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O caso dos exploradores de floresta

Por:   •  26/9/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  187 Visualizações

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O caso dos Exploradores de Cavernas  trata-se de uma estória fictícia ocorrida em princípios de maio do ano de 4299, onde cinco membros da sociedade Espeleológica, uma organização amadorística de exploração de caverna, adentraram no interior de uma caverna localizada no Planalto Central de Commonwealth e ficando presos devido a um desmoronamento de terra bloqueando a única saída do local. Como a vítima Whetmore e os acusados não retornaram para casa, as famílias deste último informaram ao secretário da Sociedade Espeleológica sobre o não regresso do grupo. Destarte com a informação deixada pelos exploradores sobre a localização da caverna equipes de socorro foram rapidamente enviadas ao local. A partir daí começou um longo, oneroso e difícil trabalho de resgate, no qual um enorme campo de trabalhadores, engenheiros, geólogos e outros técnicos, foi instalado no local. Porém o trabalho de resgate por muitas vezes foi interrompido por novos deslizamentos de terra, bloqueando mais ainda a entrada da caverna, no qual por consequência, houve a morte de dez operários que se encontravam ali.  

No vigésimo dia após o incidente, soube-se que os exploradores tinham levado consigo um rádio transistorizado capaz de receber e enviar mensagens. Foi providenciado rapidamente um aparelho semelhante para estabelecer a comunicação com os exploradores que se encontravam presos dentro da caverna. Em seu primeiro contato com o mundo exterior perguntaram quanto tempo seria necessário para tira-los dali os engenheiros responsáveis pelo resgate responderam que precisavam de pelo menos dez dias se não ocorresse novos deslizamentos. Como já se esgotavam seus mantimentos perguntaram se havia alguém no acampamento para informa-los se conseguiriam sobreviver sem alimento por mais dez dias, obtiveram como resposta do presidente da comissão que havia escassa possibilidade de sobrevivência pelo determinado tempo de dez dias. Após um longo período de oito horas de silêncio Roger Whetmore falando em seu nome e em representação dos demais indagou aos médicos se eles seriam capazes de sobreviver por mais dez dias se se alimentassem da carne de algum dentre eles, o presidente da comissão respondeu, a contragosto, em sentido afirmativo. Whetmore ainda fez mais uma pergunta; se seria aconselhável que tirassem a sorte para determinar qual deles deveria ser sacrificado, porém ninguém se dispôs a responder, todos se omitiram perante a pergunta feita. A partir deste momento não se receberam mais mensagens de dentro da caverna.

Quando libertados no trigésimo segundo dia após o incidente soube-se que no vigésimo terceiro dia após a entrada na caverna, Whetmore tinha sido morto e servido de alimento aos demais. Nas declarações dos sobreviventes constatou-se que foi Whetmore quem propôs um sorteio, por lances de dados, para a escolha de quem seria sacrificado e servir de alimento. Whetmore tendo-lhe sido adversa a sorte, foi então morto.

Após os quatro sobreviventes terem passado por tratamentos para desnutrição e choque emocional foram denunciados pelo homicídio de Roger Whetmore, declarados culpados em primeira instância e condenados a pena de morte pela forca. Destarte os acusados recorreram da decisão a Suprema Corte de Newgth passando a ser analisado e julgado por cinco juízes membros desta corte, os senhores Truepenny, Foster, Tatting, Keen e Handy. Tais juízes em seus votos tiveram diferentes posicionamentos perante a este caso, bem como da lei a ser seguida.

A começar pelo Presidente da Corte, o Senhor Juiz Truepenny, no qual em seu relato minucioso do caso em questão, manteve a decisão do Tribunal de primeira instância, onde foram condenados os réus. Não obstante apoiou o pedido feito pelo júri em conjunto com o juiz de primeira instância pedido que a sentença fosse comutada, pois no seu ponto de vista, o princípio da clemência seria apropriado para mitigar os rigores da lei, realizando desta forma a justiça sem debilitar a letra ou o espírito da lei e sem alentar à sua transgressão.

Foster J., juiz da mesma corte, espanta-se com o posicionamento do Presidente do Tribunal considerando a solução proposta como sórdida e simplista por não se tratar apenas do julgamento de um caso, mas da própria lei quanto a seus objetivos. Para ele os réus são inocentes, pois o direito positivo incluindo todas as suas disposições legisladas e todos os seus precedentes, seria inaplicável neste caso, por ter um de seus requisitos a possibilidade de coexistência dos homens em sociedade, fato ocorrido de forma contrária no caso em questão, pois os acusados estavam presos dentro de uma caverna fora de um estado de sociedade civil estando, portanto, em um estado de natureza e que por este motivo a lei civil não poderia ser aplicada, mas sim a lei natural.

O juiz Tatting critica veemente o posicionamento de Foster, alegando que ao analisar o voto deste último encontrou diversas contradições e falácias, como no momento exato em que os réus se encontravam em um estado de natureza, se foi quando a entrada da caverna se fechou ou quando a ameaça de inanição atingiu um grau indefinido de intensidade ou quando o contrato para o lanço de dados foi celebrado. Diante disso, Tatting revela-se profundamente envolvido emocionalmente no caso mostrando-se confuso em relação a este. Por este motivo abstém-se da decisão deste caso.

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