Karen Mingst - Principios de Relações Internacionais
Por: Paula Ferolla • 5/10/2015 • Resenha • 8.523 Palavras (35 Páginas) • 2.304 Visualizações
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								CAPÍTULO 1
Liberalismo
- A natureza humana é basicamente boa
 - Estados cooperam e seguem normas e procedimentos acordados
 
Realismo
- Sistema internacional anárquico
 - Interesse nacional definido em termos de poder
 - Estrutura do sistema baseada na distribuição de poder entre Estados
 
Teoria radical
- Estado é agente do capitalismo internacional
 - Sistema internacional estratificado
 
Outras teorias
- Pós-modernismo: questionam a noção de Estado; Estados não agem de forma regular; desconstruir conceitos e criar múltiplas realidades.
 - Construtivismo: estruturas do sistema são intersubjetivas e sociais; Interesse dos Estados não é fixo; o discurso modela o modo como os protagonistas políticos definem seus interesses.
 
CAPÍTULO 2
- Desintegração do Império Romano no séc. V
 - Ano 1000 – surgimento da civilização árabe, do Império Bizantino e restante da Europa (feudos)
 - Na Europa Ocidental o feudalismo foi a resposta à desordem predominante
 - Instituição preeminente era a Igreja – autoridade em Roma e nos senhores feudais
 - Após ano 1000: Expansão da atividade comercial e rotas de transporte mais seguras; práticas diplomáticas; inventos tecnológicos; comunidade transnacional de indivíduos com interesse em negócios em diversas localidades
 - Nicolau Maquiavel (1469-1527)
 
- Ilustra as mudanças que ocorriam e divergências entre mundo secular e igreja
 - Conclamou que líderes articulassem seus próprios interesses
 
- Desejo de expansão ao Novo Mundo – 1500 a 1600
 - Jean Bodin (1530-1596): “a soberania era o poder absoluto e perpétuo investido em uma comunidade”.
 
- Soberania não é ilimitada, mas está sujeita às leis de Deus e da natureza
 - É limitada pelo tipo de regime político
 
- Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) -> Tratado de Westfalia
 
- O tratado criou o conceito de soberania: pequenos Estados da Europa Central conquistaram soberania, os monarcas tinham autoridade para escolher a versão do cristianismo para o povo, criando também a noção do Estado territorial. Estados podiam determinar suas políticas internas sem interferências.
 - O tratado estabeleceu um grupo que dominou o mundo até o início do século XIX: Áustria, Rússia, Prússia, Inglaterra, França e Províncias Unidas.
 
- Inglaterra, França e Holanda: renascimento econômico e capitalismo (bancos e empresas)
 - Oeste: foco na agricultura
 - Adam Smith (1723-1790): mão do mercado, ou seja, quando indivíduos trabalham em prol de seus interesses, o sistema funciona sem esforço.
 - Revolução Americana – 1776
 - Revolução Francesa – 1789 contra o governo absolutista
 - John Locke (1632-1704): Estado é uma instituição benéfica criada por homens racionais para defender seus direitos naturais (vida, liberdade e propriedade), bem como interesses pessoais. Os homens concordam livremente.
 
- Poder legitimo nas mãos do povo
 - Legitimidade do consentimento dos governados
 
- Concerto da Europa – paz no sistema após derrota de Napoleão e Congresso de Viena
 - Drásticas mudanças políticas e divisão da África entre países
 
- 1- Solidariedade por serem europeus, brancos, civilizados.
 - 2 - Elites europeias eram unidas no medo da revolução das massas
 - 3 - Unificação da Alemanha e da Itália
 
- Conceito de Equilíbrio de poder: os Estados temiam o surgimento de qualquer Estado hegemônico; o status quo era aceitável a todos
 - Alianças se solidificaram com o enfraquecimento do equilíbrio de poder
 
- Tríplice Aliança – Alemanha, Áustria e Itália
 - Dupla Aliança – França e Rússia
 - Japão e Inglaterra
 
- Primeira Guerra Mundial
 
- Sistema de alianças
 - Surgiu uma proliferação de nacionalismos
 - Alemanha foi vencida e teve que pagar reparações
 - Cumprimento do Tratado de Versalhes era responsabilidade da Liga das nações, cuja entidade jurídica era faca e instrumentos, ineficientes.
 
