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ADMINISTRACAO DA HP

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Por:   •  19/11/2013  •  1.317 Palavras (6 Páginas)  •  296 Visualizações

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O jeito HP

Conheça o estilo Hewlett-Packard de

administrar pessoas. E saiba por que ele se tornou um modelo

Por Cynthia Rosenburg

Numa tarde de sexta-feira o engenheiro Carlos Ribeiro anda pelos corredores do escritório da Hewlett-Packard em Alphaville, na Grande São Paulo, e pára na área do cafezinho. Enquanto bebe um copo d'água, dá uma olhada no quadro de avisos. Nele, há uma relação com o nome de todas as pessoas da companhia que ainda não entregaram ao departamento de recursos humanos as avaliações de desempenho dos seus subordinados. Na coluna relativa ao mês de março, o nome de Ribeiro está marcado de vermelho. "Por falta de tempo fiquei devendo avaliações naquele mês", diz. "Mas você pode ver que em abril tirei o atraso." Ribeiro, 47 anos, quer dar o exemplo. Desde setembro do ano passado ele é o presidente da HP, uma das maiores empresas mundiais de informática, no Brasil. O fato de seu nome estar ali diz duas coisas sobre a HP.

A primeira: Lá o desenvolvimento de cada pessoa tem de ser acompanhado de perto, o tempo todo. Por isso, avaliações de desempenho precisam estar sempre em dia. Delas dependem o plano de carreira e a remuneração do pessoal. A segunda: Em alguns aspectos, todos os funcionários são tratados da mesma forma. O nome de qualquer um, até o do presidente, pode fazer parte de uma relação pública pouco simpática como a de funcionários com tarefas em atraso.

Isso é só uma amostra do HP Way, nome dado à cultura corporativa da Hewlett-Packard. No ano passado, o faturamento global da HP foi de 47,1 bilhões de dólares. O lucro chegou a 2,9 bilhões. Lewis Platt, presidente mundial e principal executivo da HP, diz que o segredo do sucesso da empresa é o controle cultural. "Passo mais tempo falando sobre valores do que tentando estabelecer estratégias de negócios", diz Platt. "Cuide da cultura e o resto acontece."

Cada um dos 120 000 funcionários da HP, espalhados por 120 países, sabe que o Jeito HP de administrar pessoas e de fazer negócios não foi bolado por alguma grande consultoria de recursos humanos. A expressão foi criada pelos fundadores da empresa, William Hewlett e David Packard. Em 1939, eles iniciaram a empresa desenvolvendo instrumentos de medição numa garagem de Palo Alto, o berço do Vale do Silício, nos Estados Unidos. A filosofia da dupla pode ser resumida assim: dê às pessoas um ambiente apropriado. Elas serão criativas e farão um ótimo trabalho. Parece simples. É simples. Empresas no mundo todo também procuram criar uma atmosfera na qual as pessoas possam se sentir bem para exercer suas habilidades e talentos. O que importa é que a HP foi a primeira a se preocupar com isso e é um exemplo de como cumprir bem a tarefa. "É um tipo especial de empresa", diz John Chambers, presidente mundial da Cisco, uma das maiores fabricantes mundiais de redes para computadores. "Certa vez eu disse ao Lewis Platt que nunca encontrei na HP um executivo de quem eu não gostasse ou que não quisesse roubar."

É essa cultura que Ribeiro tem de disseminar no Brasil, onde ele comanda uma operação com 900 funcionários e faturamento de 703 milhões de dólares em 1998. Numa visita ao escritório de Alphaville, EXAME conferiu algumas práticas do HP Way.

Segurança no emprego - É algo que o mundo corporativo não pode assegurar nos dias de hoje. Mas assim como Hewlett e Packard idealizaram há 60 anos, a proposta que a HP faz a seus funcionários é a de um casamento duradouro. "Num contrato de longo prazo a experiência das pessoas torna-se valiosíssima para a empresa", diz Alberto Golbert, diretor de recursos humanos da HP. O próprio Ribeiro é funcionário de carreira. Começou há 23 anos trabalhando como vendedor no Rio de Janeiro.

Quando existe uma vaga em alguma área da empresa a prioridade é preenchê-la com a prata da casa. Vagas disponíveis no Brasil e no exterior podem ser consultadas na intranet e nos quadros de avisos. Para se candidatar, basta ter os pré-requisitos necessários e avisar o chefe. Detalhe: ele não poderá barrá-lo sob nenhuma hipótese. "Se é importante para o desenvolvimento da pessoa, ela vai", diz Golbert. "Isso também garante que em situações nas quais o cargo é extinto você não ficará sem emprego."

Aconteceu com a moça da foto. Tânia Jorge foi contratada como secretária da presidência em 1990, quando tinha mais de 20 anos de carreira. No ano passado, em meio a mudanças no alto escalão da HP no Brasil, ela soube que o novo presidente traria consigo a antiga secretária. Atualmente Tânia é responsável pelo registro dos produtos médicos da HP no Brasil. "Agora tenho que estudar legislação e viajo freqüentemente", diz Tânia. "Por que eu sairia de uma empresa que me dá a chance de mudar de vida?"

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