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RESENHA DO TEXTO: A FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA NOS DOIS PRIMEIROS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO.

Por:   •  12/6/2017  •  Resenha  •  1.372 Palavras (6 Páginas)  •  1.022 Visualizações

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RESENHA DO TEXTO: A FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA NOS DOIS PRIMEIROS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO.

Aluno: Pedro Igor Machado Alexandrino.

       A princípio o texto coloca o fato de a colonização brasileira estar pautada em tratados e/ou ciclos econômicos, deixando a compreensão de uma colonização filiforme e em arquipélago. Contudo vem evidenciar através de novos estudos que ao contrário de algo filiforme, houve sim uma intensa articulação política, social e econômica entre os primeiros núcleos coloniais, não só com a metrópole, mas entre os mesmos decorrendo assim num processo de solidariedade espacial.

      É de conhecimento que a geografia atual do território brasileiro não se deu do dia para a noite, pelo contrário, foi-se definindo como resultante de um longo processo colonial que se consolidou apenas no século XX. Dentre as correntes que estudam essa temática, dá-se ênfase aos historiadores em oposição as geográficos tendo em vista caber à História o estudo da sociedade no passado enquanto para a Geografia, por “culpa” segundo Abreu(2000) pela institucionalização da disciplina, caberia o estudo do presente. Em decorrência disso o território colonial brasileiro foi pouco estudado na perspectiva geográfica, salvo em situações e que para entender movimentos presentes, por assim dizer, se fazia necessário a volta ao passado para um entendimento de causa e efeito ou melhor colocando de situações que de alguma forma se complementavam. Vale a ressalva de que a Geografia, graças a uma herança francesa, não negligenciou de todo a parte histórica de seus estudos sempre destinando um capítulo sobre a história da área (região) estudada. Contudo, segundo o texto, o fato de recorrerem ao passado não os qualificava como historiadores, tendo em vista como foi dito mais acima, se valerem de tal artificio apenas para compreenderem o tempo presente de forma regional.

      Ressalta-se que o artigo em questão busca inicialmente analisar brevemente o material produzido pela Geografia brasileira a fim de superar o conceito de “ocupação em arquipélago” tão difundido nas duas matérias em questão e então será feito um estudo fixando-se na linearidade dos “acontecimentos e na rigidez do tempo cronológico marcado pela sequência dos dois primeiros séculos de colonização [...]”, levando em conta eventos sócio espaciais em escala global e local que marcaram de alguma a formação territorial brasileira no período supracitado.

     O pensamento geográfico sobre a formação do território brasileiro pauta-se num primeiro momento, entre alguns estudiosos da época na década de 30 no séc.XX, na questão fronteiriça do Brasil diante dos tratados firmados pela Coroa Portuguesa e outras potências, com ênfase na Coroa Espanhola, reduzindo o entendimento sobre o assunto apenas a confirmação legal dos limites preestabelecidos conforme os tratados assinados na época. Posteriormente a partir da década de 40 ainda no Séc.XX, aos poucos essa visão meramente jurídica, baseada em tratados e acordos internacionais, foi sendo substituída pela História Econômica pautada inicialmente em Prado Jr (1976) e depois, em Faoro (1984), Simonsen (1967), Sodré (1990), Furtado (2000) e Novais (1983). Segundo Monbeig (1975), resumidamente, cada ciclo econômico teve uma região própria e pouco interação comunicativa com as demais, formando assim “ilhotas de povoamento”.

     Após uma análise mais detalhada de toda a questão fica claro que a princípio a forma de ocupação espacial inicial pautou-se na litoraneidade, como forma de manter um contato regular com a metrópole, bem como garantir a sobrevivência em um meio hostil onde se tinha pouco conhecimento sobre a geografia interiorana, além de logística escassa para desbravamento da mesma.

     O primeiro período geohistórico se deu por volta do séc.XVI e se estendeu até a metade do séc.XVII. A primeira preocupação dos Portugueses, como dito anteriormente, foi estabelecer núcleos de povoamento pela faixa litorânea e ao mesmo tempo explorar o pau Brasil a fim de enviar ao mercado Português. Ainda no mesmo século o território foi dividido em 15 capitanias hereditárias numa tentativa de superar a fracassada experiência anterior baseada no sistema feitorial. O sistema de capitanias hereditárias demonstrou à coroa a viabilidade das colônias agrícolas no Brasil. A coroa começou a enxergar que a colonização das terras brasileiras não poderia ocorrer sem sua efetiva presença militar e normativa. Ressaltando o que foi dito anteriormente a colonização num primeiro momento se pautou na litoraneidade, tanto pela cultura portuguesa, que se estabeleceu como potência marítima na época, bem como se valia da cabotagem em detrimento de caminhos terrestres para se comunicar com os outros núcleos litorâneos.

     Ainda sobre a colonização litorânea Azevedo (1994, p.32), corrobora a ideia de colonização em arquipélago ao frisar que os núcleos de povoamento surgiam de forma isolada e esparsa num grande deserto humano do Brasil. Diante disso fica claro que isso realmente ocorreu, contudo vale todas as ressalvas anteriormente ditas sobre a questão logística da metrópole pautada na navegação, podendo ser acrescentado a questão do primeiro ciclo econômico do Pau-Brasil. Ainda nesse viés fica claro que com o decorrer do tempo, na medida que os colonos se efetivavam no território existia uma crescente tendência de interiorização e por estarem tão longe da metrópole, inviabilizando uma comunicação rápida, a burocracia a cerca desse procedimento era simplesmente ignorada. Ressalta-se ainda a apropriação das trilhas indígenas, que ligavam o interior ao espaço litorâneo, pelos colonos.

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