- Segunda Guerra Mundial
 
- Hitler – correção das injustiças da primeira guerra
 - Aliança entre URSS, EUA, Grã-Bretanha e França, entre outros
 - Guerra Fria: duas superpotências como protagonistas
 - Reconhecimento das incompatibilidades entre URSS e EUA
 - EUA: liberalismo democrático com base no capitalismo, que aceitava o mérito e o valor do indivíduo
 - URSS: Marxismo, burguesia contra a propriedade dos meios de produção e o controle. A solução seria que o proletariado tomasse o controle (socialismo).
 - Outro resultado da guerra foi o início do fim do sistema colonial
 - Os europeus estavam mais interessados em lutar contra o socialismo do que em manter controle colonial
 - Percepção de que as diferenças entre as potencias seriam dirimidas indiretamente, sem confrontação direta (relações internacionais tornaram-se globais)
 - Armas nucleares e o consequente impasse bipolar
 - EUA + Canadá + Austrália + países da Europa Ocidental (Otan) CONTRA URSS + Aliados do Pacto de Varsóvia
 - Crise dos misseis em Cuba (1962)
 - Coreia do Norte X Coréia do Sul (1950)
 - Guerra do Vietnã – Vietnã do Sul aliado à França, EUA, Filipinas e Tailândia contra o regime comunista rival no Vietnã do Norte aliado à URSS
 - Nem sempre as ações agressivas por parte de uma superpotência resultavam em um conflito ou reação de guerra
 - Importância estratégica do Oriente Médio – Guerra dos seis dias e Guerra do Yom Kippur
 - Reuniões de Cúpula
 
- Cúpula Glassboro (1967): iniciou o alívio das tensões (détente)
 
- Guerra Fria como longa paz (John Lewis Gaddis)
 
- Intimidação nuclear: países não tinham coragem de usar as armas nucleares, pois poderia por em risco a existência dos Estados
 - Divisão de poder entre EUA e URSS
 - Estabilidade imposta pelo poderio econômico dos EUA
 - Liberalismo econômico
 - Predeterminada, conforme período de 100 a 150 em que ocorre guerra global
 
- Pós Guerra-Fria
 
- Queda do muro de Berlim
 - Glasnost (abertura politica) e Perestroika (abertura econômica)
 - Renúncia de Gorbachev em 1991 e desintegração da URSS em 1992-1993
 - Gorbachev sugeriu que os membros do CS se tornassem garantidores da segurança regional (exemplo: expulsão do Iraque no Kuwait)
 
CAPÍTULO 3
- Níveis de análise
 
- Individual: percepções, personalidade e escolha dos líderes
 - Estado: tipo de governo, sistema econômico
 - Sistema internacional: características anárquicas desse sistema, alianças, corporações internacionais
 
- Liberalismo ou idealismo
 
- Povo pode melhorar suas condições materiais e morais
 - Mau comportamento é resultado das instituições inadequadas ou corruptas
 - Guerra, injustiça e agressão podem ser evitadas com reforma institucional
 - Liberdade humana é melhor no capitalismo de mercado e em democracias
 - Iluminismo e sua visão otimista quanto a natureza humana
 - Cooperação surge pelo estabelecimento e reforma de instituições que permitam interações cooperativas
 - Institucionalismo neoliberal – Robert Axerlrod e Robert O. Keohane: não acreditam que os homens cooperam naturalmente
 - Para os institucionalistas, a cooperação é do interesse de cada protagonista, e por isso ocorre
 - Teoria ganhou credibilidade no final da guerra fria
 
- Realismo ou neo-realismo
 
- Visão de homem egoísta e sedento de poder
 - Hobbes – homem mau
 - Estados vivem em busca de seus interesses nacionais
 - S.I. é anárquico
 - Preocupação dos Estados é lidar com a insegurança do sistema
 - Tucídides – História da Guerra do Peloponeso
 
- Estado é o principal protagonista da guerra
 - Estado é um protagonista unitário
 - Tomadores de decisão que agem em nome do Estado são racionais
 - Preocupação com segurança
 
- Maquiavel – O Príncipe
 
- Líder deve estar atento a ameaças contra a sua segurança e do Estado
 - Alianças e estratégias ofensivas e defensivas
 
- Dogma central – Estados existem em um S.I anárquico -> Thomas Hobbes
 - Moralidade deve ser julgada pelas consequências políticas de uma politica
 - Após a Segunda Guerra – Morgenthau (Política entre as nações)
 
- Melhor técnica para gerenciar poder é equilibrá-lo
 
- Realistas defensivos: todos os Estados devem seguir políticas de restrição, sem chegar a níveis perigosos de desconfiança
 - Realistas ofensivos: não é possível ter 100% de confiança em outro Estado na anarquia internacional
 - Neo-realismo, Keneth Waltz (Teoria da Política Internacional)
 
