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Modelos De Comunicação

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Por:   •  17/9/2014  •  9.655 Palavras (39 Páginas)  •  343 Visualizações

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Modelos de Comunicação

A comunicação, enquanto processo, é indissociável do universo em que ocorre. Qualquer acto comunicativo está ligado ao todo, tudo está ligado com tudo. No entanto, para tornar a realidade compreensível, ou seja, para tornar compreensíveis os actos comunicativos, os teóricos têm desenvolvido vários modelos dos processos comunicacionais. Estes foram criados e têm como objectivo compreender e estudar a realidade comunicacional. São vários os modelos de comunicação existentes, no entanto neste trabalho irão ser abordados quatro desses modelos, são eles os modelos de base linear ou de informação, os modelos de base cibernética ou circulares, modelos de comunicação de massas, e os modelos culturais ou socioculturais.

1-Modelos de Base Linear

Os modelos de base linear, são modelos que dissociam as funções do emissor e do receptor e apresentam a comunicação como sendo a transmissão de mensagens entre esses dois pontos e num único sentido1. Neste campo surgiram vários modelos de comunicação, sendo os mais representativos o modelo linear de Lasswell, Shannon, Weaver e Schramm, sendo que neste trabalho os que irão ser estudados são os modelos lineares de Lasswell e o de Shannon e Weaver.

1.1) Modelo Linear de Lasswell

Lasswell sustentou que uma forma de descrever um acto de comunicação é responder a cinco questões: Quem?; Diz o Quê?; Através de que meio?; A quem?; Com que efeito?

Este modelo indica-nos que a iniciativa de um acto de comunicação é sempre do emissor e que os efeitos ocorrem unicamente no receptor, quando, na verdade, um acto comunicativo não tem início bem definido e os emissores e receptores se influenciam mutuamente2. De acordo com Lasswell, o estudo da comunicação tende a centrar-se nas interrogações que fazem parte do seu modelo. Pode, assim, sistematizar-se o estudo da comunicação em vários campos:

Quem?

Estudos sobre o emissor e a emissão das mensagens

Diz o quê?

Análise do discurso

Por que canal?

Análise do meio

A quem?

Análise da audiência e estudos sobre o receptor e a recepção de mensagens

Com que efeito?

Análise dos efeitos das mensagens e da comunicação

Este modelo é baseado em três premissas fundamentais, são eles:

· Os processos de comunicação são estritamente assimétricos, com um emissor activo que produz o estímulo e uma massa passiva de destinatários que, ao ser “atingida” pelo estímulo reage.

· O processo comunicativo é intencional e tem por objectivo obter um determinado efeito, observável e susceptível de ser avaliado.

· Nos processos comunicativos, os papéis de comunicador e destinatário surgem isolados, independentes das relações sociais, situacionais e culturais em que estes se realizem1.

Este esquema linear apresentado por Lasswell é caracterizado pela apresentação de um sujeito estimulador (quem?) que gera estímulos provocando um conjunto de respostas no sujeito experimental (receptor); por estímulos comunicativos (o quê?) que originam uma determinada conduta comunicativa; por instrumentos comunicativos, linguagens e suportes, métodos e técnicas que tornam possível a aplicação dos estímulos comunicativos (em que canal?); e por um sujeito experimental (a quem?) que recebe esses estímulos e vai reagir de acordo com eles (efeitos) 2.

1.1.1 - Críticas ao Modelo

O modelo de Lasswell é um modelo claramente funcionalista, pois atomiza e articula em vários segmentos funcionais, objectivados, o fenómeno da comunicação, propondo, consequentemente, vários campos de estudo. Assim, o modelo mereceu várias críticas, sobretudo dos teóricos que não se revêem nas posições funcionalistas. Estes dizem, por exemplo, que o modelo de Lasswell é linear, quando o processo de comunicação é complexo, admitindo várias formas que transvazam dessa aparente linearidade; que é um modelo redutor, já que não dá conta de várias variáveis, como o feedback; que é um modelo compartimentado, pois segmenta em diferentes elementos aquilo que, na realidade, é um todo, o processo de comunicação; que é um modelo que pressupõe que o efeito constitui uma mudança observável ou mesmo mensurável que se regista no receptor, quando isto pode não ocorrer; finalmente, que não dá conta do contexto do processo de comunicação, nomeadamente da história e circunstâncias dos seus elementos. Este modelo teve o inconveniente de ter suscitado várias abordagens importantes e decisivas, mas que não tinham ligação entre si e impediam a construção de uma síntese coerente do modelo, no seu todo, levando a que o fenómeno da comunicação fosse abordado de ângulos diferentes, tais como a produção, o conteúdo, os media, a audiência e o impacto.

No entanto e independentemente das críticas, o modelo de Lasswell é bastante pertinente, constituindo, ainda hoje um bom auxiliar para o estudo da comunicação. Aliás, o modelo de Lasswell foi proposto num tempo em que os estudos da comunicação ainda se estavam a desenvolver, representando um passo em frente para o conhecimento comunicacional2.

1.2) Modelo Linear de Shannon e Weaver

Um outro processo de comunicação foi apresentado, em 1949, pelo matemático Claude Shannon e pelo engenheiro Warren Weaver. Tratava-se de um modelo para o estudo da comunicação electrónica. No entanto, o modelo pode ser aplicado ao estudo de outras formas de comunicação. Para Shannon e Weaver, o processo de comunicação electrónica pode ser descrito graficamente da seguinte maneira:

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Segundo o esquema, a fonte de informação elabora e envia uma mensagem; a mensagem chega a um transmissor, que transforma a mensagem num sinal. O sinal pode estar sujeito a ruído (interferências). Por esta razão, o sinal emitido pode ser diferente do sinal captado pelo receptor. O receptor capta o sinal e fá-lo retornar à forma inicial da mensagem, de maneira a que esta possa ser percepcionada e compreendida pelo receptor.

Num exemplo prático, um jornalista de rádio pode enviar uma mensagem oral aos destinatários por meios analógicos. Essa mensagem será transformada

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