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O tempo da transformação - Parte III

Por:   •  8/12/2015  •  Artigo  •  972 Palavras (4 Páginas)  •  241 Visualizações

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O TEMPO DA TRANSFORMAÇÃO – LUIS ESTEVAM

PARTE III

A TRANSFORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS

O governo tinha como metas prioritárias do polo Amazônia que foram estipuladas no sentido da ocupação econômica do solo da Amazônia Legal, com o objetivo o aproveitamento maximizado e implementando "mecanismos geradores de emprego e criação de instrumentos sociais capazes de elevar o padrão de vida e o bem estar das comunidades envolvidas''.

Os recursos alocados pelo programa foram se esgotando e não teve novos investimentos. As cidade que recebeu mais de um terço do total de recursos foi dividido entre as cidades Carajás e Tapajós. O autor então deu ênfase na infraestrutura, que acabou favorecendo a pavimentação de rodovias e implantações de estradas vicinais que por consequência auxiliou o crescimento a capitalização e investimento das áreas do polo Amazônia.

O polo centro, através do programa de desenvolvimento dos Cerrados, teve como objetivo a modernização das atividades agropecuárias no Centro-Oeste e no oeste de Minas Gerais, tendo como forte característica sua natureza distinta das outras, que é favorável a as atividades básicas como a agropecuária e a agricultura.

Na questão de infra estrutura que ocorria nessa região, se destacou principalmente os setores de armazenagem, estradas e energia. Porem na questão de armazenagem, o objetivo não atingiu nem um terço do esperado, causando muitos prejuízo.

Embora Goiás abrigasse grande parcela das terras ociosas do país o processo de modernização regional intensificou a apropriação fundiária. Em outros termos, não houve "generalização" espacial da modernização produtiva e sim aliança entre o elemento conservador agrário, expresso pela grande propriedade e pelo capital comercial, e representantes das agroindústrias.

A grande incidência de modernização agrícola no território esteve na porção meridional do estado, próxima aos grandes centros de consumo onde, mesmo áreas consideradas "inadequadas" transformaram-se em superfícies de lavouras e pastos artificiais com emprego de farta tecnologia rural;

Em suma, o processo de modernização da agricultura em Goiás foi parcial ou, visto de outra forma, seletivo. Concentrou-se em alguns produtos selecionados de exportação em detrimento de culturas domésticas voltadas para o mercado interno; encontrou nos maiores produtores o mercado de crédito substancial dedicado aos pequenos produtores, o movimento foi mais concentrado no centro-sul.

Em termos econômicos, as “velhas forças” produtivas da agricultura foram substituídas por "novas forças" do tipo industrial; o espírito de inovação, o cálculo econômico, a divisão tecnológica do trabalho, o elevado capital técnico por trabalhador, a produção em massa e a alta produtividade caracterizaram grande parcela das atividades produtivas no estado.

As inovações tecnológicas - na busca de acelerar a rotação do capital - reduzem o tempo de produção e o tempo de trabalho necessário à produção modificando padrões de cultivo agrícola.

As inovações mecânicas afetam o tempo de trabalho e, em consequência, o tipo, a intensidade, a jornada de trabalho e sua demanda, o ciclo de produção e as condições de produtividade. As inovações físico-químicas atuam sobre as condições naturais do solo com consequência sobre a produtividade da terra e poupança do fator trabalho.

A agricultura praticada no âmbito dos complexos agroindustriais e nos conglomerados de capitais disseminou um padrão tecnológico poupador de trabalho vivo impondo, em consequência, necessidade de investimento em equipamentos e insumos modernos, onde o valor do capital fixo superou o valor do capital variável.

No bojo da industrialização agrícola a demanda por mão de obra foi suprida predominantemente pela oferta de três categorias: ''mão de obra familiar" oferecida por pequenos proprietários e posseiros, "mão de obra volante" destituída de propriedade ou posse fundiária e um novo tipo de "mão de obra qualificada" voltada para o manejo das incorporações tecnológicas.

O processo, em que relações trabalhistas foram sofrendo significativas alterações, consolidou-se nos anos 1970 e 1980 em Goiás.

Os antigos cultivadores de "terras de cultura" - meeiros e posseiros - foram transformados em diaristas em grandes empreendimentos de "terras de cerrado”.

O agregado, a partir de 1970, tem seus privilégios extintos. Permanecem ainda com o direito de acesso à terra, só que, agora, as de pior qualidade. Igualmente não desfrutam mais de autonomia nem dos instrumentos de trabalho - oferecidos pelo proprietário - transformando-se crescentemente em assalariado.

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