- A estrututa do sistema é o principal fator explanatório: ausência de autoridade e distribuição das capacidades entre os Estados
 - Equilíbrio de poder é determinado pela estrutura do sistema (ao contrário dos realistas tradicionais)
 - A sobrevivência dos Estados depende de ter mais poder do que os outros.
 - Preocupação com trapaças em acordos
 
- Radicalismo
 
- Karl Marx (1818-1883)
 - Principal preocupação é explicar a relação entre meios de produção, relações sociais e poder (analise histórica)
 - Economia tem uma importância primária para radicais
 - Estrutura do sistema é hierárquica e subproduto do imperialismo
 - Países desenvolvidos se expandem, vendendo mercadorias e riquezas excedentes, em detrimento dos países em desenvolvimento.
 - Exploração dos que estão em menor posição – capitalismo
 - Lênin (1870-1924): o imperialismo leva à guerra, pois Estados se expandem por necessidade, dividem controle de mercados e a guerra torna-se inevitável
 - Poucas opções para Estados da periferia (restrição)
 - Pessimismo quanto as possibilidades de mudança
 
- Construtivismo
 
- Opinião de que, vista a complexidade do mundo, nenhuma teoria totalmente abrangente é possível
 - Comportamento dos Estados é moldado pelas crenças e identidade das elites
 - Construtivistas evitam o conceito de estruturas materiais
 - Consideram poder importante, como poder das ideias, da cultura e da linguagem
 - Descobrir as fontes de poder entre Estados
 - Soberania não é um conceito absoluto: Estados tem sua soberania desafiada
 
CAPÍTULO 4
Sistema Internacional segundo liberais
- Um processo no qual ocorrem múltiplas interações (Estados, OIG, ONG, multinacionais e protagonistas estatais)
 - Segurança, economia e questões sociais também são interesses comuns
 - Sistema interdependente (vulnerabilidade em relação a outros Estados)
 - Sociedade internacional- protagonistas tem identidade em comum, concordam com regras e instituições, processo para interações positivas.
 - Institucionalismo neoliberal – visão de que o sistema é anárquico, mas potencialmente positivo.
 
Sistema Internacional segundo realistas
- Anárquico, onde o Estado é soberano.
 - Realistas tradicionais: Estados moldam o sistema
 - Neo-realistas: Estado são restringidos pela estrutura do sistema
 - Polaridade do sistema (discussões entre realistas) e sua relação com a estabilidade
 
- Multipolaridade
 - Bipolaridade
 - Unipolaridade
 
- Sistema bipolar é difícil de regular formalmente pois Estados não obedecem a OIs, então a regulação informal é mais fácil. Segundo Waltz, o sistema bipolar é a estrutura mais estável a longo prazo. Tenta-se preservar o equilíbrio de poder para que os Estados estavam seguros.
 - Outros dizem que a regulação do sistema é mais fácil na multipolaridade, em que há Estados equilibradores.
 - Além disso, defensores da unipolaridade afirmam sua estabilidade apontando para o exemplo dos EUA após a Guerra Fria e a Gra Bretanha no séc. XIX. Quando o Estado hegemônico perde poder a estabilidade fica comprometida.
 - Porque os Sistemas mudam? Segundo os realistas, é porque mudam os protagonistas, e logo, muda a distribuição de poder e questões exógenas (ex: aviões transatlânticos, satélites, foguetes).
 - Armas nucleares foi a mudança tecnologia que causou o maior impacto no sistema. Estados nucleares não querem uma mudança no status quo, então impõe restrições quando outros apresentam intenções nesse sentido, o que leva a instabilidade.
 
Sistema Internacional segundo radicais
- Estratificação de Estados, com base na divisão desigual de recursos (aparato militar, poder econômico, etc).
 - A estratificação influencia a estabilidade e a capacidade de regulação do sistema.
 - Capitalismo é a estratificação que danifica o sistema (fracos privados pela dominação dos fortes). Segundo os marxistas, o capitalismo gera meios de dominação.
 - Teóricos como Immanuel Wallerstein vêem a possibilidade de mudança no sistema. Exemplo: Inglaterra -> EUA
 - Capitalismo é uma força dinâmica (declínio e expansão)
 - Radicais discordam quanto a estratificação do sistema ser alterada.
 
