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Economia E Mercado

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Por:   •  1/5/2014  •  4.759 Palavras (20 Páginas)  •  1.631 Visualizações

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Lei da escassez

 Capacidade de produção  Recursos limitados  Necessidades humanas  Desejos humanos  Satisfação das necessidades

Necessidades

Básicas ou primárias  indispensáveis  exemplo: alimentação Secundárias  convívio social  exemplo: lazer

Bens econômicos

 Utilidade  Escassez  Transferência  Capacidade de satisfação  Raridade relativa = preço

Tipos de bens econômicos

 Bens de consumo (ou finais)  duráveis  não duráveis  Bens intermediários  Bens de capital

Fatores de produção

 Utilizados no processo produtivo  Meio de obtenção de outros bens e serviços Tipos:  trabalho;  trabalho;  capital;  terra;  tecnologia;  capacidade empresarial  capacidade empresarial. 3 DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO

Como vimos no módulo I, a microeconomia ou teoria dos preços analisa como consumidores e empresas interagem no mercado, e como essa interação determina o preço e a quantidade de um bem específico.

A microeconomia preocupa-se, então, com a formação dos preços de bens e serviços e de fatores de produção em mercados específicos, por meio do estudo do funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado – da interação entre consumidores e produtores obtém-se preços e quantidades produzidas num dado mercado.

Para analisar o comportamento da demanda e da oferta, partiremos de alguns pressupostos básicos estabelecidos pela microeconomia.

Primeiro, para analisar um mercado específico, a microeconomia parte da hipótese coeteris paribus (tudo o mais permanece constante). Ao adotar essa hipótese, pode- se estudar um mercado específico selecionando apenas as variáveis, cuja influência sobre consumidores e produtores desejamos analisar nesse mercado, independentemente da influência de outros fatores ou de outros mercados. Por exemplo: se queremos avaliar o efeito do preço sobre a demanda, supomos a renda constante (mesmo sabendo que a renda também afeta a demanda de um bem), e se queremos

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Coeteris paribus, ou tudo o mais permanece constante; essa forma auxilia na análise microeconômica, pois poderemos manter uma variável congelada no tempo e no espaço enquanto trabalhamos as demais.

Microeconomia é o ramo da eco- nomia que estuda o comportamento de cada “molécula econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas. Para exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas.

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MATERIAL 2008 - Rediagramação e Alterações: Léo 24/10/08 - 1ª Correção: Rafael 06/11/08 | 1ª Revisão: Ana 06/11/08 - 2ª Correção: Fabio 11/11/08 - Rev.: Ana

analisar o efeito da renda sobre a demanda, considera-se o preço constante ( coeteris paribus ).

Uma outra hipótese importante é aquela que supõe que os indivíduos atuam como agentes econômicos e são guiados pelo princípio da racionalidade. Segundo esse princípio, empresários estão sempre em busca de maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, consumidores procuram maximizar sua utilidade, trabalhadores procuram maximizar seu lazer e assim por diante.

Logo, os consumidores são aqueles que se dirigem ao mercado para obter um conjunto de bens e serviços com o objetivo de maximizar sua satisfação (utilidade). A firma corresponde à combinação organizada feita pelo empresário de fatores de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) para produzir o máximo possível ao menor custo. Busca-se a maximização da produção e a minimização de custos nas empresas. Uma empresa escolhe o que e quanto produzir em função dos preços e das preferências dos consumidores, já que o empresário produz um bem para vender no mercado.

A teoria microeconômica procura, portanto, explicar como se determinam os preços dos bens e serviços e dos fatores de produção, procurando responder a questões como: por que quando o preço de uma mercadoria aumenta, a sua procura deverá cair, consideradas as demais variáveis constantes?

O livre jogo da oferta e demanda é o elemento fundamental para o funcionamento da economia de mercado, pois é da interação entre consumidores e produtores que obtemos preços e quantidades de equilíbrio. Portanto, faz-se necessário analisar os mecanismos de demanda e oferta de bens e serviços individuais em um mercado competitivo, com um grande número de produtores e consumidores, para compreender como são então estabelecidos os preços dos produtos e as quantidades produzidas.

