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O Balanço de Pagamentos: Uma análise comparativa entre os anos de 2010 e 2015

Por:   •  29/11/2017  •  Artigo  •  1.737 Palavras (7 Páginas)  •  306 Visualizações

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Balanço de Pagamentos: Uma análise comparativa entre os anos de 2010 e 2015

Resumo

O presente artigo analisa o Balanço de Pagamentos de dois anos significativos no Brasil: 2010 e 2015. Os respectivos anos representaram dois períodos distintos da economia brasileira, um de auge econômico e outro de uma grave crise na economia do país.

A análise mostra os componentes da estrutura do Balanço de Pagamentos e suas respectivas comparações, evidenciando as contradições financeiras de períodos opostos e como as políticas governamentais influenciaram para estas fases distintas.

O balanço de pagamentos que registra a conta de transações correntes (balança comercial, conta de serviços e transferências) e a conta de capital e financeira do país foi superavitário em U$$ 49,101 bilhões em 2010.

A conta de capital e financeira registrou ingresso líquido de U$$ 100,101 bilhões. A conta corrente teve déficit de U$$ 47,518 bilhões. A conta de erros e omissões foi negativa em U$$ 3,48 bilhões

Já em 2015 o saldo do Balanço de Pagamentos foi positivo, mas apenas em U$$ 1,57 bilhão. A conta capital e financeira apresentou déficit de U$$ 2,6 bilhões.

Abstract

The present article analyzes the Balance of Payments of two significant years of Brazil: 2010 and 2015. The respective years represent two distinct periods of the Brazilian economy, one of economic boom and the other of a serious crisis in the economy of the country.

The balance of payments that records the current account (trade balance, service account and transfers) and the country's capital and financial account was a surplus of U $ 49.101 billion in 2010.

The capital and financial account registered a net inflow of U $ 100.101 billion. The current account had a deficit of U $ 47,518 billion. The error and omissions account was negative at U $ 3.48 billion.

In 2015 the Balance of Payments balance was positive, but only at U $ 1,57 billion. The capital and financial account showed a deficit of US $ 2.6 billion.

The analysis shows the components of the Balance of Payments structure and their respective comparisons, showing the financial contradictions of opposite periods.

Palavras-chave: Balanço de Pagamentos, Economia Brasileira, Transações Correntes

  1. INTRODUÇÃO

A economia brasileira passou nos últimos anos por uma brusca virada, saindo de um auge econômico para uma grande recessão, devido a vários fatores internos e externos, explicam os especialistas.

Em 2010 o Brasil vinha em uma evolução econômica muito grande em todos os aspectos e que serão mostradas no Balanço de Pagamento do respectivo ano, e com um aumento expressivo dos commodities[1].

Após a crise internacional de 2008, o governo adotou políticas para estimular o consumo interno para assim evitar que o país embarcasse na recessão de outros países. Entre elas estavam a redução dos juros e medidas que resultaram na queda de impostos, aumento das rendas das famílias e da oferta de crédito.

Nos últimos anos, a ajuda do cenário externo se dissipou com a queda no preço dos commodities, uma das razões para entender a crise de 2015 e que fragilizou as estruturas na economia brasileira.

Em 2015 o governo continuava com políticas de incentivos ao consumo, porem provocou um grande desequilíbrio nas contas públicas, fechando o Balanço de Pagamentos com um saldo muito inferior ao ano de 2010 e prejudicando a credibilidade do país.

O saldo do balanço de pagamentos de 2015 foi positivo em apenas U$ 1,57 bilhão, onde mais adiante verificaremos um movimento oposto entre as duas principais contas do Balanço de Pagamentos.

Analisaremos dentro desse contexto econômico as três contas analíticas que compõem o quadro do Balanço de pagamentos:

  1. Transações Correntes: que se referem à movimentação de mercadorias e de serviços, pagamentos e recebimentos de rendas de capital e trabalho e transferências unilaterais de renda;
  2. Conta Capital: que registra as transferências unilaterais de ativos reais, ativos financeiros ou ativos intangíveis entre residentes e não-residentes;
  3. Conta Financeira: que registra todos os tipos de fluxos de capitais entre o país e o resto do mundo

  1. BALANÇO DE PAGAMENTOS DE 2010: O AUGE ECONÔMICO

Em 2010 a economia do Brasil se traduziu em aumento expressivo na demanda por bens e serviços importados e na elevação das remessas líquidas de renda, com impacto sobre o déficit em transações correntes, que totalizou o recorde de U$$ 47,4 bilhões no ano. Em sentido inverso, a solidez macroeconômica do país, expressa em expectativas de risco declinante e retornos decrescentes para os investimentos, favoreceu o ingresso líquido de U$$ 99,7 bilhões na conta capital e financeira, totalizando um superávit no balanço de pagamentos de U$$ 49,101 bilhões como podemos verificar no quadro abaixo.

[pic 1]

No quadro abaixo verificamos que a balança comercial registrou superávit de US$20,3 bilhões em 2010, décimo resultado positivo em sequência. O recuo de 19,8% em relação ao ano anterior refletiu os aumentos anuais respectivos de 42,2% e 32% registrados nas importações e nas exportações, que totalizaram, na ordem, US$181,6 bilhões e US$201,9 bilhões. Vale ressaltar que, nos últimos meses do ano, ocorreram indícios de alteração dessa dinâmica, com desaceleração no ritmo de expansão das importações. A corrente de comércio, após registrar retração em 2009, cresceu 36,6% em 2010.

O crescimento anual das exportações, refletindo elevações de 20,5% nos preços e de 9,5% no quantum, traduziu expansões generalizadas nas vendas em todas as categorias de fator agregado, atingindo 44,7%, 37,1% e 17,7% nas relativas a produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados, respectivamente.

         [pic 2]

A conta de serviços apresentou gastos líquidos de U$$ 30,8 bilhões em 2010, aumento anual de 60,1%, explicado principalmente, pelos déficits das contas viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos computação e informação e royalties[2] e licenças.

A receita foi de respectivamente U$$ 31,821 bilhões e a despesa de U$$ 62,628, obtendo assim um déficit na conta de serviços.

A conta de rendas apresentou déficit de U$$ 39,6 bilhões em 2010, isso devido as remessas líquidas de lucros e dividendos ultrapassarem as despesas líquidas com juros, evolução consistente com a crescente participação dos investimentos externos, diretos e em carteira, na composição do passivo externo brasileiro.

As transferências unilaterais correntes apresentou um superávit de U$$ 2,85 bilhões, sendo destes U$$ 1,2 bilhão para manutenção de residentes, constituindo assim na conta capital. Os principais países de origem dos ingressos de manutenção de residentes foram EUA e Japão.

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