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Tráfico de seres humanos

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Por:   •  8/12/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.867 Palavras (12 Páginas)  •  292 Visualizações

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Trafico de pessoas

TRÁFICO DE PESSOAS – A CRIMINALIDADE SOB A OTICA DA SOCIEDADE GLOBALIZADA E SUA DISCURSÃO NA TELEDRAMARTURGIA.

TRÁFICO DE SERES HUMANOS: UM CRIME IGNORADO

Dentre os comportamentos mais aberrantes e aterradores que afetam a natureza humana está a capacidade de alguns indivíduos dedicarem-se à macabra tarefa de transformar o seu semelhante em mercadoria. O tráfico de gente, ou tráfico humano, para objetivos como prostituição, trabalho escravo e contrabando de órgãos tem se acentuado, em meio a um silêncio inexplicável das pessoas, principalmente dos setores formadores de opinião.

Em meio a temas banais, e a enfoques de enredos envolvendo intrigas e disputas românticas, surge uma novidade na teledramaturgia brasileira. A novela que passou na rede Globo, “Salve Jorge”, em meio à mesmice citada acima, insere a discussão sobre o terrível tráfico humano. Embora não seja novidade no cinema, é um assunto inédito nessa área.

O que a telenovela assinada pela dramaturga Glória Pérez aborda não é ficção. Pode-se dizer que é uma ficção baseada em fatos realmente existentes. Até porque uma das personagens inspira-se em um caso ocorrido e noticiado, porque na vida real a pessoa que a inspirou faleceu como consequência das condições em que vivia. A personagem de Carolina Dickman reflete o drama de uma jovem goiana morta por overdose de drogas na Espanha, em situação criada por quadrilhas de traficantes de pessoas.

O comércio de seres humanos não se resume ao tráfico de mulheres para prostituição. Embora esse seja o mais evidente e o de maior lucratividade. Mas entra também nessa contabilidade criminosa crianças, também para exploração sexual, mas principalmente para tráfico de órgãos, bem como seres humanos em geral que são traficados para trabalhos escravos, ou análogo à escravidão, em atividades como comércio, indústria e agropecuária.

Esse tema já foi também explorado em filmes, como “Tráfico Humano”, originalmente uma mini-série produzida em 2005 e com ótimo elenco. Embora longo, com 176 minutos, é extremamente forte, com cenas impactantes que nos deixa refletindo sobre o submundo criminoso que só existe porque a sociedade na qual vivemos cria demandas para isso. Afinal, trata-se de um comércio, macabro, ilegal, mas cujo produto é consumido por quem vive principalmente nas camadas mais altas da sociedade, grandes empresários, políticos, pessoas que hipocritamente situam-se em condições sociais determinadas por elevado padrão de consumo e de instrução superior. Acredito que tenha sido também inspirador para a autora Glória Perez, pois alguns personagens se assemelham. Muito embora nessa realidade descrita o comportamento de jovens que são iludidas e convencidas a seguirem caminhos que lhes indicariam fama e dinheiro, são muito parecidas. Embora bastante convincente, e com dados ao final sobre o tráfico crescente de pessoas, não há indicação de ser baseado em fatos reais.

Outro filme bastante impactante, no entanto, baseia-se em fatos reais para narrar uma história que incrimina tropas de “paz” da ONU durante a reestruturação dos países que se envolveram em uma guerra sectária nos Bálcãs: Bósnia, Croácia e Sérvia. A “Informante”, que tem no elenco a bela e ótima atriz (protagonista do filme “O Jardineiro Fiel”) Rachel Weiz e a veterana Vanessa Redgrave, é uma co-produção da Alemanha e Canadá. E por isso não tem os finais moralistas de boa parte dos filmes estadunidenses, que procuram vender a ilusão de que o seu sistema judiciário funciona.

Envolvidos na recuperação desses países a ONU terceirizou serviços de segurança para cuidar, principalmente, dos serviços de fronteiras e conter migrações que pudessem acirrar mais ainda a intolerância, causa da guerra. Mas os membros dessa corporação, aliados à polícia local e envolvendo funcionários da própria ONU, e até mesmo com a conivência de diplomatas, fazem parte de uma rede de trafico de jovens garotas, que se estendem por países da antiga União Soviética. Os próprios soldados são responsáveis pelos maiores abusos contra essas jovens, praticando violências sexuais expostas com toda crueza nesse filme.

O nome dado à corporação no filme, ao que tudo indica não deve ser o mesmo. Não pude encontrar na pesquisa que fiz nenhuma que tivesse a denominação que lhe é dada: “Democra”. Mas nos créditos finais há a informação de que, embora se comprovando todos os envolvimentos dessas pessoas ligadas às atividades desenvolvidas pela ONU na região, e aos crimes que lhes foram imputados, não houve nenhuma punição. E o responsável por demitir a agente que revela toda a rede de tráfico e as responsabilidades de cada um, continuava a tratar de contratos com os Estados Unidos, envolvendo bilhões de dólares, para atividades no Iraque e no Afeganistão. A exemplo do que aconteceu com a empresa Black Water, tida como o maior exército particular do mundo, e também responsável por uma série de atrocidades nos países onde atuou como segurança de autoridades estadunidenses. Embora denunciada, tendo sua história relatada em um livro (Black Water – a ascensão do exército mais poderoso do mundo), alterou seu nome para Xe, e continua mantendo contratos com a ONU e os EUA.

Um terceiro filme, que deve ser visto e que trata desse tema não tem a mesma qualidade dos dois anteriores, mas é situado em uma área de intenso conflito fronteiriço e de guerra pelo tráfico de drogas. “Desaparecidos” (que não deve ser confundido com um filme brasileiro que possui o mesmo título), também é uma co-produção da EUA e Alemanha. O cenário desta vez é o México, também citado no primeiro filme, cuja fronteira com os EUA se constitui em uma rota também para o tráfico humano.

Os alvos sempre são os jovens, mas nesse caso uma garota de apenas 13 anos. Considero particularmente interessante observar no crime que se comete contra crianças o intuito de não somente utilizá-las como escravas sexuais, como também se constituem em verdadeiras mercadorias vivas contrabandeadas com o objetivo de utilizar os seus órgãos para serem vendidas a pessoas ricas que não estão dispostas a entrarem em enormes listas de doações de órgãos. Tanto quanto o tráfico humano, o de órgãos tem crescido talvez em uma proporção maior, e muitas vezes os dois crimes se conectam, e como sempre estão ligados também ao tráfico de drogas e de armas. Cito então outro filme que trata disso: “Tráfico de órgãos”.

Muitas jovens são vítimas em decorrência da própria condição criada na sociedade,

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