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Análise do setor de etanol brasileiro

Por:   •  20/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  873 Palavras (4 Páginas)  •  193 Visualizações

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ANÁLISE DO SETOR DE ETANOL BRASILEIRO

O setor de etanol e açúcar, nos últimos 13 anos, enfrentou duas fases bastante distintas. Entre 2004 e 2008, houve um período de grande otimismo e expansão, enquanto de 2009 até o momento atual foi desencadeada uma crise significativa na referida indústria.

A fase de otimismo e euforia se configurou graças a incentivos públicos e a uma conjuntura econômica nacional favorável. Houve grande expansão da produção de etanol em virtude do surgimento, em escala comercial, da tecnologia de veículos “flex” a partir de 2003. Além disso, foram lançados vários instrumentos públicos de política e planejamento energético que definiam o etanol como prioridade (Plano Nacional de Agroenergia – PNA, Plano Nacional de Energia 2030 – PNE e Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE). Observou-se ainda, nesse período, a perspectiva de o etanol tornar- se uma commodity, além do forte apelo das vantagens ambientais e à saúde proporcionadas pelo seu uso em substituição à combustíveis fósseis. Por fim, havia também um mercado de açúcar crescente e em valorização ao longo desses anos.

Santos (2016) aponta que a principal consequência dessa fase de otimismo foi o aumento da capacidade de produção e da produção efetiva da indústria. Segundo o autor, o Brasil elevou a moagem de cana de 385 milhões de t/ano, na safra 2003/2004, para 602 milhões de t/ano na safra 2009/2010.

Em consequência do período de euforia, visando elevar a produção para atender um mercado crescente, o setor sucroalcoleiro passou a elevar seus investimentos em expansão, em grande parte com recursos de terceiros. Bressan Filho (2010) estima que, para suportar a expansão de 65% nas vendas de etanol entre as safras 2004-05 e 2008-09, o setor precisou investir aproximadamente R$ 15,8 bilhões. Dessa forma, tendo expectativas otimistas em relação ao médio prazo, as empresas passaram a tomar empréstimos para expansão, elevando significativamente seu endividamento

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Figura 7 - Evolução do Endividamento do Setor Sucroalcoleiro. Em R$ Bihões

Fonte: DATAGRO

O ciclo de boas perspectivas, porém, começou a se deteriorar a partir de 2009. Além da crise mundial, houve diminuição da demanda por etanol para carros flex. Isso ocorreu porque o etanol concorre com a gasolina na escolha dos usuários de tais veículos e, dadas as diferenças de rendimento, considera-se que, em média, o preço do biocombustível precisa ser no máximo 70% do preço da gasolina comum para que a escolha por ele seja vantajosa. Ocorre que, a partir de 2009, os preços da gasolina foram mantidos forçosamente baixos, em decorrência de políticas governamentais de controle da inflação que afetaram decisões de preço da Petrobras, maior empresa de exploração e refino de petróleo do país. Dessa forma, os preços do etanol passaram a ser pouco competitivos, por muitas vezes acima de 70% do preço da gasolina. Isso impediu reajustes mais adequados por parte dos produtores e, com preços de venda baixos e custos crescentes, as margens do setor se deterioraram.

Figura 8 - Preço de Venda Médio Anual do Etanol Hidratado em Relação ao Preço de Venda Médio Anual da Gasolina no Brasil.

Fonte: ANP. Marcações feitas pelo autor.

A questão da concorrência do etanol com a gasolina também foi influenciada

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