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Etica Nos Negocios E Os Impactos Finaceiros

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Por:   •  13/3/2014  •  9.329 Palavras (38 Páginas)  •  468 Visualizações

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A ética nos negócios e os impactos financeiros

Por se levantarem tais questões e por se tratar de um tema pouco difundido no Brasil, em comparação a países como os EUA, é que este estudo se faz fundamental, principalmente onde a corrupção contamina não somente a classe política, mas chega aos cidadãos comuns na mesma intensidade. Justifica-se também a alta necessidade de análise deste assunto, pois somente através de discussões e debates é que o tema "ética nos negócios" pode deixar de ser tratado como tabu, passando a ser considerado com a seriedade necessária para que as empresas reflitam e amadureçam neste sentido.

O objetivo geral deste estudo é de, sobretudo, explorar os aspectos relacionados à conduta ética nos negócios e seus impactos financeiros e, como objetivo específico, o estudo visa indicar a viabilidade e sucesso da aplicação de métodos e modelos que evitem os impactos decorrentes da má conduta, sob as seguintes hipóteses: a inexistência ou inadequação de controles torna mais propícia a ocorrência de fraudes, e estimula a conduta antiética dentro de uma organização, da mesma forma que uma empresa eficaz em seus processos, inibe e cria defesas contra a má conduta profissional.

Será abordado como objeto principal de estudo a questão da conduta ética e seus impactos financeiros no âmbito interno das organizações. Não será objeto de análise a ética nas organizações, no que se refere à competitividade corporativa ou aos compromissos sociais e ambientais.

Os métodos de estudo empregados tiveram em consideração os objetivos deste estudo, o referencial teórico e as delimitações da análise, portanto foi utilizada a pesquisa bibliográfica, reflexão de dados secundários e, optou-se também por utilizar a pesquisa documental, através de estatísticas colhidas de relatórios de instituições especializadas, visando sintetizar dados numéricos concretos e confiáveis, os quais não poderiam ser obtidos através de pesquisa direta, devido à confidencialidade requerida pelos respondentes e pela dispersão e tamanho da amostragem necessária, tais relatórios contribuíram de forma primordial para a sustentação das hipóteses acima sugeridas e foram fundamentais para responder às problemáticas aqui contidas, o estudo também teve por base as normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Assim, o presente trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema, mas procura ser uma importante contribuição para o meio acadêmico e empresarial.

CAPÍTULO I

ÉTICA

1.1 - Origem e Conceito

O estudo da ética, conforme se tem notícia, foi iniciado por filósofos gregos há vinte e cinco séculos, período marcado por grandes autores, dentre os quais um dos mais destacados é Aristóteles.

Aristóteles (2000 apud CHALITA, 2003, p. 51) formalizou o conceito de ética em várias obras, como em Ética à Nicômaco, que por sua vasta extensão não se pretende resumi-la neste estudo, porém é importante uma rápida contextualização por ser de extremo enriquecimento.

O texto do filósofo grego foi dedicado ao seu filho Nicômaco, que levava o mesmo nome de seu avô. Os dez livros que o compõe são como um guia para que seu filho chegasse ao caminho da felicidade.

Nesta obra, o filósofo afirma que toda ação humana está orientada para o alcance do bem e, sendo o maior bem a felicidade, nossas ações estão voltadas ao alcance da felicidade.

Por exclusão, o autor distingue o homem dos demais seres, afirmando que, viver é comum ao homem e às plantas; sentir também é comum ao homem e aos animais, mas o que separa realmente o homem dos demais é a atividade racional, e assim a razão deve dirigir e regular todos os atos da vida do homem, o que consiste na vida virtuosa, através da qual é possível se chegar à felicidade, que não é presente dos deuses e nem produto do acaso.

Para tanto é necessário indagar sobre a virtude e como ela pode ser usada. Há duas espécies de virtudes: as intelectuais e as morais. As virtudes intelectuais são o resultado do ensino, e por isso precisam de experiência e tempo; as virtudes morais são adquiridas em resultado do hábito, elas não surgem por natureza, mas são adquiridas pelo exercício, como acontece com as artes: "[...] os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos". (ibidem, p. 53).

As virtudes morais consistem em ser um meio entre dois extremos viciosos: quando se trata de coisas, o meio-termo é aquele ponto que se encontra em igual distância entre dois pontos extremos; mas quando se trata do homem, o meio-termo é aquilo que não peca nem por excesso e nem por defeito, por exemplo, a coragem é meio-termo em relação ao medo e a confiança, a covardia seria a falta, já o excesso seria a bravura; o orgulho é o meio-termo entre a honra e a desonra, já a falta seria considerada como humildade extrema, e o excesso, como vaidade.

Quanto à obra de Aristóteles (ibidem, p. 56), uma das partes de maior valor é sem dúvida aquela em que defende que amizade baseia-se no amor do homem por si próprio. Quando fala de pessoas, tratando os seus amigos como Outros Eus, ou como partes de Si próprios, pretende significar que um homem pode estender seus desejos de tal forma que o bem-estar de outro pode tornar-se, para si, um objeto de interesse, tanto quanto o seu próprio bem-estar.

O exercício da virtude diz respeito aos meios, logo, a virtude está no poder de escolha. Em outras palavras, pode se escolher entre a virtude e o vício, porque se cabe a alguém o agir, também caberá o não agir, competirá ser virtuoso ou vicioso. Portanto, através da escolha, o homem torna-se responsável por seus atos e pela constituição de seu caráter. Aquele que age contra a regra que conhece como pessoa educada, consente em ser cego à lei, e não saber mais onde está o bem; a ignorância da regra pelo adulto, se é produto de uma vida libertina, acresce culpabilidade, já uma criança, não pode ser culpada por não conhecer determinada regra que não lhe foi apresentada.

Para Aristóteles (ibidem, p.73) o início da formação do caráter é a infância. O elemento que diferencia o jovem do adulto é que o primeiro age para formar seu caráter, enquanto o segundo age a partir do seu caráter, com a intenção de realizar seu fim, ser feliz. Contudo, na medida em que os

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