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3.1 A demanda

As mercadorias são demandadas porque seu consumo proporciona algum prazer ou a satisfação de alguma necessidade dos consumidores, ou seja, um bem possui demanda porque possui utilidade – esta é a capacidade que possuem os bens econômicos de satisfazerem as necessidades humanas. Segundo a teoria do valor-utilidade, o valor de um bem é formado pela satisfação que proporciona ao consumidor, e não pelo custo do trabalho embutido nesse bem. Logo, o valor de um bem se forma por sua demanda.

A demanda é a quantidade de uma mercadoria ou serviço que os consumidores desejam adquirir em um determinado período de tempo. Isso vai depender significativamente do preço dessa mercadoria ou desse serviço. Quanto menor o preço de um bem, maior será a quantidade demandada; quanto maior o preço, menor a quantidade que cada um estará disposto a comprar.

Além do preço, existem, para cada indivíduo, diversas variáveis que condicionam suas escolhas enquanto consumidor, como sua renda, o preço dos outros bens relacionados, seus gostos e preferências. Para analisar a influência de cada uma dessas variáveis sobre a decisão dos consumidores, é preciso nos valer da hipótese coeteris paribus e avaliar o impacto de cada uma separadamente.

A curva de demanda do mercado indica a relação entre as quantidades de um bem ou serviço que todos os consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços, mantendo constantes outros fatores, como gosto, renda e preço de bens relacionados. Há uma relação inversa entre a quantidade demandada e o preço do bem; o restante permanece constante. Essa é a lei geral da demanda. Vamos considerar um mercado de bananas, com muitos compradores e vendedores, cujo controle sobre o preço nenhum dos agentes econômicos possui. O quadro a seguir representa a relação existente entre os preços de venda das bananas e a quantidade em quilos demandada pelos consumidores por semana.

A lei geral da demanda diz: quando o preço de uma mercadoria aumenta, a quantidade consumida desta diminui, mas quando seu preço diminui, a sua quantidade aumenta.

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Quadro 1 – Relação de oferta de bananas

1)Preço P (R$ por quilo) 2) Quantidade Q demandada (milhares de quilos de banana por semana) A R$ 10,00 50 B R$ 8,00 100 C R$ 6,00 200 D R$ 4,00 400

Assim, se o preço da banana for R$ 10,00, serão demandados 50 kg na semana; se o preço for R$ 8,00, serão demandados 100/kg de bananas na semana.

O quadro acima mostra que, quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores estarão dispostos a adquirir. Por outro lado, quanto menor o preço, maior quantidade do bem será demandada.

Uma outra forma de apresentar essas diversas alternativas é pela curva de demanda. Utilizamos, então, um gráfico com dois eixos, colocando no eixo vertical os vários preços P e no horizontal as quantidades demandadas Q.

Para cada preço há uma certa quantidade de bananas que os indivíduos estão dispostos a comprar.

A curva de demanda tem inclinação negativa, ou seja, é decrescente, uma vez que os indivíduos compram mais à medida que o preço se reduz.

Gráfico 1 – Curva de demanda de bananas

Curva de demanda

A equação algébrica da demanda pode ser definida da seguinte forma:Qx = f (px, ps, pc, Y, G).

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A redução das quantidades demandadas de bananas decorrente do aumento dos preços pode ser explicada por duas razões. Ou os consumidores passam a substituir as bananas por outros bens, como maçãs ou mamões, cujos preços permanecerão constantes; ou os outros consumidores deixam de consumir as bananas porque o aumento dos preços ocasionou um encarecimento relativo dessa fruta em relação a outros bens, e uma redução do poder aquisitivo de sua renda, que permanece constante. A redução do poder aquisitivo de sua renda fará com que o consumidor reduza sua demanda de todos os bens, em particular a demanda de bananas.

Em termo algébrico, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem pode ser expressa pela função demanda ou equação da demanda, ou seja: a quantidade demandada Q é uma função do preço P, isto é, depende do preço:

Qd = f(P)

Em que:

Qd = quantidade demandada de um bem ou serviço em determinado período de tempo.

P = preço do bem ou serviço.

Como já destacado, a demanda de um bem ou serviço não é condicionada apenas por seu preço. A renda dos consumidores, o preço de bens substitutos (bem similar que satisfaça à mesma necessidade), o preço dos bens complementares e as preferências dos consumidores também afetam significativamente a demanda dos consumidores.

