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Blumenau: Uma Experiência Bem-sucedida de Indústria Regional-Nacional

Por:   •  31/8/2015  •  Resenha  •  1.715 Palavras (7 Páginas)  •  350 Visualizações

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Blumenau: Uma Experiência Bem-sucedida de Indústria Regional-Nacional

Sendo um caso bem peculiar, Blumenau destaca-se pela sua excepcional capacidade de inserção da moderna industrialização brasileira. Primeiramente, seria interessante colocar “A característica Fragmentação Catarinense”, o estado de Santa Catarina apresenta muitas características semelhantes ao seu estado vizinho, Rio Grande do Sul. Segundo Singer, ambos estados possuem um mercado interno relativamente desenvolvida em bases capitalistas, as culturas são basicamente as mesmas: trigo, arroz e milho; a indústria de ambos os estados surge a partir do mercado interno constituído principalmente por pequenos camponeses independentes. Sendo assim, Singer conclui que RS e SC formam um único complexo que se relaciona de maneira idêntica com o centro.

        Falando de SC, pode-se analisar que o estado é fundamentalmente desintegrado, industrialmente pode-se distinguir três zonas: a de colonização alemã, que quase monopoliza as indústrias têxteis e mecânicas do estado; o litoral sul dominado por explorações carboníferas; o centro e o oeste, onde se encontra as industrias madeireiras. A partir de então o autor volta sua atenção especificamente para um município do estado, Blumenau.

        O Problema do Mercado, com a chegada de imigrantes alemães, a colonização alemã no estado começou a partir de meados do séc. XIX, esses imigrantes viviam em pequenas propriedades, onde se desenvolvia intensa e diversificada atividade econômica. O problema principal era o escoamento do excedente, para solucionar tal problema foram tentadas algumas soluções: a diversificação das atividades manufatureiras e as exportações. Falando da primeira solução apresentada, essa encontraria certos limites adiante, ditados pela dimensão do mercado colonial e pelo seu profundo isolamento no seio de uma região de escassa densidade demográfica. Já a segunda solução que é exportar, era sem dúvidas a mais promissora, os colonos assim empenharam-se na conquista de mercados “externos”. Blumenau começava novamente a enfrentar um dos seus mais típicos problemas: o custo de transporte relativamente elevado, tal barreira praticamente vedada a área à exportação de produtos de baixo valor. Blumenau passou a investir na produção de artigos relativamente nobres, pelo fato da sua agricultura ser mal localizada em relação aos grandes mercados e enfrentar forte concorrência da produção do Estado de Minas.  Com início da Primeira Guerra, também começa o processo de substituição de importação no brasil na faixa dos alimentos preparados, com isso as exportações aumentam 66%, recebendo forte impulso a agricultura especializada e as indústrias de beneficiamento. É frente a esse quadro que pode se traçar o perfil próprio de Blumenau.  

        A Busca De Um Caminho Próprio, durante o período de colônia, Blumenau havia sido explorado em apenas dois caminhos: o artesanato diversificado para o atendimento das necessidades locais, e a exportação produtos primários elaborados.  Nos anos 30 isso começa a mudar, surgem novas tendências que permitirão à área evitar problemas futuros.  Dada a desarticulação e a rarefação de SC, o artesanato da zona de colonização alemã não tinha praticamente possibilidade de evoluir para a formação de um complexo de indústrias regionais, vedadas essas saídas regional, poucas indústrias poderiam prosperar, Blumenau passou a buscar novos mercados em SP e RJ. Devido a crise de 1929, com o colapso houve uma queda brusca nas importações brasileiras, e com isso Blumenau tinha diante de si as melhores perspectivas.

        A Personalidade Manufatureira de Blumenau, agora coloca-se alguns ramos que personificam Blumenau no panorama industrial do país: Mais da metade da produção nacional de tecidos felpudos e de malhas brancas são produzidas lá; essa cidade também produz 100% das gaitas, acordeões e pianolas nacionais; controla 20% do mercado brasileiro de pás; além disso, merece destaque a produção de porcelana, amperímetros e voltímetros. Nos anos 60, 80% da produção blumenauense eram destinadas ao mercado nacional. Com a crescente integração do mercado nacional manufatureiro as indústrias de Blumenau, só tem a ganhar. As indústrias blumenauenses se dedicam a produzir voltada para os consumidores de rendas médias.

        As indústrias de Blumenau são, em regra, extraordinariamente integradas, verticalmente, com um alto grau de integração o que diminui a dependência externa, porém essa integração deixa de ser uma vantagem à medida que o avanço do sistema de transporte “aproximasse” as fontes provedoras de insumo.

III- Descentralização de Funções: O Surgimento de Zonas de Complementação.

        Esse tópico trata de mostrar certas necessidades crescentemente sentidas pela indústria central a caminho de sua consolidação, o que exigirá criação de novos vínculos entre o centro e periferia, impulsionando um movimento de reintegração do espaço econômico.

        As Indústrias de Base com Problema, em um primeiro momento a ativação do processo de industrialização em meio à crise, tende a surtir efeitos desintegrados sobre o país. A região central com a crise deixa de comprar das outras regiões, a indústria central, ao reorientar sua estrutura setorial, tende a reforçar seus vínculos de dependência com o exterior. Nota-se que uma face do processo reintegrador está inteiramente submetida às necessidades e dinâmica da região “central”.

        Algumas razões explicam o fato de a indústria brasileira tenha tido êxito no campo das manufaturas leves, mas à medida que que avançava a industrialização iam-se colocando, no entanto, crescentemente, a possibilidade e a conveniência da criação de indústrias metalúrgicas, mecânicas, químicas e etc.  A partir da Primeira Grande Guerra as indústrias tomam um impulso, e a economia tendia então a uma nova divisão internacional do trabalho. O país, necessitava de enormes investimentos no campo de infraestrutura, o crescimento industrial ficava assim a mercê da expansão. Nos anos 30 com o colapso das importações o mercado nacional já lhe pertencia, houve também um extraordinário avanço da indústria de cimento. Porém, por outro lado, é elevada a incidência. A estrutura industrial que emergia da crise exigia que emergiaa da crise exigia um crescente e variado conjunto de insumos básicos e mais, era amplamente utilizadora de formas modernas de energia e mais serviços de utilidade pública.

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