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A ILSÃO DO DESENVOLVIMENTO COM BASE NAS COMMODITIES

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Por:   •  22/2/2015  •  659 Palavras (3 Páginas)  •  332 Visualizações

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A ILUSÃO DO DESENVOLVIMENTO COM BASE NAS COMMODITIES

Baseado na exuberante disponibilidade de recursos naturais - vastas extensões de terras agricultáveis, recursos minerais e, até recentemente, em recursos hídricos, além de mão de obra barata, há muito o Brasil vem apostando na produção e exportação de matérias-primas. Ainda no século XVIII, o país perdeu uma grande oportunidade. Ao invés de ingressar na Revolução Industrial, como fizera os EUA, preferiu o caminho aparentemente mais fácil: investir no setor primário, na agricultura de exportação, baseada no trabalho escravo e no latifúndio (IPEA, 2004).

Decisões desse nível, de caráter estratégico, tem sérias consequências para um país. Em 1790, a renda per capita dos brasileiros era de aproximadamente 1/3 da renda dos norte-americanos. Em 1820, essa relação caiu para apenas 1/7, já sinalizando que a rota não era das melhores. (IPEA,2004). E assim, o país seguiu o seu destino, passando pelos ciclos da cana-de-açúcar, do gado, do ouro e, a partir de meados do século XIX, ingressou no longo ciclo do café.

Com a grande crise de 1929, o crash da Bolsa de Valores de Nova York e a interrupção de grande parte das importações de café e outras commodities pelos países desenvolvidos, o eixo da economia nacional começa a migrar do mercado externo para o interno, tendo início a industrialização substitutiva de importações (Furtado,2005).

Entre a década de 1950 até o final da década de 1970, um importante ciclo de industrialização, principalmente de bens de consumo, se completa. Cabe destacar que todo o processo de substituição de importações contou com uma importante ferramenta: o planejamento econômico.

Com a crise do petróleo, somada a alta dos juros americanos, o Brasil reduziu drasticamente seu crescimento, tanto que os anos 80 ficaram conhecidos como a “década perdida”. Desta forma, a solução encontrada foi a adoção de políticas neoliberais.

Assim, o Brasil volta a conceber os velhos paradigmas e crenças do passado, embora num contexto social e econômico e totalmente diferentes. Em 1995, é promulgada a lei Kandir, que isenta de impostos as exportações de produtos primários. Expande-se largamente a produção de soja, de carnes e de minério de ferro. Entre 2003 e 2007, vive-se um grande boom das commodities, com a China impulsionando esses mercados, crescendo ao redor de 10% ao ano. O Brasil volta a crescer nos dois mandatos do presidente Luís Inácio “Lula” da Silva, e a ilusão do desenvolvimento volta a pairar sobre os dirigentes e o povo brasileiro.

Com a crise financeira de 2008, o arrefecimento do crescimento da China, a crise da Europa e dos EUA, o preço das commodities caem no mercado internacional, incluindo o petróleo. Assim, nossa maior fonte de divisas diminui, a Balança Comercial, que gerou grandes superávits a partir de 2003, começa a declinar em 2009, em 2013 fechou praticamente estável e registrou um déficit de aproximadamente 4 bilhões de dólares em 2014 (MDIC).

Isto reflete o equívoco cometido uma vez mais por grande parte da classe política e agentes econômicos. Priorizar o setor primário, a exportação de produtos básicos, não garante crescimento e muito menos desenvolvimento econômico. Em 2014 o crescimento do PIB foi praticamente zero e somente a balança de petróleo gerou

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