A relação da renda dos consumidores com a demanda de um produto vai determinar a classificação desse produto como bem normal, bem inferior ou bem de consumo saciado. Quando a demanda de um bem aumenta com o aumento da renda dos

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consumidores, esse bem é um bem normal. Se, por outro lado, o aumento da renda dos consumidores provocar a redução da demanda de um bem, tem-se um bem inferior (o consumo de carne de segunda se reduz com o aumento da renda). Existem ainda os bens de consumo saciados, cuja demanda não é influenciada pela renda dos consumidores (arroz, feijão, farinha, sal, entre outros).

Se a demanda de um bem aumenta em consequência do aumento dos preços de um outro bem, afirma-se que este é um bem substituto ou concorrente, pois há uma relação direta entre o preço de um bem e quantidade de outro (carne e frango, por exemplo). Quando, por outro lado, a demanda de um bem se reduz pelo aumento do preço de um outro bem, denotando a existência de uma relação inversa entre o preço de um e a quantidade demandada do outro, eles são chamados bens complementares (carros e gasolina, por exemplo). Bens complementares são, portanto, bens consumidos conjuntamente.

Para influenciar os hábitos e preferências dos consumidores, as empresas investem pesado em publicidade e propaganda, tentando interferir nessas preferências com o objetivo de elevar a procura de certos bens ou serviços.

3.1.1 Elementos que deslocam a curva de demanda

Alguns dos fatores que influenciam a demanda podem ser responsáveis por um deslocamento da curva de demanda.

Uma variação positiva nos gostos ou preferências de um consumidor por um certo produto indica que mais unidades do produto serão demandadas a cada preço. A demanda aumenta e a curva desloca-se para a direita. Uma variação desfavorável desloca a curva da demanda para a esquerda.

A introdução de um produto novo também altera a demanda, deslocando a curva de demanda para a esquerda.

A demanda por determinado bem será influenciada por alguns fatores, coeteris paribus , o preço desse bem, a renda do consumidor, o preço dos bens substitutos, o preço dos bens complementares e os hábitos e gostos dos consumidores.

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Um aumento no número de consumidores num mercado também provoca um deslocamento positivo da curva de demanda, já que provoca um aumento na demanda.

Da mesma forma, como vimos acima, para bens normais, quando a renda aumenta, a demanda também aumenta, provocando um deslocamento da curva de demanda para a direita, isto é: coeteris paribus ; aos mesmos preços, o consumidor está disposto a adquirir maiores quantidades do produto com a elevação de sua renda.

As expectativas dos consumidores quanto aos preços dos produtos, à disponibilidade dos produtos e à sua renda no futuro podem também deslocar a demanda. Expectativas de elevação de preços no futuro podem induzir o consumidor a comprar mais agora, para evitar os aumentos esperados de preços, aumentando a demanda hoje e deslocando a curva de demanda para a direita.

É preciso ter em mente a diferença entre demanda e quantidade demandada. A demanda é toda a curva que relaciona os possíveis preços a quantidades determinadas. A quantidade demandada refere-se a um ponto específico da curva de demanda, relacionando um preço a uma quantidade.

3.2 A oferta

Enquanto a demanda reflete uma relação que descreve o comportamento de consumidores, a oferta exprime o comportamento dos produtores, mostrando quanto esses empresários estão dispostos a vender a um determinado preço. Assim, as diferentes quantidades que os produtores desejam vender no mercado em um determinado período de tempo constituem a oferta.

Vários são os fatores que condicionam a oferta: o preço do produto a ser ofertado, os preços dos fatores de produção, a

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tecnologia e as preferências do produtor. Se apenas o preço do bem ofertado varia, permanecendo os demais fatores constantes ( coeteris paribus ), obteremos a relação entre o preço de um bem, por exemplo, bananas, e a quantidade dessas que um agricultor deseja oferecer por preço e por unidade de tempo.

Os preços altos estimulam os vendedores a produzir e vender mais. Portanto, quanto mais elevado o preço, maior a quantidade ofertada. A função oferta mostra a relação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus . Tem-se a lei geral da oferta.

