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Um toque de clássicos - Fichamento

Por:   •  8/11/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.465 Palavras (6 Páginas)  •  358 Visualizações

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Um toque de clássicos – Fichamento

Introdução

  1. A sociologia emerge nos meados do século XIX na Europa;
  2. O racionalismo, o empirismo e o iluminismo são correntes de pensamento que estão na base do surgimento da sociologia;
  3. O desenvolvimento capitalista e as novas forças sociais por ele engendradas provocaram o enfraquecimento ou mesmo o desaparecimento da aristocracia e do campesinato, formas sociais próprias do feudalismo;
  4. A deterioração da propriedade comunal, proporcional ao surgimento e crescimento das cidades, ia criando uma espuma social de excluídos do capital nascente;
  5. Do ponto de vista demográfico, a emergência do capitalismo é marcada por epidemias e baixa expectativa de vida, o que decorria de diferentes fatores, com destaque para as péssimas condições sanitárias e a escassez de alimentos;
  6. O empirismo e o racionalismo serão importantes balizas para o pensamento social.  Montesquieu, para quem as leis são “relações necessárias que derivam da natureza das coisas”, ofereceu o legado mais importante à formação do pensamento sociológico. Lançando mão da história Montesquieu afastou-se do raciocínio hipotético-dedutivo dos contratualistas;
  7. O “espírito das leis”, para Montesquieu, diz respeito à compreensão de que as leis políticas e civis devem harmonizar com o clima, a geografia, a raça e os costumes de cada povo;
  8. Em síntese, a caracterização da esfera social como um campo diferenciado e a procura das leis que regem seu movimento representam o legado mais importante de Montesquieu à formação do pensamento sociológico;
  9. Rousseau reelabora o contrato social, idealiza o estado de natureza (mito do bom selvagem) e formula um pensamento social bastante pessimista em relação ao estado de sociedade;
  10. D'Alembert procura mostrar que, a partir de nossas sensações, damo-nos conta de nossa própria existência e, em seguida, dos objetos exteriores, entre os quais nosso corpo “sujeito a mil necessidades e extremamente sensível à ação dos corpos exteriores”;
  11. Os precursores da sociologia – Edmund Burke, Joseph de Maistre  e Louis de Bonald  – glorificavam a tradição e condenavam a modernidade, que era vista como fonte dos males decorrentes do destroçamento da vida comunitária;
  12. Mas embora este pensamento tenha impactado sobre a sociologia, ela vem a assumir um caráter decididamente moderno, acreditando no progresso como uma tendência inexorável;
  13. Saint-Simon elabora um pensamento social no interior do qual está contemplada a existência de classes sociais dotadas de interesses conflitantes. Ele acreditava no industrialismo como domínio da natureza
  14.  A “fisiologia social” de Saint-Simon – para a qual a base da sociedade é a produção material, a divisão do trabalho e a propriedade – influenciou os pensamentos de Marx e Engels e de Durkheim;
  15. Auguste Comte, que rejeitava a concepção contratualista de que a sociedade é formada de indivíduos e exaltava o coletivo, foi quem utilizou pela primeira vez o termo “Sociologia”. Ele criticava a “Filosofia Metafísica” e propunha em seu lugar uma “Filosofia Positiva”. Para ele, “ninguém possui o direito senão de cumprir sempre o seu dever”.
  16. Rejeitava a revolução, exceto a revolução do espírito.
  17. No catecismo positivista de Comte Deus cede lugar à humanidade. A religião positiva, sem teologia e sem Deus, seria dedicada a aplicar os princípios da fraternidade à vida social;
  18. Herbert Spencer representa uma corrente sociológica – o darwinismo social – que,  na esteira de Comte e Saint-Simon, vê a sociedade como um sistema vivo, dotado de funções e relações ordenadas;
  19. Estes foram os precursores da sociologia, que nasce efetivamente com Marx, Durkheimer e Max Weber.

Durkheim

O objeto da sociologia

  1. As revoluções do século XVIII – francesa e industrial – e as ideias de Comte e Saint Simon constituem, respectivamente, o contexto histórico e a influência intelectual que marcaram a sociologia de Émile Durkheim, embora ele tenha também sido influenciado pela fenomenologia de Kant, pelo Socialismo de Cátedra e pelo Racionalismo Alemão;
  2. Para Durkheim, o fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros da sociedade e que exerce sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir de determinadas maneiras;
  3. Os fatos sociais são o objeto da sociologia;
  4. A sociedade não é uma soma, mas uma síntese. A vida social está no todo e não nas partes;
  5. Os estados de consciência coletiva são distintos dos estados de consciência individual;
  6. As representações coletivas são uma das expressões do fato social. Elas compreendem os modos “como a sociedade vê a si mesma e ao mundo que a rodeia”;
  7. Outro componente fundamental do conjunto dos fatos sociais são os valores de uma sociedade;
  8. Os fatos sociais são coercitivos e externos aos indivíduos;
  9. Mas a única alternativa para o indivíduo não é prostrar-se impotente diante das regras sociais. Elas podem ser mudadas, inovadas, mas esta mudança exigirá um protagonismo coletivo;

