Atributos de indicadores de qualidade e produtividade do transporte urbano de passageiros

Um tema que é muito comum hoje em dia é a Mobilidade Urbana e, consequentemente, o transporte de passageiros está totalmente inserido neste quesito, pois as pessoas cada vez mais precisam se deslocar de maneira rápida, segura e confortável dentro das cidades, ou entre cidades de uma determinada região (quando estamos falando de áreas metropolitanas).

O crescimento da economia, a mudança nas relações de trabalho, os novos paradigmas de carreira e a própria disponibilidade de novos postos de trabalho em locais diferentes fazem com que as pessoas, muitas vezes, aceitem trabalhar em empresas mais distantes de suas residências.

Antigamente, era comum que um profissional ficasse por vários anos, até décadas, na mesma empresa; isto fazia com que o mesmo, logicamente, morasse perto do local de trabalho. Afinal, isso era feito por uma questão de qualidade de vida.

Além disso, a inserção da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos incluiu mais uma variável nesta conta: hoje a residência deve estar em um bairro que seja prático aos dois (marido e mulher), que provavelmente irão trabalhar em empresas diferentes. Por outro lado, existe a questão da escola dos filhos, que também interfere na escolha do local de moradia da família.

Todos estes fatores são levados em conta somente até certo ponto, pois o custo de morar em alguns bairros pode ser proibitivo para a maioria da população, que terá de viver onde a sua renda permite pagar o aluguel médio ou comprar um imóvel, o que acaba por interferir ainda mais na Mobilidade Urbana.

É comum em áreas metropolitanas um grande número de pessoas morarem nas regiões de periferia e trabalharem no Centro ou em outras regiões, refletindo severamente no sistema de transporte em horários de pico, que normalmente são no começo da manhã e final da tarde/começo da noite.

O deslocamento entre a residência e o local de trabalho ou estudo pode levar um tempo considerável e isto influencia na motivação das pessoas em trabalhar e estudar e, consequentemente, na qualidade do serviço que vão executar, afinal de contas, ninguém se sente confortável ao pegar um ônibus ou metrô lotado; ninguém fica feliz em passar horas dentro de um ônibus, parado, no meio do trânsito, ou mesmo com o ônibus andando devagar, quase parando. As pessoas vão se perguntar se poderiam estar fazendo coisas mais interessantes do que perdendo tempo dentro do ônibus, no congestionamento.

Os deslocamentos urbanos estão relacionados a padrões de qualidade de vida dos indivíduos nas cidades. É importante falarmos do transporte urbano de passageiros, cuja eficiência se relaciona diretamente a bons índices de mobilidade.

E é por isso que a expressão “mobilidade urbana” está cada vez mais em pauta. A atenção ao deslocamento das pessoas nos grandes centros é um item que implica cada vez mais cobrança das três esferas de governo, ou seja, municipal, estadual e federal.

Além de tudo, os valores envolvidos neste cenário são relativamente altos, principalmente porque podem representar o deslocamento de milhões de passageiros todos os dias. Se você levar em conta que são feitas duas viagens entre sua casa e seu trabalho (ida e volta), e muitas vezes mais viagens entre seu trabalho e seu estudo, normalmente perceberá que os deslocamentos, ou seja, as viagens diárias em uma cidade, muitas vezes superam a população existente.

Você entende, agora, o impacto disso na economia e na própria vida das pessoas? O “ir e vir” toma tempo e dinheiro; não apenas o custo da passagem, mas o tempo perdido dentro do sistema de transporte, que, como já foi dito, poderia ser usado para atividades mais produtivas.

Não é apenas uma questão de ter um transporte de passageiros que seja mais pontual e veloz - pois isso não chega ao mínimo necessário - mas ter um sistema de transporte seguro, confiável e confortável.

Existem muitos indicadores de qualidade e produtividade comumente utilizados no transporte de passageiros, tanto nos casos de deslocamentos urbanos, dentro das cidades, como interurbanos (entre cidades diferentes). Nesse caso, trabalhamos com a denominação “transporte rodoviário de passageiros”.

É importante destacar que um indicador é um instrumento adotado para demonstrar ou revelar, quantitativamente, a característica de um membro de um conjunto observado. Neste sentido, podemos falar de indicadores que buscam evidenciar as características do transporte urbano de passageiros em relação à qualidade e à produtividade. Em outras palavras, os indicadores devem refletir as qualidades e características do transporte de passageiros que seu usuário utiliza, seja para ir e voltar do trabalho, estudo, seu lazer, entre outros.

Tais indicadores são agrupados de acordo com alguns atributos, isto é, características qualitativas que identificam um ou mais membros de um conjunto observado.

Entre os atributos e, portanto, indicadores de qualidade e produtividade do transporte urbano de passageiros, têm-se:

• Pontualidade: não deve haver atrasos no sistema de transporte urbano de passageiros. O intervalo médio deve ser suficiente para que os ônibus ou trens não passem lotados nas estações. Seus horários (se for o caso) devem ser cumpridos.

• Velocidade: a velocidade é um fator importante. Uma boa velocidade, dentro dos padrões de segurança, é fundamental para que as pessoas percam menos tempo no transporte, chegando mais rápido em seus destinos.

• Segurança: de que adianta um sistema de transporte que ponha em risco a vida dos passageiros? Muitas vezes são dezenas de pessoas (em um ônibus) ou centenas (em um trem) e um acidente pode deixar inúmeras machucadas. Tanto as vias onde irão trafegar como os veículos

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