Dado um exemplo fictício e um mercado produtor de bananas, obtêm-se as seguintes quantidades ofertadas e seus respectivos preços:

Quadro 2 – Relação de oferta de bananas

1)Preço P (R$ por quilo) 2) Quantidade Q demandada (milhares de quilos de banana por semana) A R$ 10,00 260 B R$ 8,00 240 C R$ 6,00 200 D R$ 4,00 150

Como podemos observar, ao aumentar o preço das bananas, a quantidade ofertada também aumenta, numa relação direta. Isso ocorre porque um aumento do preço no mercado estimula as empresas a produzirem mais, aumentando suas receitas, porque há um aumento nos custos de produção e a empresa precisará aumentar seus preços para manter o mesmo nível de produto.

Assim, a curva de oferta de mercado exprime a relação entre a quantidade de uma mercadoria oferecida por todos os produtores e seu preço com todos os outros fatores (tecnologia,

3 DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO

Como vimos no módulo I, a microeconomia ou teoria dos preços analisa como consumidores e empresas interagem no mercado, e como essa interação determina o preço e a quantidade de um bem específico.

A microeconomia preocupa-se, então, com a formação dos preços de bens e serviços e de fatores de produção em mercados específicos, por meio do estudo do funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado – da interação entre consumidores e produtores obtém-se preços e quantidades produzidas num dado mercado.

Para analisar o comportamento da demanda e da oferta, partiremos de alguns pressupostos básicos estabelecidos pela microeconomia.

Primeiro, para analisar um mercado específico, a microeconomia parte da hipótese coeteris paribus (tudo o mais permanece constante). Ao adotar essa hipótese, pode- se estudar um mercado específico selecionando apenas as variáveis, cuja influência sobre consumidores e produtores desejamos analisar nesse mercado, independentemente da influência de outros fatores ou de outros mercados. Por exemplo: se queremos avaliar o efeito do preço sobre a demanda, supomos a renda constante (mesmo sabendo que a renda também afeta a demanda de um bem), e se queremos

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Coeteris paribus, ou tudo o mais permanece constante; essa forma auxilia na análise microeconômica, pois poderemos manter uma variável congelada no tempo e no espaço enquanto trabalhamos as demais.

Microeconomia é o ramo da eco- nomia que estuda o comportamento de cada “molécula econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas. Para exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas.

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analisar o efeito da renda sobre a demanda, considera-se o preço constante ( coeteris paribus ).

Uma outra hipótese importante é aquela que supõe que os indivíduos atuam como agentes econômicos e são guiados pelo princípio da racionalidade. Segundo esse princípio, empresários estão sempre em busca de maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, consumidores procuram maximizar sua utilidade, trabalhadores procuram maximizar seu lazer e assim por diante.

Logo, os consumidores são aqueles que se dirigem ao mercado para obter um conjunto de bens e serviços com o objetivo de maximizar sua satisfação (utilidade). A firma corresponde à combinação organizada feita pelo empresário de fatores de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) para produzir o máximo possível ao menor custo. Busca-se a maximização da produção e a minimização de custos nas empresas. Uma empresa escolhe o que e quanto produzir em função dos preços e das preferências dos consumidores, já que o empresário produz um bem para vender no mercado.

A teoria microeconômica procura, portanto, explicar como se determinam os preços dos bens e serviços e dos fatores de produção, procurando responder a questões como: por que quando o preço de uma mercadoria aumenta, a sua procura deverá cair, consideradas as demais variáveis constantes?

O livre jogo da oferta e demanda é o elemento fundamental para o funcionamento da economia de mercado, pois é da interação entre consumidores e produtores que obtemos preços e quantidades de equilíbrio. Portanto, faz-se necessário analisar os mecanismos de demanda e oferta de bens e serviços individuais em um mercado competitivo, com um grande número de produtores e consumidores, para compreender como são então estabelecidos os preços dos produtos e as quantidades produzidas.

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3.1 A demanda

As mercadorias são demandadas porque seu consumo proporciona algum prazer ou a satisfação de alguma necessidade dos consumidores, ou seja, um bem possui demanda porque possui utilidade – esta é a capacidade que possuem os bens econômicos de satisfazerem as necessidades humanas. Segundo a teoria do valor-utilidade, o valor de um bem é formado pela satisfação que proporciona ao consumidor, e não pelo custo do trabalho embutido nesse bem. Logo, o valor de um bem se forma por sua demanda.

A demanda é a quantidade de uma mercadoria ou serviço que os consumidores desejam adquirir em um determinado período de tempo. Isso vai depender significativamente do preço dessa mercadoria ou desse serviço. Quanto menor o preço de um bem, maior será a quantidade demandada; quanto maior o preço, menor a quantidade que cada um estará disposto a comprar.

