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Mídia e criminalidade

Por:   •  16/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.228 Palavras (21 Páginas)  •  238 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE DIREITO – RCG

CRIMINOLOGIA

ANA CAROLINA SANTIAGO DE LIMA  

ELIAS ALVES DE CARVALHO FILHO

JOÃO ANTÔNIO DE CARVALHO

                            Relação paradoxal entre mídia e criminalidade

Uma coisa imposta e não discutida pelos meios de comunicação.

Cidade de Goiás

2015

DIREITO - CRIMINOLOGIA

1º SEMESTRE 2015 – UFG

Alunos: Ana Carolina Santiago De Lima,

Elias Alves De Carvalho Filho,

João Antônio de Carvalho.

        Professora: Erika.        

                  Relação paradoxal entre mídia e criminalidade

Uma coisa imposta e não discutida pelos meios de comunicação.

O surgimento da criminalidade em nossa sociedade não é contemporânea, uma vez que  os delitos e as práticas criminosas ocorrem há muito tempo atrás, antes mesmo do surgimento dos meios de comunicação midiáticos que apenas aceleraram a divulgação dos fatos ocorridos e inseriram notícias cada vez mais trágicas em lares brasileiros com velocidade e com um teor mais acentuado. Há vários anos, a criminalidade existe em nosso país e o sensacionalismo das notícias vinculadas a criminalidade se tornaram a chave para os meios de comunicação conquistarem popularidade e ter boa aceitação pelos consumidores os telespectadores e ouvintes.

        Percebe-se que existem vários fatores que influenciam na transmissão da notícia e o principal deles é o econômico, que vai gerar mais audiência e que vai atrair maior quantidade de publicidade, dando “peso” a informação e assim gerando uma alienação social, ficando cada vez mais claro a influência capitalista no meio social gerador de informação, e cultura, a seleção de imagens e roteiros que vão aumentar a audiência e está claramente relacionado ao fator econômico, ensina Betch Cleinman:

“Não devemos olvidar que existe uma concorrência selvagem entre os veículos de comunicação pela conquista dos mesmos “clientes”: anunciantes e público consumidor. A partir da lógica de mercado dominante, informação passa a ser um bem informacional, uma mercadoria. A busca do aumento da audiência e de circulação, a necessidade de atingir o maior número de pessoas, resultam na simplificação e esquematização de temas complexos, na consagração de uma visão maniqueísta do mundo. Além da questão mercadológica, essas escolhas editoriais também são pautadas pela hegemonia atual da televisão sobre os outros meios, o que implica a construção de narrativas baseadas na emoção e na força das imagens. Para esse jornalismo de resultados, saber, conhecimentos, reflexão, entendimento, atividades que exigem um tempo que não pode ser comparado ao dinheiro, transforma-se em meros figurantes. O protagonista é a notícia que vende, que mantém uma marca em evidência.” (CLEINMAN,Betch. Mídia, Crime e Responsabilidade. Revista de Estudos Criminais, Sapucaia do Sul, v.1, n. 1p.97.)

A sede pela informação não está apenas na sociedade que busca os meios de difusão de conhecimentos para alimentar a fonte de notícias na sociedade, mas também pela mídia que vê a notícia como “de primeira”, e “segunda linha” a que dará maior número de audiência e atrairá maior grupo de pessoas sintonizadas no mesmo programa gerando o capitalismo midiático, assim surgindo a necessidade de segmentar a intervenção realizada pelos meios de comunicação de massa que abrange milhões de pessoas que na maioria das vezes omite a verdadeira realidade em nome do sensacionalismo e do interesse em colocar a criminalidade como a principal preocupação da sociedade, assim alimentando a cadeia capitalista referenciada anteriormente.

Além disso, a mídia faz uma separação da sociedade entre quem são os “cidadãos de bem” e os indivíduos do “mal”, assim a própria mídia se institui entidade julgadora e partidarista, acusando, julgando, condenando e divulgando apenas as notícias que desperta no meio social e o que mais faz a apreensão da atenção da população é a criminalidade, segundo Carnelutti:

“Os jornais ocupam boa parte das suas páginas para a crônica dos delitos e dos processos. Quem as lê, aliás, tem a impressão de que tenham muito mais delitos que não boas ações no mundo [...] Se dos delitos e dos processos penais os jornais se ocupam com tanta assiduidade, é que as pessoas por estes se interessam e muito; sobre os processos penais assim ditos célebres a curiosidade do público se projeta avidamente. E é também está uma forma de diversão: foge-se da própria vida ocupando-se da os outros; e a ocupação assume o aspecto do drama. O problema é que assistem ao processo do mesmo modo que deliciam o espetáculo cinematográfico, que, de resto, simula com muita frequência, assim, o delito como o relativo processo”. (CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. Traduzido por José Antônio Cardinalli. 6.ed. Campinas: bookseller, 2005.p.12)

        Ficando claro neste trecho, o fato dos noticiários narrarem mais acontecimentos relacionados à criminalidade transformando a mídia em um setor capitalista que vende a informação e que consegue vender as notícias com maior “credibilidade” e, com teor de verdade, sobressai na frente dos demais programas de comunicação, alimentando o meio capitalista, pois 94,5% dos lares brasileiros possuem televisores atendendo todas as classes sociais repassando as informações em todo o seio social. A criminalidade trabalhada pela mídia não é a com maior evidência na sociedade, como demostra os dados do Ministério da Justiça:

“Fica evidente que o maior número de crimes registrados pela polícia – casos de furto e de lesões corporais – é o que recebe menor atenção dos veículos de comunicação. Por outro lado, embora os casos de homicídio digam respeito apenas a 1,7 % dos crimes registrados pela Polícia, eles são responsáveis por mais de 40 % das matérias sobre crimes.” (JUSTIÇA, 2005, p. 12).

A partir desse trágico contexto social abordado anteriormente, percebemos neste rastro o grande crescimento dos vetores criminais, que são transmitidos pelos meios de comunicação, que prospera com essa trágica notícia cometida por uma pequena classe social criminalizada e torturada diariamente pelos meios de comunicação disponíveis e de maior acesso em nosso país, que cria e transmite suas “verdades” que são recebidas de forma desesperada pela sociedade, e esse poderoso canal disponível é denominado de mídia.

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