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Por:   •  14/6/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  291 Visualizações

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Faculdade de Pato Branco –FADEP

Disciplina: Psicopatologia I

Professora Ms.: Russélia V. Godoy

Acadêmicas: Angélica Conrado G. Ruchinski e Isabel Conrado G. Ruchinski- 6º período Matutino

Resenha Crítica do Filme Geração Prozac

Pato Branco-PR/ Setembro 2014

Geração Prozac conta a história de Lizzie Wurtzel, uma adolescente cheia de conflitos, assim como tantos outros de sua idade. Seus pais se separaram quando ela ainda era criança. A ausência do pai era vista como abandono, e sua mãe que não se casou novamente, passou a dedicar a ela toda atenção, o que mais tarde transformou-se em um grande fardo para a menina. Uma vez que a mãe não se dava conta do quanto suas cobranças em muito prejudicavam a filha Lizzie, que se retraia e se fechava cada vez mais, por achar que sua mãe esperava muito dela, e esse encargo lhe causava muito sofrimento, a ponto de fazê-la se automutilar, procurando dessa forma trocar a dor psíquica pela dor física, ou até mesmo como uma forma de chamar a atenção da mãe sobre si.

Lizzie ganha uma bolsa de estudos em Harvard fica insegura com a possibilidade de mudanças, mas a mãe insiste que esta é uma grande oportunidade e, ela aceita e vai estudar em Harvard. No início um tanto insegura, começa ali com apenas uma amiga de quarto. Nesse novo momento de sua vida, Lizzie faz novas amizades, começa a frequentar festas, fumar, experimentar bebidas, drogas, e sua rotina de vida muda, e ela passa a viver uma liberdade até então desconhecida.  

Lizzie que tinha muita facilidade de escrever começa muito bem em Harvard. Ela frequenta as aulas, escreve um belo artigo, e é apontada como ganhadora do prêmio da revista Rolling Stone, momento em que ela muito feliz diz que gostaria de esquecer tudo que aconteceu com ela antes, e se fosse possível, congelar aquele momento.

        A relação conturbada de Lizzie com sua mãe e a lembrança permanente da ausência do pai em sua vida, faz com que ela seja uma pessoa difícil no  relacionamento com as pessoas. Em alguns momentos ela se mostra distante, indiferente, e às vezes agressiva como fazia com Ruby, a colega de quarto. Assim, a maneira que ela encontrava para expressar, o que parecia lhe consumir por dentro - (seus sentimentos), era através do que escrevia.

        Analisando essa atitude de Lizzie oscilando entre sentimentos ora de indiferença, ora de agressividade, às vezes depressiva, mas frequentando as aulas, escrevendo e se reunindo com amigos nas festas, mostra a rotina de uma adolescente com regularidade. Dentro dos critérios de normalidade, é possível encaixá-la no critério de normalidade como ausência de doença, pois ela não é portadora de nenhum transtorno mental definido. Nesse caso, define a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas sim, por aquilo que ela não é, ou seja, pelo que lhe falta.

        Porém, na cena em que Lizzie deixa de sair com Ruby para começa a escrever o artigo que ela prometeu entregar para seu editor em até uma semana, ela vai para casa, senta-se e começa a escrever, parece que as ideias fluem com facilidade, uma vez que ela gosta do que faz, e tem uma abrangente intimidade com as palavras. Nesse ponto, utilizando dos critérios de normalidade, pode-se dizer que ela vive uma normalidade funcional.  Todavia passa a ser patológico no momento em que ela começa a sentir dificuldade para colocar no papel suas ideias. Fica angustiada, porém, decidida a continuar, afirma para si mesma que pode, e vai conseguir de volta sua capacidade de escrever.

  Ela se desespera, pois percebe que está repetindo frases, que não completa o pensamento, e continua assim, buscando, insistindo por dias e noites, tentando, porém sem êxito, pois tudo parece em vão, nada conclui, tudo parece confundir em sua mente. As palavras se perdem nada se completa. Ela tenta uma infinidade de vezes achar em sua mente as expressões/palavras para dar continuidade em seu artigo, mas parece que tudo se perde em seu raciocínio, que naquele momento se mostra comprometido pelo uso excessivo de álcool, e drogas, o que levou Lizzie a ficar depressiva, ter insônia e até esquecer-se de sua higiene pessoal.

Nesse momento ela demonstra grande sofrimento, pois escrever é para ela uma forma de externar seus sentimentos, de se expressar, seja em forma de histórias, poemas ou artigos. E essa angustia e sofrimento de Lizzie, faz com que seus amigos também sofram e se preocupem com ela. Assim considera-se fenômeno como patológico, a partir do momento em que é disfuncional, provocando sofrimento para o próprio indivíduo, no caso da própria Lizzie, bem como para os seus amigos.

Na cena em que lizzie encontra com Rafe, e de forma desequilibrada discute e o acusa de veyour , ele a deixa dizendo que não quer viver daquele jeito, ela demonstra sentir um grande desespero causado pela perda que acabara de sofrer, vai procurar a Dra. Sterling, e narra para esta, o que aconteceu porém de forma descontrolada acusa a Dra. por tê-la incentivado a procurar o Rafe dizendo que isso iria lhe fazer bem. E gritando lhe diz veja o que aconteceu? E fala da dor maldita que está sentindo. A médica continua procurando acalmá-la, dizendo que continua achando que às vezes as coisas doem mais, antes de sentir a melhora, e a aconselha a fazer uso do medicamento, para que ela adquira alguma perspectiva e não perca o controle. E Lizzie inicia o tratamento, e depois de alguns dias começa a mostrar resultados, que fazem com que ela volte a viver uma normalidade, mesmo com ela afirmando que parece que essa pessoa que ela vive, não é ela, pois sabe da personalidade emocionalmente afetada que possui, e que nesse momento ela esta se vivendo como uma pessoa que faz a coisa certa, e diz a coisa certa, mas que essa pessoa não é ela. Que isso é efeito da medicação. A médica lhe diz que o remédio está apenas lhe dando ar para respirar, deixando assim a ideia de que com tempo ela encontrará o equilíbrio, mas sem forçar, diz que a escolha é dela.

Neste caso, dentro dos critérios de normalidade, foi possível utilizar a Normalidade como processo, considerando os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial das desestruturações ocorridas no momento das crises vividas por Lizzie, que pode ocorrer em certos períodos etários como na adolescência. E também das reestruturações que começavam a delinear nessa nova etapa da vida de Lizzie, onde as pessoas passaram a perceber nela, mudanças que demonstravam mais serenidade em seu agir, mesmo que tais mudanças nela percebidas fossem feitas inicialmente através do uso do medicamento.

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