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A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Por:   •  19/9/2022  •  Exam  •  3.817 Palavras (16 Páginas)  •  87 Visualizações

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TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

JOSEPH SCHUMPETER

INTRODUÇÃO – resumo do resumo

Esta obra do pensador austríaco, publicada em 1911, é seu principal livro. O argumento principal da obra é que o desenvolvimento econômico ocorre se, e somente se, houver inovação. Para demonstrar isso, o autor nos apresenta, no primeiro capítulo, o funcionamento de uma economia no seu estado estacionário, ou seja, quando o fluxo das relações econômicas e da produção caminham naturalmente numa direção constante e regular. Nessa economia do fluxo circular pode haver crescimento econômico, e de fato, a observação empírica, nos mostra que há. No entanto, não há desenvolvimento, não há geração de mais riqueza. Neste capítulo ele nos apresenta o funcionamento do fluxo de circular, numa economia de livre concorrência, iniciativa privada e de trocas. O autor argumenta que só há, em essência, dois fatores de produção no fluxo circular, a mão de obra e a terra.

No segundo capítulo, ele mostra como se dá o desenvolvimento econômico, que ocorre quando o empresário (vamos ver o que ele chama de empresário durante o resumo do capítulo) consegue rearrumar os fatores de produção e CRIAR um novo método de produção, no caso de produtos já existentes, e, o que ele aponta com principal, criando novos produtos. Estes novos produtos não são uma necessidade existente por parte dos agentes, o empresário é que ao introduzi-los, cria essa necessidade. Para haver desenvolvimento são necessários alguns fatores, juntos ou isolados, a saber: i) introdução de um novo bem; ii) introdução de um novo método de produção; iii) abertura de um novo mercado;  iv) Conquista de uma nova fonte de matéria-prima e v) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria. O autor destaca, neste capítulo, a importância do crédito, sem este, não é possível gerar novas formas de produção nem novos produtos. A junção do animal spirit (palavras que apropriei de Keynes para descrever o empresário) do empresário, aliada a possibilidade de crédito, que é a “criação de dinheiro sem lastro” pelos bancos, cria as condições necessárias, mas não suficientes, para o desenvolvimento econômico.

No terceiro capítulo, ele apresenta o funcionamento do crédito, essencial para o desenvolvimento, sua natureza e sua função. Os bancos, que recebem depósitos em moeda metálica dos seus clientes contra a emissão de letras de câmbio, ou recebíveis, tem o poder de ‘criar’ dinheiro. Isso ocorre porque esses recebíveis são amplamente aceitos e passam a fazer o papel da moeda metálica, isto é, vão de mão em mão através das trocas, das relações econômicas entre os agentes. Neste sentido, os bancos podem ofertar uma quantidade maior de recebíveis do que seu lastro de moeda metálica guardados nos seus cofres. Como não há, em condições normais, perigo de todos os detentores de recebíveis irem juntos resgatarem suas moedas metálicas, há mais papéis recebíveis circulando do que seu lastro. Neste capítulo ele ainda aborda o conceito de Capital, que é ao mesmo tem parte e todo, é algo diferente de qualquer bem, ele é a alavanca com a qual o empresário subjuga ao seu controle os bens concretos de que necessita, em outras palavras, capital é nada mais que um meio de desviar fatores de produção para novos usos e é capaz de ditar uma nova direção para a produção. Para terminar o capítulo ele nos contempla com a explicação do que é o mercado monetário. Esse templo do sistema capitalista. É no mercado monetário que se decide para quais novas formas de produção, o capital fluirá. É neste mercado que seus participantes – bancos –  direcionam o capital que criará o desenvolvimento econômico. A principal função do mercado monetário ou de capital é o comércio de crédito com o propósito de financiar o desenvolvimento.

O capítulo quatro discorre sobre o lucro empresarial. O lucro empresarial só acontece no desenvolvimento econômico, ele não existe no fluxo circular, ou na economia no seu estado estacionário. O único beneficiário do lucro empresarial é o empresário, ninguém mais. Os trabalhadores, os rentistas e os bancos continuam a receber seus salários, renda da terra e juros por empréstimos, mas o lucro, que é, em si, a nova riqueza, flui exclusivamente para as mãos dos empresários. Uma característica do lucro empresarial é que ele é gerado através da inovação, quando o empresário capta crédito do mercado monetário, reorganiza os fatores de produção, consegue produzir com custos menores e aufere, num tempo determinado e finito, receitas superiores aos seus custos. Este é o lucro empresarial. O lucro tem um fim porque uma vez que há um novo arranjo produtivo e como trabalhamos em livre concorrência, outros empresários seguirão o pioneiro, copiando essa nova tecnologia, ampliando a oferta e reduzindo os preços, que novamente voltam a se equiparar com os custos. Portanto o lucro empresarial é a razão do desenvolvimento e o desenvolvimento a razão do lucro empresarial, pois uma vez esgotado o lucro de uma inovação, haverá, em outro lugar, outras inovações, com nova geração de lucros até ele se esgotar novamente. Esse processo é contínuo.

O capítulo cinco fala sobre o juro sobre o capital. Confesso que foi o capítulo mais difícil de compreender. O autor começa explicando o conceito de juro, pacífico para todos os pensadores econômicos. Juro é um prêmio ao poder de compra presente por conta do poder de compra futuro. O agente que quiser antecipar seu consumo, sem ter os recuros necessários, poderá fazê-lo, desde que esteja disposto a pagar, no futuro, um valor maior que o valor principal que recebeu. Esse é o prêmio que o agente, na outra ponta, recebe, por postergar seu consumo imediato, e receber, no futuro, um valor maior do que aquele que originalmente tinha. Esse tipo de juro, segundo o autor, poderiam existir no fluxo circular, onde não há desenvolvimento. Mas ele quer explicar o juro sobre o capital, que é algo diferente disso. Ele associa o juro de capital ao juro produtivo, este sim, é fundamental para sua abordagem da estrutura e funcionamento do capitalismo. Veremos, neste capítulo, os postulados do juro sobre o capital, de onde ele vem e para quem ele vai e o porque disso. A dificuldade aqui é que o juro é permanente, mas não se constitui, em hipótese nenhuma, um fator de produção, que como vimos, são apenas mão de obra e terra. Para tentar clarear esse dilema do juro produtivo o autor cria proposições que seguem da conclusão que juro é um fenômeno do valor e um elemento do preço. São elas: i) juro provém dos valores excedentes; ii) valores excedentes deságuam no lucro empresarial; iii) o juro vem do lucro, mas não diretamente e imediatamente; iv) só há juro numa economia de mercado.

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