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A economia nada é sem um projeto de vida

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Por:   •  8/4/2014  •  Artigo  •  1.167 Palavras (5 Páginas)  •  286 Visualizações

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A economia nada é sem um projeto de vida

Marcus Eduardo de Oliveira

Economista brasileiro, especialista em Política Internacional. Articulista do site “O Economista”, do Portal EcoDebate e da Agência Zwela de Notícias (Angola)

O economista William Stanley Jevons, nascido em 1835, na cidade inglesa de Liverpool, certa vez afirmou que “feliz é aquela pessoa que, mesmo com poucos recursos, tem a realização no seu trabalho diário e a garantia de um futuro melhor”.

Na esteira desse comentário feito por Jevons, é possível argumentar que, de fato, mesmo sem recursos financeiros suficientes não é “impossível” atingir-se um elevado grau de felicidade; ainda que a felicidade, como bem sabemos, seja algo muito subjetivo. Logo, conclui-se então que a felicidade definitivamente não repousa na obtenção de dinheiro. Muito dinheiro ou pouco, não determina se uma pessoa é (está) ou não feliz.

Visto de outra forma, o contrário da felicidade, também não está vinculado, na medida econômica, à ausência de dinheiro. Não ter dinheiro não significa que se está infeliz por conta disso.

Conquanto, cabe perguntar se a economia, por ser uma ciência social - uma ciência que na visão de muitos lida o tempo todo com o “estudo do dinheiro” - têm algo a ver com esse papo de se obter ou não felicidade, de ser ou de apenas estar feliz? Não seria esse um assunto específico para se levar com os amigos numa mesa de bar, filosofando entre um gole e outro? Por que encontrar justamente esse tipo de assunto misturado em meio de análises de economia?

A resposta é simples: felicidade envolve, na essência, pensar antes nas pessoas. Em se tratando de pessoas, isso envolve, por conseqüência, visualizar a condição humana e, a condição humana, por sua vez, envolve e contempla determinados aspectos que são inerentes à ciência econômica. Simples, não! Economia então, por esse prisma, tem tudo - e mais um pouco - a ver com a vida das pessoas, até mesmo porque essa ciência é social e, por ser social, necessita ser humana à medida que é feita pelos homens e para os homens, com uma única tentativa: efetivar a dignidade das pessoas.

A economia (enquanto ciência e atividade produtiva) tem tudo a favor para valorizar a vida das pessoas. Toda ciência social, aliás, guardada as diferenças entre os campos específicos em que atua, deve (ou deveria) ser posta a serviço de ajudar no progresso de cada um de nós.

Talvez seja por isso que o trabalho humano mais essencial certamente é o de cuidar das pessoas e do planeta que nos acolhe. Deixar de fazer isso, ou fazer com menoscabo, é ver prosperarem problemas como a fome, pobreza, desigualdades, mortes precoces vitimadas por doenças evitáveis, além da degradação ambiental.

Tais ocorrências - estejamos certos disso – podem perfeitamente serem associadas a sistemas econômicos imperfeitos. Superar, pois, essa imperfeição pelos caminhos onde transita a ciência econômica é perfeitamente possível. Para tanto, a Economia precisa dar mais atenção à questão do bem-estar das pessoas. Foi assim que Alfred Marshall, um dos mais eminentes economistas de todos os tempos, se posicionou quando defendeu que “a suprema finalidade da economia é elucidar a questão social”.

Tal assertiva marshalliana corrobora, sobremaneira, com a análise que dá conta que o principal e o mais alto interesse dos estudos econômicos reside no fato de que as decisões econômicas tomadas tanto no nível privado quanto público interfere sensivelmente na qualidade de vida das pessoas.

Especialmente em relação à Economia, existe certa tendência em acreditar que o campo de análise e preocupação dessa disciplina deve repousar continuadamente sobre a abordagem social, ainda que determinados segmentos da Economia insistam em ignorar o ser humano.

A verdade, contudo, é que pouca atenção tem sido dada pelos manuais técnicos em relação à problemática social. No entanto, tentando superar essa deficiência, muitos dos principais postulados da Economia, por estarem e se apresentarem constantemente em nossos afazeres diários, passam a ocupar posição de destaque, e, dessa forma, se condiciona a ocupar um lugar proeminente no objetivo de levar melhoria à vida humana.

Indiscutivelmente, a questão sócio-econômica permeia nosso dia a dia, percorrendo vários segmentos da sociedade. Não é à toa então que, por exemplo, o tema da Campanha da Fraternidade de 2010, "Economia e vida humana", bem como seu lema principal, "Vocês não podem servir a Deus e ao

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