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Introdução à Teoria do Consumidor

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Por:   •  23/9/2013  •  Tese  •  1.147 Palavras (5 Páginas)  •  580 Visualizações

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Introdução à teoria do consumidor

Pedro Cosme da Costa Vieira

2004

Introdução à Teoria do Consumidor

Autor e Editor: Pedro Cosme da Costa Vieira

Faculdade de Economia do Porto

R. Dr. Roberto Frias, s/n

4200-464 PORTO

PORTUGAL

Todos os direitos desta publicação estão reservados e nenhuma parte desta pode ser reproduzida sem a prévia autorização por escrito do autor

Esta publicação foi composta em Microsoft Word 2002 (TM).

Edição Electrónica

Depósito Legal nº 216177/04

Outubro 2004

Índice

1. Introdução 7

1.1 Objecto da Microeconomia 8

1.2 Ciência normativa versus positiva 9

1.3 Definição de teoria 11

2. Princípios microeconómicos fundamentais 14

2.1. Relação entre valor e escassez 15

Valor das coisas 15

Valor médio 18

Valor marginal 21

Matematização da realidade 24

Valor e escassez 26

2.2. Afectação alternativa / análise custo – benefício 27

Análise custo – benefício 28

Preço de reserva 30

Custo de oportunidade 31

Custo afundado 34

Análise custo/benefício marginal 37

Análise custo - benefício de cabazes não separáveis 42

Exercícios resolvidos 45

2.3. Curvas da oferta e da procura 49

Curva da oferta 50

Curva da procura 54

Preço de transacção 56

Efeito da existência de concorrência 59

Equilíbrio de Nash e de Pareto 62

Equilíbrio de concorrência perfeita 63

Perspectiva normativa do equilíbrio de mercado 65

Alteração das curvas da oferta e da procura 68

2.4. Conclusão 70

3. Enquadramento institucional 71

3.1. Conceito de mercado 71

Bens transaccionáveis 75

Especialização/ vantagens comparativas 76

Curva das possibilidades de produção 82

3.3. Análise parcial 82

3.4. Curva da procura de mercado 84

3.5. Curva da oferta de mercado 87

3.6. Elasticidade da procura e da oferta 90

Despesa dos consumidores / lucro dos vendedores 93

Ganho dos consumidores 95

3.7. Preço e quantidades transaccionadas no mercado 97

Preço de concorrência perfeita 99

3.8. Perturbações ao equilíbrio de concorrência 102

Alteração da curva da oferta 102

Alteração da curva da procura 104

Choque da oferta ou da procura? 106

Introdução de um imposto no preço 107

Introdução de um limite mínimo/máximo no preço 111

3.9 Exercícios resolvidos 117

4. Teoria da utilidade 123

4.1 Função de utilidade 123

4.2 Isoquanta – curva de indiferença 126

4.3. Taxa de substituição (arco e marginal) 130

4.4. Preços e restrição orçamental 133

4.5. Determinação aproximada das isoquantas 140

4.6. Efeitos da alteração dos preços 141

Curva da procura 143

Bens normais e bens Giffen 148

4.7. Efeito do rendimento na quantidade procurada 150

Elasticidade “quantidade procurada / rendimento” 153

4.8. Função procura compensada 154

Função procura inversa 155

Bens complementares 159

Quadro resumo da classificação dos bens 161

4.9. Afectação inter-temporal dos recursos 162

4.10. Agregação da função procura individual 168

4.11. Oferta de trabalho 170

Efeito de um aumento do salário horário 172

4.12. Excedente do consumidor e curva da procura 173

4.13. Falhas de Mercado 181

4.14. Curva da procura na Macroeconomia 183

5. Bibliografia 185

1. Introdução

Este texto introdutório à Microeconomia versa sobre a teoria do consumidor. A sua leitura obriga apenas que o leitor tenha conhecimentos matemáticos sobre funções reais de variáveis reais. Em particular, tem que conhecer o significado do conceito de derivada num ponto.

A exposição é sobre uma teorização do comportamento do indivíduo humano e por isso é abstracta e complexa. No entanto, tento partir de situações intuitivas e sobre elas formalizar modelos matemáticos e derivar gráficos ilustrativos que permitam a compreensão das teorias e ver da sua aderência à realidade.

