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A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão e A Ideologia Neoclássica e o Mito do Mercado Auto-regulador: As Ideias de John Maynard Keynes

Por:   •  5/5/2018  •  Resenha  •  5.706 Palavras (23 Páginas)  •  758 Visualizações

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Resumo 4 - HPE

Eduardo Korilo Fleury de Amorim

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A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão e A Ideologia Neoclássica e o Mito do Mercado Auto-regulador: As Ideias de John Maynard Keynes

        A Guerra Civil americana e o ano de 1900 delimitam um período de rápida expansão econômica nos Estados Unidos, e nos anos que sucedem até 1929 de crescimento maior ainda. sendo que de 1899 e 1927 a indústria de materiais de transporte bens e bens de capital como de aço e artefatos cresceram 929% e 780% respectivamente junto com vários outros setores. A riqueza aumentou de 86 milhões em 1900 para 361 bilhões de dólares em 1929, colocando os EUA como primeira potência industrial no mundo. De 1914 a 1929, o PNB cresceu 62%. Só havia 3,2% de desemprego em 29 e nessa década a produtividade do trabalho elevou-se tão rapidamente quanto os salários. Eles adquiriam hegemonia financeira na economia mundial.

Grande Depressão

        Essa era de prosperidade foi interrompida em 29 com a “quinta-feira Negra”, valor dos títulos negociados na Bolsa despencou, empresários fizeram cortes na produção e nos investimentos, ocorreu com isso o declínio da renda nacional e o desemprego em massa, abalando a confiança na economia gerando assim um ciclo vicioso e uma das maiores catástrofes econômicas do país. Foram 85 mil falências em 3 anos, 5 mil bancos suspenderam suas operações, queda enorme de ações da Bolsa de Nova Iorque, desemprego em massa, o produto industrial diminuiu cerca de 50%. O motivo para que as fábricas não fossem reabertas era o fato delas não serem mais lucrativas mesmo com a capacidade de trabalho da população, ferramentas, máquinas, etc, permanecendo inalteradas. Logo, as decisões concernentes à população baseiam-se, antes de tudo, no princípio do lucro, não nas necessidades do homem.

A Doutrina Econômica de Keynes

        Enquanto o mundo capitalista caia em uma grande depressão e o sistema estava a beira de um colapso em conjunto com o crescimento acelerado da economia soviética, John Maynard Keynes procurava analisar o que estava acontecendo e apontar soluções que pudessem salvá-los.

Ele inicia sua obra The General Theory of Employment, Interest and Money analisando o processo de produção. Uma empresa produz um certo volume de bens, vende fazendo dinheiro, esse dinheiro paga os custos de produçao, que inclui salários (que representa renda para um indivíduo), remunerações , rendas, suprimentos, matérias-primas e juros dos empréstimos contraídos. O resto é lucro, que deve ser considerado renda, no caso, para o proprietário da empresa. O valor produzido então deve ser igual às rendas geradas no decorrer da produção. Aplicando para a economia em geral, tudo o q é produzido deve ser igual ao total de rendas recebidas no mesmo período, ou seja, para que as empresas vendam tudo o que é produzido é necessário que a população gaste todas as suas rendas. Neste caso, os lucros permaneceram elevados as empresas procurarão produzir a mesma quantidade ou mais no período seguinte. Isso foi chamado de fluxo circular: o dinheiro flui das empresas para o público na forma de salários, remunerações, renda, juros e lucros, em seguida, retorna para as empresas quando o público adquire bens os bens e serviços oferecidos por elas e isso continua enquanto as empresas conseguirem vender tudo o que produzirem e obter lucros satisfatórios.

No entanto o fluxo circular não é automático e possui vazamentos, o dinheiro do público para empresas não retorna diretamente para elas pelo fato das pessoas pouparem parte de duas rendas enquanto outras pessoas podem ainda pedir emprestado. Keynes constatou que no auge da prosperidade a poupança supera os empréstimos e é formado então uma poupança líquida ou um vazamento real no fluxo circular rendas-despesas. Somando se a outros dois vazamentos (1) de importações (as pessoas adquirem bens e serviços estrangeiros e logo deixam de gastar esse dinheiro com bens produzidos no país) e (2) de impostos (as somas que a população destina ao pagamento de imposto são também retiradas do fluxo rendas-despesas), esses três podem ser compensados de três formas: (1) as importações podem ser contrabalançadas pelas exportações; (2) O governo poderia utilizar os impostos para financiar a aquisição de bens e serviços e (3) sempre que os empresários desejassem ampliar seu capital, poderiam influenciar os investimentos em bens de capital contraindo empréstimos nos bancos onde estivessem depositadas as poupanças. Se essas três injeções acrescentarem o mesmo volume de recursos que saiu através dos três vazamentos ao fluxo, os gastos corresponderão ao valor da produção e tudo o que foi produzido poderá ser vendido. No entanto ele também considerava que esse processo não poderia funcionar sem interrupções por muito tempo.

Pela visão neoclássica os níveis de emprego total e de produto total eram determinados pela função de produção e pelas livres escolhas dos donos dos fatores de produção e a curto prazo a procura de trabalho era determinada pelo valor do produto marginal do trabalho, e a oferta de trabalho determina os salários e o nível total de produção. Segundo essa teoria, se existisse desemprego era porque os trabalhadores não queriam trabalhar. Se os trabalhadores se recusassem a aceitar um corte salarial para alocar todos os trabalhadores, os economistas neoclássica definiam estes trabalhadores como desempregados voluntários e insistiam que havia pleno emprego e só quando estes trabalhadores estavam dispostos a trabalhar recebendo um salário igual ao valor de seu produto marginal e no entanto não conseguissem é que os neoclássicos admitiam que existia desemprego voluntário. Segundo os neoclássicos  a maximização dos lucros pelos capitalistas faria com que os salários se igualariam no final ao valor do produto marginal dos trabalhadores e logo não haveria desemprego involuntário.

Keynes percebeu que os indivíduos com maior renda poupavam em uma porcentagem maior que os indivíduos de rendas mais baixas, ou seja, à medida que se eleva o nível de rendas, uma porcentagem maior dessas rendas é transformada em poupança. Logo, os investimentos têm que crescer em um ritmo mais acelerado que as rendas, para que pudessem absorver continuamente a poupança para que as empresas consigam vender tudo o que produzissem. Portanto quanto mais rápido for o crescimento dos investimentos mais rápido será o incremento da capacidade produtiva. No entanto há um limite de oportunidades para os investimentos lucrativos, à medida de que avança o processo de crescimento econômico agrava-se a dificuldade de encontrar canais em número suficiente para dar vazão aos investimentos de capital.

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