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A Polícia Na Mída

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Por:   •  4/7/2013  •  3.107 Palavras (13 Páginas)  •  336 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

É de fundamental importância para a compreensão do papel e do significado políticos do policiamento a maneira pela qual as imagens da polícia são apresentadas pela mídia de massa. O sucesso das ações e um eficaz controle do crime nas cidades não são obtidos somente com patrulha uniformizada, trabalho de investigação e atitudes truculentas. Mesmo diante dessa realidade, não se deve excluir a extrema importância que a instituição policial tem nos processos de manutenção de ordem e garantia da paz social.

Nesse sentido, a polícia representa a sociedade enquanto governada pelas regras da lei. Este órgão que é responsável pela busca e captura de criminosos é regida por essas leis que, de certa forma, apresentam uma possibilidade de sanções penais, representando uma função inibidora de crimes utilizando restrições justas, legítimas e do devido processo legal. Nessa vertente, pode-se inferir que a polícia representa a prevenção do crime como justiça e não como força bruta. A construção da imagem policial vem sendo feita com o intuito de demonstrar uma imagem eficaz e dotada de uma autoridade legal impessoal e racional, com menos ênfase na utilização da força física como meio de repreensão social.

Pode ser observado que a prática dessas atividades vem sendo mais expressamente empregada em um grupo específico de pessoas que estão caracterizados como os “socialmente inferiores”, os que compõem a base da hierarquia social, como por exemplo: os queixosos, as vítimas ou os criminosos processados pela polícia. Em contrapartida, politicamente, a maioria que está no ápice da escala social é crucial para determinar o prestígio da polícia, pelo fato de que os contatos da polícia com essa camada estão limitados às funções de controle exercidas pela instituição. Por isso, para essa camada social, a mídia de massa torna-se o principal meio de percepção e preferências sobre o policiamento.

No grupo de menor status, apesar de ter um maior contato com a polícia, o segmento de grupos de homens jovens tem muito mais embate com a instituição. Já para as mulheres e homens mais velhos desse setor, as ações policiais são decisivas para os resultados das ações. Nesse sentido, as ações são muito mais pensadas, uso da força física moderada para aumentar, assim, a probabilidade de conduzir os conflitos de rotina com relativa paz, sem o potencial de explosão.

Dessa forma, a fim de uma obtenção de uma aprovação mínima e preservação da autoridade policial é de extrema importância que a imagem do policiamento construído pela mídia seja realizada de forma sensata e impessoal. No entanto, sabe-se que essa imagem pode ser demonstrada como uma refração da realidade, declinando-se aos caprichos e exigências da indústria da mídia, ideologias pessoais, da audiência e forças econômicas e políticas.

Por outro lado, há também a construção, pela polícia através da mídia, de “ondas de crimes”, com o intuito de aumentar o seu prestígio social e seus recursos. Nas últimas décadas, essa realidade foi modificada e o foco era utilizar a mídia de maneira mais sistematizada utilizando-a como um recurso de investigação, a fim de apresentar uma imagem mais desejável.

De forma geral, duas perspectivas opostas podem caracterizar os conceitos sobre as implicações políticas e sociais das representações dos crimes e da aplicação da lei pela mídia. A primeira afirma que a mídia deveria, com responsabilidade, respeitar as normas legais e morais e seus guardiões designados. Apesar disso, sabe-se que a realidade é bastante diferente, demonstrando que as exigências comerciais exercem pressão para satisfazer emoções, levando ao sensacionalismo e à exploração glorificante do criminoso e denegrindo a polícia. A visão oposta mostra que a mídia é uma propagadora de uma ideologia dominante, que santifica as instituições da ordem social existentes, as leis pelas quais seu funcionamento é expresso e o aparato repressivo que as mantém.

É notório, nesse sentido, que para entender o conteúdo da mídia é imprescindível que haja um conhecimento prévio sobre a dinâmica organizacional, dos imperativos ideológicos e profissionais do pessoal de produção e das instituições.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 IMAGENS “FACTUAIS”

O tópico “Imagens Factuais” trata sobre o relacionamento da Polícia com a mídia no que diz respeito à imagem que é transmitida para a sociedade através das notícias. O comissário britânico da Polícia Metropolitana no início dos anos 1970, Sir Robert Marck, definiu perfeitamente essa relação quando a comparou a um casamento, “um casamento que, se não era arrebatadoramente feliz, era duradouro”.

Por diversas vezes considerado um herói, outras muitas considerado um bandido, o Policial segue servindo a sociedade de forma profissional, mas qual a verdade sobre suas ações? Primeiramente deve-se escolher e entender um dos numerosos significados da palavra verdade. Aletheia, do grego, significa aquilo que não está oculto, já Veritas, termo oriundo do latim, é aquilo que pode ser demonstrado com precisão. O pensador alemão Friedrich Nietzsche afirmou que a verdade é um ponto de vista e é nesse fator que começam os problemas, pois um mesmo fato pode ser analisado de maneiras diferentes, a depender do ponto de vista apresentado.

São várias as discussões que podem ser iniciadas para debater esse relacionamento. O jornalista em seu juramento profissional promete buscar sempre a verdade e a informação, além disso, “não omitir, não mentir, não distorcer informações, não manipular dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à informação”, porém, devido ao crescimento da mídia noticiosa, os jornalistas buscam apresentar os fatos da forma que mais atraia o leitor, independente de um dado que possa ocorrer com a imagem do Policial Militar.

O texto aponta três divergências encontradas em pesquisas que avaliaram as diferenças estruturais entre as características dos crimes e dos criminosos relatados pela mídia:

1- A mídia superexpõe crimes graves, especialmente assassinatos.

2- A mídia se concentra em crimes que são resolvidos.

3- Os criminosos citados na mídia são, de forma desproporcional, adultos mais velhos, e de uma classe superior a suas contrapartes na realidade.

O Militar sempre serviu de exemplo para a sociedade que tem o profissional como

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