O método da sociologia

  1. Para Durkheim o método sociológico deveria assemelhar-se ao método das ciências naturais, mas deveria manter a atenção nas diferenças entre os fatos sociais e seus congêneres naturais;
  2. Em síntese o Método Sociológico deve (1) considerar os fatos sociais como coisa, (2) abandonar pré-noções, (3) definir os caracteres exteriores – como clima, espaço e tempo – e (4) focar os eventos coletivos – as instituições – e nunca as manifestações individuais;
  3. Com este método Durkheim concebe que a Coisa (objeto) não apenas difere da Idéia (intelecto, pré-noção) mas se opõe a ela. A Coisa, para ele, é tudo aquilo que ainda não conhecemos e só podemos conhecer através de observação e experimentação, pulando para fora de nós mesmos, isto é, superando o nosso arsenal de conhecimento pré-existente para, pela observação e experimentação, agregar a Coisa à inteligência, ao universo do que já conhecemos;

A dualidade dos fatos morais:

  1. As regras morais não são fatos  sociais. Elas são coativas mas, apesar disso, nos parecem agradáveis justamente porque são indispensáveis à ordem. Elas garantem a coletividade mantendo a regra acima das relações sociais cotidianas e efêmeras;
  2. Isto de ser ao mesmo tempo coativo e desejável é o que faz com que os fatos morais sejam duais. Como o sagrado (Deus), o fato moral é “o ser proibido, que não se ousa violar; mas é também o ser bom, amado, procurado”;
  3. A regra moral, para Durkheim, nos ajuda a ultrapassar nossa natureza física e alcançar uma natureza superior – a social;

  1. As celebrações coletivas, por sua vez, reatualizam os fatos morais, reforçando a coletividade;

Coesão, solidariedade e os dois tipos de consciência:

  1. Para Durkheim todos temos duas consciências – uma individual, psíquica, que diz respeito à nossa vida pessoal e outra coletiva, articulada às representações sociais que nos dão o sentimento de pertença a um grupo ou grupos distintos;
  2. A diferenciação social, para Durkheim, ao invés de diminuir a coesão social, a fortalece. Isto porque, tal como homem e mulher, no âmbito da divisão do trabalho emergem dessemelhantes que se desejam, que precisam uns dos outros. Assim, o equilíbrio e a solidariedade originam-se na própria diferenciação, constituindo fortes laços que unem os seus membros às sociedades orgânicas;
  3. Entretanto, há dois tipos de solidariedade: a mecânica – que “liga diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum intermediário” – e a orgânica – derivada da complexificação da sociedade e da intensificação da divisão do trabalho;
  4. Ambas mantém a coesão social. A primeira, que tende ao definhamento, nas sociedade simples; a segunda, que tende a se acentuar, nas sociedades complexas;

Os indicadores dos tipos de solidariedade:

  1. Como a solidariedade é um fenômeno moral e, portanto, não pode ser observada diretamente, Durkheim se vale do Direito como indicador da presença de uma ou de outra solidariedade. Para ele, como o Direito é uma regra estável, “serve, portanto, de fator externo e objetivo que simboliza os elementos mais essenciais da solidariedade social

”;

  1. A maior presença do Direito Penal, da punição vingativa, aponta a solidariedade mecânica, típica das sociedades simples. Já a presença do Direito Civil, Comercial, Processual, Administrativo e Constitucional aponta a presença da solidariedade orgânica, típica das sociedade mais complexas;
  2. O suicídio é um fato social e, portanto, não deve ser visto como um ato do indivíduo, mas um reflexo de normas sociais. Há três tipos de suicídios: os egoístas, típicos da solidariedade mecânica, os altruístas, especificamente articulados a eventos específicos tais como a guerra, a velhice, etc,  e os anômicos, indicadores de uma fragilização das normas sociais.

Moralidade e anomia:

  1. Para Durkheim, moral “é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a

 contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes são estes laços”

  1. A anomia social, para Durkheim, assemelha-se ao Estado de Natureza de Thomas Hobbes (“o homem é o lobo do homem”) e ocorre quando a divisão do trabalho falha como fator de coesão social. Ele então defende que as congregações profissionais têm papel fundamental no combate à anomia;
  2. A luta de classes, para Durkheim, seria uma anomia;

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