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A Corrida presidencial brasileira e a influência midiática

Por:   •  30/10/2018  •  Artigo  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  274 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

REBECCA PERES BARRETO

A corrida presidencial brasileira e a influência midiática

UBERLÂNDIA

2018

A mídia desempenha um papel essencial na formação da opinião pública através de vários órgãos influentes, como a imprensa, rádio, televisão, cinema, teatro, livros e, principalmente, por meio das redes sociais, que é um dos meios mais importantes de comunicação com o público.

Piers Robinson (2008), em sua obra “The role of media and public opinion”, discute acerca do impacto da mídia no processo decisório e explica que a Academia tradicionalmente aborda essa questão a partir de duas perspectivas: a pluralista e a elitista. A abordagem pluralista parte do pressuposto de que há uma dispersão de poder por toda a sociedade. Não há, segundo essa visão, um grupo ou um conjunto de interesses dominantes. Além disso, os pluralistas afirmam que a mídia é independente de opinião política e, por isso, deve exercer um poder de fiscalização sobre os governos. Robinson (2008)

A abordagem elitista, contrariamente, admite que existem grupos de elite que dominam a atividade política e controlam os meios de comunicação. De acordo com a perspectiva dos elitistas, a mídia é subserviente aos interesses das elites políticas. Robinson (2008)

No ano de 2018, o Brasil enfrenta mais um processo eleitoral, no qual os principais candidatos à presidência, são: da ala esquerdista – Ciro Gomes (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL); de centro – Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede); da ala de direita – Jair Bolsonaro (PSL) e Rodrigo Maia (DEM). (MORAES; ANATER, 2018)

Tal evento, vem acompanhado de inúmeras matérias em canais televisivos, tabloides, páginas de divulgação nas redes sociais, veiculados entre grandes e pequenos jornais. Com isso, alcançando boa parte da população brasileira até nos mais remotos lugares, contribuindo assim, para a formação de opiniões acerca dos candidatos à presidência da República no ano de 2018.

As diversas críticas formuladas pela população, são influenciadas por vários tipos de informação transmitidos pela mídia: mais notavelmente por eventos, incluindo os debates entre candidatos, as pesquisas de opinião; pelas próprias palavras e atos dos candidatos, que eles próprios podem controlar; e por interpretações relativas à competitividade e à viabilidade de cada candidato oferecidas por várias “fontes” que são cotadas ou citadas nas reportagens da imprensa – por políticos, representantes de grupos, especialistas e assim por diante, e talvez em especial por repórteres e comentaristas de imprensa. (SHAPIRO e YOUNG, 1988)

Por não existir um veículo midiático imparcial, cada um molda as notícias da forma que for mais atraente e agradável segundo sua própria ótica. Um fator que torna esse processo muito mais negativo, é o fato de diversas notícias de cunho não verídico serem transmitidas diariamente, contribuindo negativamente para a formação de opiniões equivocadas sobre diversos assuntos. Um evento de tal porte, como é a eleição para a presidência, é prejudicado pelas manchetes falsas que são criadas e que muitas vezes são transmitidas em território internacional, afetando as opiniões estrangeiras acerca da política brasileira.

Reverter essa situação é um tanto quanto complicada, pois juntamente à liberdade de imprensa, o controle da informação é visto como um ato contrário a tal liberdade. No entanto, é importante ater-se à visão internacional sobre a política brasileira, principalmente, no que tange à política externa. Os candidatos a presidência anteriormente citados, possuem pouquíssima clareza concernente aos projetos de política externa.

A título de exemplo, a candidata Marina Silva, que é voltada para um engajamento com o meio ambiente. Marina apoia um projeto de inserção internacional com foco na área econômica, com engajamentos prioritários para finalizar o Acordo Mercosul – União Europeia e aproximar o Brasil e o Mercosul da Aliança do Pacífico. A participação do Brasil no cenário internacional poderia ser fortalecida com a crença no liberalismo institucional e intensificação em temas de low politics, observando-se que o Brasil tem uma diplomacia de qualidade e tradição em foros multilaterais. (MUNDORAMA, 2018)

Já o projeto de Geraldo Alckmin é mais explícito que o de Marina Silva. A inserção internacional também teria um forte engajamento via economia – similar ao projeto de Marina Silva, tentando avançar o Acordo Mercosul-União Europeia e aproximar-se da Aliança do Pacífico, além de uma possível tentativa de reformulação do MERCOSUL de uma união aduaneira para uma área de livre comércio, o que permitiria o Brasil assinar acordos comerciais sem depender dos outros países do Bloco. (MUNDORAMA, 2018)

A presença das pautas acerca dos projetos de política externa, quase não existem nos debates entre os candidatos, ou nas diversas manchetes que são publicadas diariamente. Passa longe do olhar dos eleitores tal assunto, o qual é de suma importância, uma vez que a cada dia o Brasil está mais presente no panorama internacional.

A preocupação com a política externa só se evidenciou – passando a compor, ainda que de maneira secundária, a plataforma eleitoral dos candidatos à Presidência da República – em 1989, na eleição que contrapôs, no segundo turno, Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva.

As mudanças da política externa brasileira começaram no final do segundo governo Lula. Com Dilma, que não tinha o menor interesse pelo assunto, também determina essa decaída do posicionamento brasileiro diante de sua política externa, com a chegada de José Serra ao Itamaraty. As questões de grande influência no cenário internacional, como o conflito Israel-Palestina e o Brasil se tornar um grande investidor na África, simplesmente diminuíram.

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