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PSICOLOGIA DO DIREITO - PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO

Por:   •  23/2/2016  •  Seminário  •  1.504 Palavras (7 Páginas)  •  491 Visualizações

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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO

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Psicologia do Testemunho

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Rubia Paula Dias da Silva – Professora Especialista na Área de Psicologia

Cruzeiro-SP

2015

Unidade 10:

PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 

  • Noções gerais sobre fatores capazes de influenciar o modo de percepção de determinado acontecimento;
  • Influência da tendência afetiva presente no processo da percepção;
  • Fatores que influenciam o ato de expressão do testemunho.
  • Diferenças essenciais entre o testemunho por relato espontâneo e o obtido por interrogatório.
  • Análise das classes mais importantes de perguntas empregadas nos interrogatórios judiciais.
  •  Influência do tipo de personalidade na classe do testemunho.

O testemunho de uma pessoa sobre um acontecimento qualquer depende essencialmente de cinco fatores:

  •  do modo como percebeu esse acontecimento;
  •  do modo como sua memória o conservou;
  •  do modo como é capaz de evocá-lo;
  •  do modo como quer expressá-lo;
  •  do modo como pode expressá-lo.

Os estudos experimentais mais antigos foram os dedicados às condições em que se efetua a percepção dos fatos a testemunhar.

Começou-se com o método quantitativo e tentou-se estabelecer:

Começou-se com o método quantitativo e tentou-se estabelecer:

  • qual o grau de intensidade devia atingir um estímulo para poder chegar a determinar uma percepção;
  •  qual era a diferença mínima que devia existir entre dois estímulos para dar lugar a duas percepções diferentes.

A seguir, adotou-se o critério qualitativo e determinou-se:

  • de que maneira podia ser alterada uma percepção por outras sensações coexistentes ou anteriores (contraste e adaptação);
  • em que condições e em que proporções se associam as diferentes percepções do mesmo território sensorial e até que ponto diferem de uma pessoa para outra;
  • quais são os tipos individuais de percepção.

Com respeito à memória, em suas duas fases (de conservação e de evocação) realizam-se também estudos quantitativos e qualitativos. Os estudos quantitativos tenderam a estabelecer as denominadas “curvas do esquecimento” (processo natural de embotamento das lembranças) e as “curvas de repressão”, ou seja, o esquecimento forçado que se observa nas lembranças emocionais.

Já os estudos qualitativos  tendiam a estudar as deformações de ambas as classes de lembranças, de máximo interesse forense, pois conduzem, como se compreende, a declarações de boa-fé, mas errôneas.

        Fatores capazes de influenciar o modo de percepção de determinado acontecimento

        Toda percepção, por simples que seja, é algo mais do que a soma de um conjunto de sensações elementares.

        Um fator importante que condiciona a precisão e a extensão da percepção é o grau de fadiga psíquica em que se encontre o indivíduo perceptor.

        Deste ponto de vista demonstrou-se que uma mesma pessoa tem variações horárias de sua capacidade de apreensão de estímulos. Geralmente, esta é maior pela manhã do que à noite.

Eis alguns resultados concretos das experiências realizadas acerca da fidelidade das percepções:

  •  Para a percepção geral de uma situação estão mais capacitados os homens que as mulheres, mas estas, porém, percebem com mais exatidão os detalhes que aqueles.
  •  Os termos inicial e final de uma série de acontecimentos costumam ser percebidos melhor que os intermediários.
  •  As impressões ópticas podem ser testemunhadas em igualdade de condições, com maior facilidade que as acústicas; com respeito às impressões procedentes dos restantes territórios sensoriais, são reproduzidas muito vagamente e, por conseguinte, é preferível recorrer sempre que se possa ao seu reconhecimento.

Influência da tendência afetiva presente no processo da percepção

        Nem sempre as relações entre as tendências afetivas e as percepções externas são diretas, mas sim que são inversas, isto é, que não só é certo que vemos as coisas como queríamos que fossem, mas sim que em determinadas circunstâncias as vemos como queríamos que não fossem.

  •  Toda tendência afetiva poderosa é capaz de seguir um caminho ascendente e chegar às zonas de elaboração de imagens do córtex cerebral, dando então lugar à produção de uma pseudopercepção.

 

  •  Tanto o desejo positivo como o desejo negativo (medo) de que algo ocorra podem dar lugar a fazer o indivíduo acreditar que esse algo já ocorreu. Em ambos os casos cria-se o que se denominou “a sugestão de espera”, em virtude da qual a consciência antecipa o tempo e dá por acontecido o que ainda não foi ou só o foi em parte. 

Fatores que influenciam o ato de expressão do testemunho

        

Poucas pessoas são capazes de dar uma expressão exata de suas vivências ou impressões de experiência.

   

Basta dar um objeto qualquer, banal, a uma pessoa, deixá-la que o examine e pedir-lhe que no-lo descreva, para que nós, sem ver o objeto, cheguemos a uma compreensão do mesmo bem diferente de sua realidade.

E isso simplesmente porque o indivíduo não acertou em transportar para nós em palavras tudo quanto percebeu; é uma aptidão pouco frequente a que permite descrever bem.

          Apesar de tudo, será sempre preferível deixar ao indivíduo a iniciativa em suas descrições do que intervir ativamente nela sob o pretexto de ajudá-lo.

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