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Resumo - Darcy Ribeiro

Por:   •  9/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.122 Palavras (5 Páginas)  •  265 Visualizações

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O autor fará vários questionamentos a respeito da formação do Brasil, partindo da explicação do porquê o Brasil não deu certo. Começa fazendo uma comparação entre o processo de formação dos povos americanos com outros demais povos colonizados, inclusive o Brasil. Faz questionamentos da eficácia da modernização de povos americanos enquanto outros se atrasam e ainda, nos dias atuais, se esforçam para modernizar-se. Em outro parágrafo ele afirma que, é evidente que há facilidades de incorporar uma sociedade modernizada cuja sua identidade étnica é bem definida desde suas matrizes europeias, enquanto o Brasil, com toda sua diversidade cultural trazida dos povos que aqui foram escravizados, enfrentam a difícil tarefa de consolidar os povos e definir sua identidade étnica.

Outro ponto discutido pelo autor é a diversidade linguística aqui existente comparando com a uniformidade da dos povos americanos. É de se pensar pela grande diversidade de idiomas que chegaram ao Brasil naquela época. Além do mais, quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram mais um milhões de tribos indígenas diferentes com mais de 26 idiomas espalhados.

Começaram a surgir os primeiros núcleos que o autor chama de neobrasileiros formados por brasilíndios e afro-brasileiros desenvolvendo-se em um mundo socialmente diferente e oposto, segundo o autor, ao do índio, ao do português e ao do negro. Tal consciência desses primeiros povos brasileiros só seria alcançada muito mais tarde posterior de grandes conflitos, mas a percepção de um ser diferente dos que chegaram ali, se dá desde as primeiras décadas. O autor ressalta no livro que o Brasil se torna um criatório de mestiços oriundos do homem branco com diversas mulheres índias, distanciando-se cada vez mais do padrão de famílias europeias.

O brasileiro começa a reconhecer a si próprio a partir do momento que se enxerga diferente do lusitano mais do que por sua identificação como membro das novas comunidades socioculturais e, segundo o autor, por remarcar sua diferença e superioridade frente aos índios. Podemos até fazer uma ponta ao período da primeira geração romântica, na literatura, (1836-1852) o qual resgatava essa identidade nacional colocando o índio como herói, tendo a necessidade de criar uma cultura própria para o país.

Na busca de sua própria identidade, até desgostando da ideia de não ser europeu, se via com inferioridade em relação aos que vinham da metrópole. Conforme o autor descreve, até o filho de pais brancos que eram nascidos no Brasil, em suas palavras, “mazombo” – que, com uma breve pesquisa, significa filho de pais estrangeiros nascidos em colônias, recusavam suas origens de filhos da terra e discriminando os que também eram nativos.

O autor vai nos dizer que o primeiro brasileiro consciente de si foi o mameluco – mestiço de branco com índio ou de brancos com caboclo, o qual não se identificava com seus ancestrais americanos e nem com os europeus que o desprezavam, via-se diante de ser o brasileiro. Por conta dessas tentativas de busca de sua própria identidade para uma nova entidade étnico-cultural, surge aos poucos a brasilianidade.

Essas novos povos vão se fixar possivelmente quando a sociedade local enriqueceu com as vindas dos africanos que já estariam desafricanizados pela desaculturação da escravidão, ou seja, os escravos vinham de diversas tribos do continentes africanos, muitas delas até inimigas entre si, e eram colocados nas propriedades de forma separadas para que houvesse rebeliões. Dessa forma, eles viam-se na condição de ser brasileiros já que, segundo o autor, não se identificavam com os índios, nem mais com os povos africanos ou com o brasilíndio.

Com a propagação do português como língua corrente, irão formar uma maioria da população que seriam vistos como gente brasileira.  Além disso, havia a especialização produtiva ecológico-regional que conduzia a diferenciações locais, dando sempre uma continuidade que destacava sua especificidade étnica oposta as matrizes. Havia como patrimônio básico técnicas milenares de adaptação oriundas dos povos Tubi em relação à sobrevivência na floresta tropical que eram trazidas como herança cultural dos novos povos.

O texto fala, além das heranças culturais dos primeiros povos que habitavam no brasil, a língua que era falada pelos neobrasileiros, o nheengatu – língua geral cotidiana para colonizadores, indígenas, escravos e colonos (fato curioso: ela foi proibida pela coroa portuguesa no séc. XVIII). Surgia nos brasileiros originais uma enorme fisionomia cultural aos do tupi. Havia ainda certo desprezo etnocentricamente com outras matrizes indígenas que não se portavam como os neotupis.  A partir do século XX que se torna capaz de distinguir a multiplicidade dos povos e características culturais.

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