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O CIRQUE DU SOLEIL A REINVENÇÃO DO ESPETÁCULO

Por:   •  28/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  4.564 Palavras (19 Páginas)  •  119 Visualizações

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Estudo de Caso - CIRQUE DU SOLEIL

A REINVENÇÃO DO ESPETÁCULO

Lyn Heward e John Bacon.

Frank Castle, um agente esportivo em crise profissional, está na cidade norte-americana de Las Vegas, cansado das palestras do congresso de marketing que o levou à cidade, quando segue dois homens por uma série de sete portas que o conduz a um amplo teatro. Passados "uns dez ou vinte minutos", Frank é descoberto por "uma mulher de ar cordial, esguia, de meia-idade, com cabelos ruivos escuros e curtos, vestindo um elegante casaco de camurça".

Trata-se de Diane McKee, presidente da divisão de conteúdo criativo do famoso Cirque du Soleil. É ela quem apresenta pela primeira vez o circo ao agente esportivo: "O Cirque foi fundado em Quebec, Canadá, em 1984, e hoje temos 11 espetáculos espalhados pelo mundo, quatro só aqui em Las Vegas". Mais do que isso, ela lhe dá ingressos para o espetáculo KÀ e o convida para conhecer os bastidores.

"Eu acredito na importância das portas erradas, do acaso. Não posso deixar de pensar que nós nos encontramos por algum motivo", diz Diane. Em seguida pergunta a Frank qual a diferença entre seu trabalho e o espetáculo que acabara de assistir. Diante da resposta do agente esportivo de que passava o dia negociando contratos, ela afirma: "Nossos advogados também negociam contratos, e nossa equipe de marketing lida com as mesmas empresas que você. A diferença é que eles provavelmente não fazem nada disso do mesmo jeito que você. Todo mundo aqui procede de maneira meio diferente, qualquer que seja sua função. Ninguém perde a ligação com nosso produto final, que são os shows em si. Não administramos uma linha de montagem, em que as pessoas ficam isoladas em seus cubículos. Todos fazem parte daquilo que acontece no palco, e é por isso que se encontra sempre gente comum nos bastidores".

Frank volta a Chicago, a cidade em que vive e trabalha, e acaba descobrindo que "a chama que o Cirque acendera não se deixaria apagar com tanta facilidade". Diante disso, ele resolve assumir o caso de uma ginasta universitária que acabara de se candidatar a um teste no Cirque (Cari Schultz) e, mais tarde, solicitar ao presidente de sua empresa um período sabático para voltar à sede do circo, em Montreal.

É a partir daí que Frank, guiado em parte pela própria Diane, em parte por um programa planejado por ela e que inclui uma versão condensada do estágio por que passam no Cirque os novos artistas, começa a aprender as mais valiosas lições sobre o processo criativo e cultural da empresa.

A Razão de Ser de Nosso Trabalho"

Diane recebe Frank e Cari e fala sobre a sede do Cirque du Soleil: "Nossa sede foi inaugurada em 1997. Ficamos durante anos no centro, instalados numa velha oficina de locomotivas, e sabíamos que precisávamos de algo mais espaçoso. Então, construímos este complexo, na ilusão de que ele seria suficiente para atender as nossas necessidades por, no mínimo, uma década. Contudo, bastaram três anos para voltarmos a ficar sem espaço; então, duplicamos o que tínhamos com outro edifício, anexo a este, mas em dois anos já ficamos apertados outra vez".

Enquanto percorrem os corredores da sede, encontram cartazes de espetáculos do Cirque e Diane explica a razão: "É importante lembrar às pessoas que, qualquer que seja sua função no Cirque du Soleil, sejam acrobatas ou contadores, é por esses shows que elas fazem o que fazem. Isso ajuda a manter a motivação da equipe".

“A Paixão é a Alma de Tudo o Que Fazemos"

Ao encontrar um angustiado diretor de criação, Frank presencia um diálogo dele com Diane sobre prazos e orçamentos. E se surpreende ao pensar que esse tipo de "regra" valeria para um circo.

"Temos prazos e orçamentos, sim, e como! Sem eles, creio que não teríamos nem metade de nossa criatividade. São eles que nos obrigam a criar soluções que do contrário jamais nos ocorreriam. É incrível a capacidade de motivação que os limites de tempo, dinheiro e recursos podem ter. Algumas de nossas ideias mais inspiradas surgiram das mais espartanas situações."

Esse comentário faz com que Frank perceba pela primeira vez que, apesar da informalidade do traje, todos os funcionários do Cirque dão "um duro danado". Diane concorda: "Você vai ver que essa turma trabalha pesado e não só os artistas, mas todos. Uma das advogadas, Julia, faz mais horas extras no Cirque que num grande escritório de advocacia. E faz isso não por ser obrigada, mas por amor: é apaixonada pelo que fazemos. Sei que a maioria de nós, aliás, é. Só que isto aqui não é para qualquer um. Tem gente que prefere mais estrutura, mais segurança, menos cobrança para que cada um produza algo especial. Essas pessoas geralmente acabam se sentindo deslocadas logo nos primeiros meses. A paixão é a alma de tudo o que fazemos; sem ela, não se fica aqui por muito tempo".

"Um Novo Jeito de Pensar"

Em seguida, Frank acompanha o ensaio de um grupo de acrobatas e

especialmente a dificuldade de Alex, que participaria de seu primeiro número em conjunto, para entender, nas palavras de seu treinador, que "o que a gente faz aqui no Cirque não é mera ginástica. Queremos artistas! Há uma grande diferença".

De acordo com o treinador, para fazer essa transição, dos atletas para os artistas, é preciso aprender um modo novo de pensar. Muitos dos artistas do Cirque são ex-ginastas, habituados a competições. Eles nunca são estimulados a ser criativos ou a trabalhar em equipe.

"Desde o princípio, a gente se empenha por apagar as linhas que separam o esporte da arte, o indivíduo do grupo", acrescenta. Outro aprendizado importante foi o de que o Cirque é uma empresa, uma organização dispendiosa e extremamente complexa. "Podemos conquistar credibilidade suficiente ao longo dos anos para cometer um ou dois erros, mas é preciso também apresentar resultados."

"Melhor Você se Arriscar"

Acompanhando o teste de Cari, Frank conhece outra característica importante que o Cirque busca nos profissionais que contrata, de acordo com Diane: "Ela é atrevida. Se a pessoa tem coragem e generosidade suficientes, o resto a gente pode ensinar. Para mim, a criatividade tem a ver, antes de mais nada com coragem, disposição para correr riscos, experimentar coisas novas e compartilhar experiências com os outros".

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