Sistema Internacional segundo construtivistas
- Várias ideias sobre como o sistema muda
 - Martha Finnemore e quatro ordens internacionais europeias
 
- Ordem de equilíbrio no séc. XVIII
 - Ordem de concerto no séc. XIX
 - Sistema de esfera de influência no séc. XX
 - Nova ordem após Guerra Fria (promoção da democracia liberal, direitos humanos e capitalismo)
 
- Construtivismo traz os mecanismos que levam a mudança
 
- Nível coletivo: Instituições internacionais, direito internacional, movimentos sociais e ordem jurídica
 - Nível individual: persuasão e internacionalização das novas normas
 - Mudanças em normas e ideias modelam o sistema
 
CAPÍTULO 5
- Estado
 
- Deve ter base territorial
 - População estável
 - Governo ao qual a população é fiel
 - Estado reconhecido por outros Estados
 
- Nação
 
- Grupo de pessoas que compartilham características
 
- Estado pós-westphaliano pode assumir várias formas: Estado-nação, Estado com várias nações, por exemplo
 
Visão Liberal
- Estado é soberano, mas não autônomo
 - Muitos interesses nacionais consistentes, não apenas a segurança (realistas), criando uma estrutura pluralista (Governo e sociedade)
 - Os interesses mudam, de acordo com os interesses dos grupos internos e seus poderes
 
Visão Realista
- Visão centrada do Estado como protagonista autônomo
 - Só a anarquia do sistema limita o Estado
 - É soberano e tem conjunto consistente de metas e interesses nacionais
 - Esse interesse é definido em termos de poder
 
Visão Radical
- Marxista instrumental: Estado é o agente executor da burguesia
 - Marxista estrutural: Estado funciona dentro do sistema capitalista, e deve expandir-se devido aos imperativos desse sistema
 - Não há interesse nacional e sim metas econômicas
 - Não é possível a soberania pois Estado está sempre reagindo às pressões.
 
Visão Construtivista
- Constructos sociais: interesses e identidades nacionais
 - Estado guarda interesses nacionais que mudam ao longo do tempo
 - Moldado por normas internacionais
 - Estado socializam suas metas e valores por meio das Organizações internacionais
 - Estados tem múltiplas identidades
 - Estado faz o sistema e o sistema faz o Estado
 
PODER DO ESTADO: FONTES NATURAIS DE PODER
- Estados tem influência sobre os outros e podem controlar políticas
 - Potencial de poder: depende das fontes naturais de poder, que são tamanho, posição geográfica, recursos naturais e população (radicais e realistas)
 - Tamanho exprime poder, por outro lado, traz fraqueza na defesa de grandes fronteiras
 - Alfred Mahan (1890): o Estado deve controlar e ter acesso a rotas marítimas -> exemplo da Inglaterra nos séculos XVIII e XIX
 - Halford Mackinder (1904): controle da Eurásia para ter poder sobre o mundo -> exemplo da Alemanha de Hitler
 - Recursos naturais: um Estado pequeno com muitos recursos naturais (petróleo) tem mais poder que um Estado pouco maior sem recursos.
 - População traz potencial de poder (China, Rússia, EUA, Índia), ao passo que a má qualidade de vida, educação, etc, restringe o poder do Estado.
 
PODER DO ESTADO: FONTES TANGÍVEIS DE PODER
- Desenvolvimento Industrial: mudam as vantagens e desvantagens da geografia
 - Tecnologia militar -> exércitos pequenos porém bem equipados são melhor preparados que grandes exércitos, com tecnologia falha
 - Estados industrializados tem níveis educacionais mais altos, mais tecnologia, e utilização eficiente de capital -> mais poder
 
PODER DO ESTADO: FONTES INTANGÍVEIS DE PODER
- Imagem nacional, apoio público, liderança
 - Quando não há apoio público, principalmente em democracias, o poder do Estado diminui
 - Iniciativas audaciosas de líderes aumentam o poder dos Estados
 - Liberais dão atenção à liderança
 - Construtivistas: citam o poder das ideias e da língua, além das fontes tangíveis e intangíveis (nacionalismos e identidades do Estado são forjados).
 
EXERCÍCIO DO PODER – DIPLOMACIA
- Estado influencia outros por meio de negociações
 - Começa com barganha por comunicação direta ou indireta, de forma que um apresenta uma proposta formal e o outro responde, até chegarem a um acordo -> OCORRE RECIPROCIDADE
 - As partes precisam ter credibilidade, e assim a probabilidade de alcançarem melhores acordos é maior
 - A barganha poder não agradar ambas as partes igualmente
 - Complexidade do jogo: Barganha internacional entre 1 ou mais Estados + Barganha entre negociadores do Estado e público interno (jogo de dois níveis)
 - Barganhar e negociar são ligados à cultura
 - Diplomacia pública: técnica que envolve visar os públicos para criar uma imagem global que realce a capacidade de um país de alcançar objetivos diplomáticos
 
EXERCÍCIO DE PODER – PODER ECONÔMICO
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