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Agente Motriz dos Ciclos Capitalistas

Por:   •  24/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.953 Palavras (8 Páginas)  •  255 Visualizações

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Entender o processo de produção capitalista e sua base histórica é fundamental para compreender a sua progressão. O Capitalismo surgiu com o mercantilismo após a queda do feudalismo, (a transferência da vida social e a saída dos campos para as cidades em meados do séc XV consolidou-se no período da Revolução Industrial e impulsionou a economia) é um sistema que prioriza a produção e a acumulação de riqueza através do comércio. Suas características são a propriedade privada, o lucro, economia de mercado, livre iniciativa e divisão de classe.

Ciclo econômico no Capitalismo é um termo utilizado para expressar as  mudanças ocorridas na economia desde seu surgimento, ao nível da atividade dos países  industrializados, que tem flutuado com reflexos na economia apresentando sua expansão ou retração  na atividade econômica capitalista.

A crise atual por que passa a economia mundial traz à tona quais seriam as causas e o  motivador da própria crise. Diversas são as explicações e abordagens teóricas acerca do fenômeno. Veremos a relação entre os financiamentos bancários com as crises econômicas, através da perspectiva de Karl Marx, John Maynard Keynes e a “Teoria Neoliberal do Ciclo dos Negócios” com base em Minsky e soluções propostas por cada um dos autores dentro da sua época, e prospectiva para resolver este problema, especialmente em virtude de divergências em termos conceituais .

Para Marx, o capitalismo é quando um único capital individual ou um único capitalista reúne uma quantidade de trabalhadores para a fabricação do mesmo produto. Distinguir capital e capitalismo é condição essencial para entendê-lo. O capital é uma relação social que surge historicamente muito antes do capitalismo. Tido como socialista, filósofo estudioso de economia Karl Heinrich Marx nasceu em Trier em 1818, tido como o maior crítico do maior sistema capitalista. De acordo com Marx a razão maior da crise devia-se as características incongruentes do sistema do processo produtivo que baseava-se em duas premissas que conduzem–no a uma crise permanente:

“1. A separação do produtor dos meios de produção, dando origem a uma classe de proprietário e uma classe de trabalhadores;

2. A infiltração do mercado, ou nexo em todas as relações humanas, tanto na esfera da produção quanto na esfera da distribuição.”(Hunt, 94)

Marx identifica a Superprodução de capital (acumulação de mercadoria) como sendo o aspecto acionador das crises no sistema capitalista. Quando ocorre superprodução necessariamente acarreta a desvalorização de capital-mercadoria e a queda da capacidade como meio de pagamento  do dinheiro como  crédito em circulação. Segundo Marx, o capitalismo gera uma massa enorme de despossuídos que trabalham apenas pela sobrevivência, e ao mesmo tempo, fabricam enormes quantidades de mercadorias; como os trabalhadores tem cada vez menos condições de subsistência e não possuem condições de comprar as mercadorias, essas mercadorias ficam paradas, com o mercado em baixa e ainda mantendo a mesma velocidade de produção não demoraria muito para ocorrer uma crise, assim, o mercado capitalista entra em crise de superprodução. Para ele só uma sociedade mais igualitária poderia prosperar, onde a luta de classes faria com que aqueles que produzissem tivessem plenas condições de comprar o produto fabricado. Para Marx o sistema capitalista esta fadado a crises cíclicas o que eclodirá na sua auto destruição.

A teoria Keysiana surge  a partir do cenário de “A Grande Depressão”, como passou a ser chamada, estendeu-se porém por anos sendo a grande responsável (com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha em 1933), pela eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Nascido em Londres em 1883, John Maynard Keynes era um excelente economista que elaborou uma sofisticada fórmula para salvar o capitalismo da depressão em que se encontrava. De 1930 até 1936, publicou uma série de artigos e livros. Keynes interpretava a crise como resultado da recusa dos capitalistas em investir. O capitalista, para decidir-se, tinha que levar em conta a evolução e o comportamento do mercado, quanto pagaria de salário, e qual seria o preço das matérias-primas necessárias à produção. Havendo sérias dúvidas a respeito ele optava por não correr o risco para produzir as mesmas quantidades nos períodos seguintes. Este processo pode ser visto como um fluxo circular: no qual o dinheiro das empresas  chega até as pessoas em forma de salários, aluguéis, juros e lucros. Quando as pessoas utilizam serviços e compram bens este valor retorna para as empresas, retornando assim seu lucro, enquanto ocorre as vendas, a produção e os lucros se mantem em níveis satisfatórios, o processo terá continuidade. Parte destes valores não retorna para as empresas e o fluxo circular tem vazamentos não irrigando as relações de produção de consumo, motivo este para as crises econômicas.

Esta perspectiva Keynes chamou de  vazamentos, e incluía: poupança, importações e impostos. Visto que uma parte da renda era poupada e outra era utilizada para o pagamento de impostos (tributos) além das importações que saía do pais (exportações) .Para compensar estes vazamentos sua sugestão foi aconselhar o governo a interferir na economia procurando fazer com que os investimentos se igualassem a poupança. Criando um ciclo no qual os gastos públicos, impostos, importações e exportações teriam de alguma forma garantido o pagamento das empresas pelos fatores de produção pois voltariam na totalidade. Sendo assim rentável a atividade empresarial.

A poupança dos capitalistas, entesourada, voltava a ser aplicada. As engrenagens econômicas voltavam então a girar e saia-se da crise, porque restabelecia-se a confiança no futuro e com isso retomava-se os investimentos. É evidente que havia um custo. O estado era obrigado a recorrer ao déficit público e a uma moderada inflação, mas era um preço módico para sair-se da depressão. Keynes também retratou uma nova visão sobre o desemprego, que antes era apenas considerado desempregados os que não aceitava trabalhar pelo salário vigente, e apresentou trabalhadores que mesmo com vontade de trabalhar pelos salários vigentes não encontravam empregos, resultado da desconfiança no mercado. O mercado, em tempos de crise, tende a diminuir a produção, pois se não há compradores, as mercadorias ficam no estoque, diminuindo a produção acarreta também na redução de postos de trabalho. Em “Hunt & Scherman” vemos a teoria keynesiana, por sua vez analisada em que Keynes demonstra o que estava acontecendo com o capitalismo em crise e procurou soluções, buscando entender o processo de produção. Keynes exorta que o valor de tudo que uma empresa produz ao longo do tempo é renda. Consequentemente, para que a empresa venda tudo que foi produzido é preciso que as pessoas gastem coletivamente suas rendas. Esse circulo formado é o que supre a ideia de capitalismo. Fica claro que o sistema passa por crises no esgotamento dos seus ciclos de relação lucro-salário. Por isso, crises eclodirão rotineiramente em um sistema frágil que é o capitalismo.

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