Além do preço, existem, para cada indivíduo, diversas variáveis que condicionam suas escolhas enquanto consumidor, como sua renda, o preço dos outros bens relacionados, seus gostos e preferências. Para analisar a influência de cada uma dessas variáveis sobre a decisão dos consumidores, é preciso nos valer da hipótese coeteris paribus e avaliar o impacto de cada uma separadamente.

A curva de demanda do mercado indica a relação entre as quantidades de um bem ou serviço que todos os consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços, mantendo constantes outros fatores, como gosto, renda e preço de bens relacionados. Há uma relação inversa entre a quantidade demandada e o preço do bem; o restante permanece constante. Essa é a lei geral da demanda. Vamos considerar um mercado de bananas, com muitos compradores e vendedores, cujo controle sobre o preço nenhum dos agentes econômicos possui. O quadro a seguir representa a relação existente entre os preços de venda das bananas e a quantidade em quilos demandada pelos consumidores por semana.

A lei geral da demanda diz: quando o preço de uma mercadoria aumenta, a quantidade consumida desta diminui, mas quando seu preço diminui, a sua quantidade aumenta.

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Quadro 1 – Relação de oferta de bananas

1)Preço P (R$ por quilo) 2) Quantidade Q demandada (milhares de quilos de banana por semana) A R$ 10,00 50 B R$ 8,00 100 C R$ 6,00 200 D R$ 4,00 400

Assim, se o preço da banana for R$ 10,00, serão demandados 50 kg na semana; se o preço for R$ 8,00, serão demandados 100/kg de bananas na semana.

O quadro acima mostra que, quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores estarão dispostos a adquirir. Por outro lado, quanto menor o preço, maior quantidade do bem será demandada.

Uma outra forma de apresentar essas diversas alternativas é pela curva de demanda. Utilizamos, então, um gráfico com dois eixos, colocando no eixo vertical os vários preços P e no horizontal as quantidades demandadas Q.

Para cada preço há uma certa quantidade de bananas que os indivíduos estão dispostos a comprar.

A curva de demanda tem inclinação negativa, ou seja, é decrescente, uma vez que os indivíduos compram mais à medida que o preço se reduz.

Gráfico 1 – Curva de demanda de bananas

Curva de demanda

A equação algébrica da demanda pode ser definida da seguinte forma:Qx = f (px, ps, pc, Y, G).

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A redução das quantidades demandadas de bananas decorrente do aumento dos preços pode ser explicada por duas razões. Ou os consumidores passam a substituir as bananas por outros bens, como maçãs ou mamões, cujos preços permanecerão constantes; ou os outros consumidores deixam de consumir as bananas porque o aumento dos preços ocasionou um encarecimento relativo dessa fruta em relação a outros bens, e uma redução do poder aquisitivo de sua renda, que permanece constante. A redução do poder aquisitivo de sua renda fará com que o consumidor reduza sua demanda de todos os bens, em particular a demanda de bananas.

Em termo algébrico, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem pode ser expressa pela função demanda ou equação da demanda, ou seja: a quantidade demandada Q é uma função do preço P, isto é, depende do preço:

Qd = f(P)

Em que:

Qd = quantidade demandada de um bem ou serviço em determinado período de tempo.

P = preço do bem ou serviço.

Como já destacado, a demanda de um bem ou serviço não é condicionada apenas por seu preço. A renda dos consumidores, o preço de bens substitutos (bem similar que satisfaça à mesma necessidade), o preço dos bens complementares e as preferências dos consumidores também afetam significativamente a demanda dos consumidores.

A relação da renda dos consumidores com a demanda de um produto vai determinar a classificação desse produto como bem normal, bem inferior ou bem de consumo saciado. Quando a demanda de um bem aumenta com o aumento da renda dos

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consumidores, esse bem é um bem normal. Se, por outro lado, o aumento da renda dos consumidores provocar a redução da demanda de um bem, tem-se um bem inferior (o consumo de carne de segunda se reduz com o aumento da renda). Existem ainda os bens de consumo saciados, cuja demanda não é influenciada pela renda dos consumidores (arroz, feijão, farinha, sal, entre outros).