O texto, além deste capítulo introdutório, está organizado em três partes que versam, fundamentalmente, sobre o mesmo: como o equilíbrio de mercado (o preço e a quantidade transaccionada) resulta do interesse de cada indivíduo. No entanto a perspectiva é diferente e em cada capítulo são apresentados novos conceitos. Esta repetição justifica-se em termos pedagógicos, já que a pausa e o retomar de conceitos já expostos permite que o aluno enquadre, critique e consolide os conceitos microeconómicos que vão sendo expostos.

1.1 Objecto da Microeconomia

A Microeconomia trata das escolhas dos indivíduos quanto à afectação dos recursos escassos que têm disponíveis, a afectação das coisas. Assim, estuda os fundamentos das escolhas económicas de cada indivíduo e a sua evolução com a alteração dos preços das coisas. Além de considerar as decisões individuais, a Microeconomia pode ainda considerar um certo nível de agregação. No entanto a agregação é sempre de coisas idênticas (homogéneas) e em quantidades. Por exemplo, podem ser considerados em conjunto os consumidores de laranjas e em conjunto os vendedores de laranjas, sendo que, apesar de haver muitas variedades de laranjas, é assumido que para um certo grau de abstracção são idênticas. A agregação será, por exemplo, em toneladas produzidas para temperatura.

Oposto à Microeconomia que se debruça sobre as escolhas individuais, existe a Macroeconomia que estuda realidades agregadas ao nível dos países, sendo que a agregação é feita em termos monetários (multiplicando as quantidades pelo preço de mercado). A “Economia Industrial” que estuda realidades ao nível da “indústria” (que genericamente são conjuntos de empresas que usam tecnologias idênticas e/ou produzem bens idênticos) é a disciplina intermédia entre esta duas, podendo considerar agregações em valor ou em quantidades. A Microeconomia, por questões de sistematização, pode ser dividida em diversas “especialidades”, nomeadamente a teoria do consumidor, a teoria do produtor, teoria dos mercados, teoria dos bens públicos, etc.

1.2 Ciência normativa versus positiva

Quando o Homem procura conhecimento tem sempre dois objectivos em mente: ou quer satisfazer a sua curiosidade (perspectiva positiva) ou quer melhorar a sua situação e o meio que o rodeia (perspectiva normativa).

Na perspectiva positiva (do positivismo), como o Homem procura o conhecimento apenas para satisfazer a sua curiosidade, não questiona se a coisa conhecida é boa ou má. Por exemplo, na procura dos constituintes da matéria, o “facto” de todos os materiais serem formados por moléculas que resultam da combinação de átomos elementares, não é bem nem é mal, nem se procura que seja alterado.

Na perspectiva normativa (prática), como o Homem procura o conhecimento para melhorar a sua situação e o meio que o rodeia, tem que fazer um juízo de valor quanto ao que é melhor e o que é pior e em que sentido será o melhoramento. Por exemplo, o mesmo conhecimento da “lei” de que todos os materiais são formados por moléculas permite projectar alterações da estrutura molecular que melhorem as características dos materiais, tornando-os mais duráveis, mais baratos, mais úteis, mais leves, menos nocivos para o meio ambiente, etc.

A dificuldade da perspectiva positiva do conhecimento é que, ao não haver objectivos práticos, é difícil justificar em termos económicos o seu financiamento. Por exemplo, é conhecida de todos a discussão acerca da necessidade do Estado subsidiar o Teatro, os museus, a investigação filosófica, a arqueologia, etc.

A dificuldade da perspectiva normativa é que não existe uma classificação absoluta do que é bom e do que é mau, não sendo possível, sem erro, dizer em que sentido é melhorar. Por exemplo, nos anos de 1970 o governo da R. P. da China, observando que certas aves comiam arroz, decidiu que essas fossem exterminadas. Acontece que a matança induziu uma praga de insectos que destruiu as colheitas. Neste caso adoptou-se uma direcção errada ao não ter sido tomado em conta que juntamente com o arroz, as aves comiam insectos nocivos para as colheitas.

Também acontecem erros na previsão da importância económica do conhecimento. Desta forma, muito do que se pensava que iria ter muita utilidade, não serviu para nada e, pelo contrário, muito do que foi descoberto com espírito positivo veio a ter muita utilidade. Por exemplo, na “conquista espacial” foram aplicados muitos recursos e não serviu, em termos económicos, para quase nada. Por outro lado, a investigação física/matemática do Renascimento que até era proibida porque, entre outras razões, não servia para nada, tornou-se fundamental no desenvolvimento das Engenharias. É esta a justificação para o Governo financiar actividades de investigação que não parece ter utilidade

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