Tamires Carvalho

Rejane Brahm

Ficha de leitura

Mulheres Encarceradas

Pelotas, RS

2015

Mulheres Encarceradas – Maud Fragoso de Albuquerque Perruci

A bibliografia “Mulheres Encarceradas” trata de um livro com entrevistas, pesquisas de campo dentro de presídios, na época como Colônia Penal Feminina e também o manicômio de Pernambuco, frequentados apenas por mulheres de diversas classes sociais, cores, idades entre outros fatores. A colônia era administrada por irmãs católicas, que uma de suas funções era escolher as atividades para cada uma das condenadas.

A história trata de fatos reais em uma colônia em Pernambuco, apresentada por meio de uma dissertação, em setembro de 1980. Aonde analisavam casos de presidiárias, desde sua escolaridade, meio econômico e social, vida familiar, e também suas índoles, para assim criar uma linha do tempo de como se procediam aos crimes. Estudaram o meio carcerário, as medidas possíveis de ressocialização, prevenção a reincidência e aspectos adotados pelo país na época.

Um dos casos relatados por uma condenada demonstra um dos principais aspectos discutidos dentro da bibliografia, que é o fator econômico, como a miséria que a maioria vivia, geralmente com famílias grandes, sendo a maioria analfabeta, vivia na maior parte em área rural e acabavam migrando para área urbana na maioria das vezes, em busca de melhores oportunidades que proporcionassem uma estabilidade econômica.

Outro dos casos relatados por uma das condenadas demonstra como se inseriam dentro da prostituição, algumas por meio de amizades, por verem suas amigas sempre com dinheiro e bem vestidas, já outras através de seu próprio companheiro, tratando-se de  um chamariz para elas, por se tratar de dinheiro de fácil acesso e pouco trabalho.

“Em nenhum dos casos ora estudados, os distúrbios fisiológicos e mentais foram os agentes causadores da prostituição. Não negamos, entretanto, que existam prostitutas portadoras de distúrbios fisio-mentais ou que existam fatores psico-patológicos que agravem as condições que impelem à prostituição. Estamos apreciando aqui os casos encontrados e, entre estes, só lidamos com condenadas física e mentalmente sadias que exerciam a prostituição na época do crime. Por outro lado, as causas econômico-sociais parecem ser as mais importantes para a explicação do fenômeno da prostituição e, realmente, são essas as causas mais frequentes, dos casos ora estudadas”. (p. 92)

A condição da mulher naquela época na sociedade já mostrava a dominação do homem sobre a mulher, em vários fatores que prosseguiram até a sociedade atual.

“Ao desnudar o problema, o capitalismo cria também condições de protesto e, talvez, de solução dentro do contexto mais amplo do jogo das classes sociais. Aliás, essa marginalização da mulher existe, em maior ou menor escala, em todas as partes do mundo atual, mesmo naqueles países onde a filosofia social oficializada prega a absoluta igualdade sexual na repartição das tarefas sociais”. (p. 70)

A faixa etária variava bastante, nos arquivos da própria fundação que funcionou de 1945 até 1979, havia mulheres de 18 a 22 anos, e na segunda faixa etária variava de 23 a 27 anos, e dentro dos crimes mais cometidos era comum o de lesão corporal e homicídio.Sendo os crimes realizados todos em sua maioria por instrumentos do meio de trabalho das condenadas,como;faca, foice, punhal, tesoura, enxada, apenas dois dos casos estudados foram realizados através de revólver,confirmando ainda mais o aspecto econômico que se tratava de baixa renda das condenadas.

“Examinando-se cada caso particular, vemos que não é a falta de instrução, isoladamente considerada, que tem influência na criminalidade, mas toda situação ou uma série de circunstâncias, o meio ambiente, as insuficiências pessoais, as carências sociais etc; em última análise, a falta de instrução é um dos efeitos de tudo isso. Daí o porquê é muito difícil determinar o limite preciso da influência da falta de instrução na criminalidade”. (p. 94)

A colônia de Pernambuco oferecia as condenadas determinados trabalhos para possuírem alguma renda na época ainda a moeda era cruzeiro, como trabalhar na cozinha, costureira, maquinas de embalagem, fabrica de macarrão entre outras atividades todas escolhidas pela Madre, que era a diretora da Colônia. O trabalho com os botões era o que pagava melhor as condenadas, mas elas tinham que ser escolhidas diretamente pela Madre para ocupar essa função. Pois muitas das condenadas tinham filhos ou parentes do lado de fora, que acabavam mandando alguma contribuição em dinheiro. Um das condenadas inclusive entregou o seu filho para uma das funcionárias da Colônia, que o cuidava e levava para visitar a sua mãe, então condenada.

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