Se a demanda de um bem aumenta em consequência do aumento dos preços de um outro bem, afirma-se que este é um bem substituto ou concorrente, pois há uma relação direta entre o preço de um bem e quantidade de outro (carne e frango, por exemplo). Quando, por outro lado, a demanda de um bem se reduz pelo aumento do preço de um outro bem, denotando a existência de uma relação inversa entre o preço de um e a quantidade demandada do outro, eles são chamados bens complementares (carros e gasolina, por exemplo). Bens complementares são, portanto, bens consumidos conjuntamente.

Para influenciar os hábitos e preferências dos consumidores, as empresas investem pesado em publicidade e propaganda, tentando interferir nessas preferências com o objetivo de elevar a procura de certos bens ou serviços.

3.1.1 Elementos que deslocam a curva de demanda

Alguns dos fatores que influenciam a demanda podem ser responsáveis por um deslocamento da curva de demanda.

Uma variação positiva nos gostos ou preferências de um consumidor por um certo produto indica que mais unidades do produto serão demandadas a cada preço. A demanda aumenta e a curva desloca-se para a direita. Uma variação desfavorável desloca a curva da demanda para a esquerda.

A introdução de um produto novo também altera a demanda, deslocando a curva de demanda para a esquerda.

A demanda por determinado bem será influenciada por alguns fatores, coeteris paribus , o preço desse bem, a renda do consumidor, o preço dos bens substitutos, o preço dos bens complementares e os hábitos e gostos dos consumidores.

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Um aumento no número de consumidores num mercado também provoca um deslocamento positivo da curva de demanda, já que provoca um aumento na demanda.

Da mesma forma, como vimos acima, para bens normais, quando a renda aumenta, a demanda também aumenta, provocando um deslocamento da curva de demanda para a direita, isto é: coeteris paribus ; aos mesmos preços, o consumidor está disposto a adquirir maiores quantidades do produto com a elevação de sua renda.

As expectativas dos consumidores quanto aos preços dos produtos, à disponibilidade dos produtos e à sua renda no futuro podem também deslocar a demanda. Expectativas de elevação de preços no futuro podem induzir o consumidor a comprar mais agora, para evitar os aumentos esperados de preços, aumentando a demanda hoje e deslocando a curva de demanda para a direita.

É preciso ter em mente a diferença entre demanda e quantidade demandada. A demanda é toda a curva que relaciona os possíveis preços a quantidades determinadas. A quantidade demandada refere-se a um ponto específico da curva de demanda, relacionando um preço a uma quantidade.

3.2 A oferta

Enquanto a demanda reflete uma relação que descreve o comportamento de consumidores, a oferta exprime o comportamento dos produtores, mostrando quanto esses empresários estão dispostos a vender a um determinado preço. Assim, as diferentes quantidades que os produtores desejam vender no mercado em um determinado período de tempo constituem a oferta.

Vários são os fatores que condicionam a oferta: o preço do produto a ser ofertado, os preços dos fatores de produção, a

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tecnologia e as preferências do produtor. Se apenas o preço do bem ofertado varia, permanecendo os demais fatores constantes ( coeteris paribus ), obteremos a relação entre o preço de um bem, por exemplo, bananas, e a quantidade dessas que um agricultor deseja oferecer por preço e por unidade de tempo.

Os preços altos estimulam os vendedores a produzir e vender mais. Portanto, quanto mais elevado o preço, maior a quantidade ofertada. A função oferta mostra a relação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus . Tem-se a lei geral da oferta.

Dado um exemplo fictício e um mercado produtor de bananas, obtêm-se as seguintes quantidades ofertadas e seus respectivos preços:

Quadro 2 – Relação de oferta de bananas

1)Preço P (R$ por quilo) 2) Quantidade Q demandada (milhares de quilos de banana por semana) A R$ 10,00 260 B R$ 8,00 240 C R$ 6,00 200 D R$ 4,00 150

Como podemos observar, ao aumentar o preço das bananas, a quantidade ofertada também aumenta, numa relação direta. Isso ocorre porque um aumento do preço no mercado estimula as empresas a produzirem mais, aumentando suas receitas, porque há um aumento nos custos de produção e a empresa precisará aumentar seus preços para manter o mesmo nível de produto.

Assim, a curva de oferta de mercado exprime a relação entre a quantidade de uma mercadoria oferecida por todos os produtores e seu preço com todos os outros fatores (tecnologia,

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