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O FEMINISMO E A CONSTRUÇÃO DO GÊNERO

Por:   •  25/5/2021  •  Artigo  •  3.434 Palavras (14 Páginas)  •  146 Visualizações

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FEMINISMO E A CONSTRUÇÃO DO GÊNERO DENTRO DA SOCIEDADE

FEMINISM AND THE CONSTRUCTION OF GENDER WITHIN SOCIETY

Andréia de Souza Santos[1]

RESUMO: O tema geral deste trabalho é sobre o movimento feminista e a discursão do gênero. Tendo em vista o movimento feminista e a história das mulheres, especialmente a partir das últimas décadas do século XX. Este trabalho tem como objetivo apresentar a ligação do movimento feminista e a construção do gênero na sociedade. Mas, também apresentar que a construção do gênero dentro da sociedade está em constante debate e não foi ainda concluída. Este movimento, é conduzido por mulheres a partir do final do século XIX que cansaram de viver em uma sociedade comandada por homens, e terem seus direitos reprimidos. Assim, inicia-se o movimento feminista, na luta pela igualdade de direitos sexuais, e do trabalho. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, construída com base teórica nos estudos de, Iara Bongiovani Heleieth Saffioti (2015), Judith Butler (2003), SCOTT, Joan Wallach (1994), Carla BassanezI (1997) dentre outros.

Palavras-chave: Feminismo; Movimento feminista; Gênero; Preconceito.

ABSTRACT: The general theme of this work is about the feminist movement and the gender discourse. In view of the feminist movement and the history of women, especially from the las decades of the twentieth century. This work aims present the connection of the feminist movement and the construction of gender in society. But also to present that the construction of gender within society is in constant debate and has not yet been concluded. This movement is led by women from the end of the 19th century who grew tired of living in a society run by men and had their rights repressed. Thus, the feminist movement begins in the fight for the equality of gender rights and of work. The methodology used was that of bibliographic review, built on a theoretical basis in the studies of, Iara Bongiovani Heleieth Saffioti (2015), Judith Butler (2003), SCOTT, Joan Wallach (1994), Carla BassanezI (1997) among others.

Key-words: Feminism; Feminist movement; Gender; Prejudice.

A luta feminista

O movimento feminista, tem início a partir da busca por diretos iguais aos dos homens, como trabalhar, redução na jornada de trabalho, liberdade sexual, dentre outros. A partir do seu surgimento foram observados, vários movimentos feministas, e grupos de mulheres que atuavam politicamente, ambos com o mesmo ponto em comum, eram movidos pelo questionamento acerca da divisão entre homem e mulher, no que diz respeito aos papéis sociais.

“Negando o social como naturalmente dado, as mulheres recusam-se a se constituir num “segundo sexo”, no “sexo frágil” por excelência. Afirmam-se como o sexo, mas em sua singularidade irredutível. A mulher se descobre ou se quer, como sujeito de seu próprio corpo, de sua sexualidade, de sua vida – o que produz as mais diversas consequências políticas, econômicas, culturais. O feminismo arroga para as mulheres um espaço exclusivo de atuação política, de luta por seus interesses percebidos como específicos” (FRANCHETTO; CAVALCANTI; HEILBORN, 1981, p. 16).

Mesmo após todas as conquistas das mulheres, o êxito ainda não estava completo, pois ainda faltava o reconhecimento social e financeiro, com algumas exceções. A confiança conquistada pela mulher, ainda não é o suficiente no âmbito profissional, um exemplo disso é a diferença de salários, mesmo que a mulher desempenhe a mesma função que os homens, a remuneração ofertada é muito inferior. Este é um exemplo do preconceito, que infelizmente ainda é exercido sobre a figura da mulher, refletindo um exercício cultural da sociedade brasileira. Isso remete a uma sociedade, que é estruturada a partir da distinção dos sexos e não do desempenho profissional (GARCIA, 2015).

O número de mulheres, que alcançaram cargos de chefia em empresas altamente hierarquizadas ainda é inferior de homens que ocupam os mesmos cargos, além do salário ser menor. O acesso a determinados cargos apresenta muitos obstáculos para as mulheres, pois, a princípio, são “lugares” destinados aos homens (GARCIA, 2015). Ainda que a mulher possua qualificação profissional suficiente para estes cargos, alcançar essa colocação parece ser uma utopia. Leitão (1988) afirma que:

O avanço da participação feminina no trabalho aumenta consideravelmente, porém a posição real da mulher não é das mais promissoras. Apesar de encontrar-se aberto para ela o mercado de trabalho, ainda é considerada mão-de-obra de reserva. Mesmo quando possui qualificação profissional, é induzida a exercer profissões femininas (cf. Isto não é serviço para mulher) e os cargos mais importantes ainda são reservados aos homens. Até hoje impera o preconceito de que as mulheres foram feitas para desempenhar tarefas secundárias (LEITÃO, 1988, p. 74).

Outra importante luta da mulher na área profissional é contra o desrespeito. Inúmeras são as queixas das mulheres em relação a forma desrespeitosa com que muitas vezes são tratadas no trabalho, tanto por seus colegas homens ou mesmo pelo chefe. Existe um forte costume cultural, que associa a figura da mulher a sua beleza, elegância e sensualidade, características que qualificam a mulher como apenas um ser estético. Já ao homem é reservado a qualificação da inteligência (GARCIA, 2015).

Na luta pelos direitos sexuais, o movimento feminista, que reivindica os direitos reprodutivos da mulher, enfrenta uma barreira imposta por uma sociedade conservadora, que reage em nome da religião. Nas palavras de Luna (2017):

Ironicamente essa “volta dos que não foram” se refere a posições conservadoras tradicionalmente hegemônicas na sociedade brasileira, mas que se explicitam quando desafiadas pelas pautas defendidas por outros grupos de atores sociais (LUNA, 2017, p. 8).

O cenário que presenciamos é um conflito entre a instituições religiosas, que assume uma postura conservadora, e os grupos de defesa de diretos humanos, que se envolvem em várias disputas públicas em relação a questões sobre a reprodução, sexualidade, o aborto, o uso de contraceptivos e da diversidade sexual (NARA, 2017).

Ao revisar os fundamentos históricos e epistemológicos acerca do conceito sexual e de reprodução, o que encontramos são diversas críticas, que questionam o discurso dos direitos, como sendo uma linguagem indeterminada, tendência individualista e a presunção de universalidade. Corrêa (1996) argumenta, que não se trata de abandonar o discurso de direito, e sim uma reconstrução deste discurso de forma que possibilite especificar as diferenças de gênero, classe, cultura dentre outras, com intuito de reconhecer as necessidades sociais (CORRÊA, 1996).

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