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A política Externa da África do sul

Por:   •  15/6/2015  •  Artigo  •  2.779 Palavras (12 Páginas)  •  253 Visualizações

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A política Externa da África do sul e A África Do Sul como potencia mundial

Keyllyanna Máblla Silva Santana

A África do Sul

Localiza-se na áfrica austral e é banhada pelos oceanos Atlântico e Índico, faz fronteira com a Namíbia, Botsuana e Zimbábue a norte e com Moçambique e Suazilândia a leste. A África Do Sul é conhecida pela imensa abundancia de recursos naturais, como o ouro diamante ferro, urânio, carvão cobre e muitos outros materiais raros. Possui onze línguas oficiais mas o inglês é o mais usado como língua de trabalho e na vida pública. Multiétnico, o país possui as maiores comunidades de europeus, indianos e mestiços do continente africano. Embora 70% da população sul-africana seja negra. A África do Sul é uma democracia constitucional, de sistema presidencialista. É a maior economia do continente africano e uma das 20 maiores economias do mundo. África do Sul é multifacetada, multicultural e multirracial, é um país que adota o conceito de ubuntu (em língua bantu), que traduzido para português significa humanidade e respeito por todos os povos e culturas. Esta abordagem tem desempenhado um papel importante na formação de uma consciência nacional, no processo de transformação democrática e na construção da nação. Esta filosofia também é adotada (pelo menos em termos teóricos) na abordagem da política interna e externa.
Os setores econômicos estratégicos da áfrica do sul: sector mineiro,transportes, energia, industria, turismo e agricultura, vão obviamente ter uma influência na formulação da estratégia de desenvolvimento nacional, constituindo um pilar do interesse nacional, e esse mesmo interesse nacional terá sempre importância crucial na formulação da política externa. A África do Sul abandonou a Common wealth em 1961, e era bastante criticada a nível internacional por praticar a política do apartheid. Apesar da oposição dentro e fora do país, o governo manteve esse regime de segregação racial, o que levou a áfrica do sul ao isolamento internacional transformando-a num estado pária devido ao embargo e sanções por parte da comunidade internacional. Após anos de protestos internos, ativismo e revolta dos sul-africanos negros e dos seus aliados, finalmente, em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o governo sul-africano começa a desmantelar o sistema do apartheid, Nelson Mandela foi libertado, e o seu partido (ANC) foi legalizado bem como muitos outros movimentos antiapartheid. O país aderiu às Nações Unidas, e em 1994 Nelson Mandela torna-se no primeiro presidente negro na historia da áfrica do sul.

A África do Sul e a África

África do Sul considera a África como a peça central da sua política externa, um dos três pilares estratégicos das suas relações bilaterais e multilaterais. Estes três pilares são sem dúvida a áfrica, a cooperação sul-sul, e os BRICS. A áfrica do sul continua empenhada em promover a agenda africana, particularmente a paz regional, segurança e estabilidade, como os principais determinantes para o desenvolvimento sócio econômico no continente. Através do Renascimento Africano e do fundo de Cooperação Internacional, o departamento de relações internacionais realizou diversas iniciativas em 2011/12 em todo o Continente que visa a realização destes objetivos. 
A África Do Sul é a maior e mais poderosa economia africana com pretensões e aspirações próprias de um país líder no contexto regional. E como líder tem desempenhado bem o seu papel e é visto como modelo a seguir por muitos países africanos. Quase 60% do comércio sul-africano é feito de e para África, contribuindo para uma cada vez maior integração econômica regional. Tendo o estatuto de maior economia de África, a África Do Sul mantém uma relação pacifica diplomática, econômica e política com todos os estados africanos, embora algumas das relações bilaterais com alguns estados não passem de relações de cordialidade sem relevância no plano econômico. Mas no continente africano também existem países em forte progresso econômico capazes de roubar o titulo de maior economia de África à África Do Sul. E a África Do Sul está atenta a esta nova dinâmica africana e posiciona-se como motor da economia africana. A África Do Sul tem posto no plano estratégico a sua relação com Angola (
3ªmaior economia da áfrica subsaariana), uma relação antiga com alguns deferidos históricos pelo meio e rivalidades próprias de países que almejam uma posição de líder, e com a Nigéria (2ªmaior economia de áfrica). Desde há muitos anos que a relação da África Do Sul com Angola e a Nigéria não tem sido hostil mas também não tem sido aquela relação que se esperaria de três estados considerados como potencias africanas. Tem sido tênue e não tem havido grande cooperação a qualquer nível que se destaque. Mas nos últimos quatro anos a situação mudou e áfrica do sul decidiu dar mais atenção a estas duas economias. Prova disso foi a visita de Jacob zuma a Luanda em 2009 logo depois de tomar posse como novo presidente da áfrica do sul sucedendo a Thabo mbeki. Esse gesto vai reaproximar os dois estados e trazer estabilidade no relacionamento político muito devido também a grande empatia entre Jacob Zuma e José Eduardo dos Santos que desde então tem se reunido com regularidade. Este alinhamento e harmonização entre as 3 potencias africana surge num momento único de desenvolvimento e que a áfrica tenta assumir um pouco mais de protagonismo na cena internacional, mas ao mesmo tempo essa aproximação e união dos países líder revelar-se-á crucial para a resolução dos muitos problemas a todos os níveis que a áfrica em geral atravessa em particular em matéria de segurança. 
Jacob zuma foi recebido pelo presidente nigeriano Good luck Jonathan. A reaproximação a Nigéria também é importante para a áfrica do sul na medida em que a Nigéria é o maior mercado consumidor de áfrica visto ser o pais mais populoso do continente e isso interessa áfrica do sul na sua estratégia de internacionalização das suas empresas e consequentemente fortalecer a sua balança comercial com a Nigéria. A áfrica do sul lidera o ranking das maiores multinacionais africanas e é sem duvida o motor da ainda incipiente economia africana. Mas, entretanto, eu penso que os fatores externos também ditaram a aproximação das três potências africanas, penso que neste ambiente global mais complexo, com os mercados ocidentais a viverem dificuldades e com a expectativa de mais crescimento em África, faz sentido que os três países trabalhem de forma mais próxima.



A Europa, o parceiro tradicional

A União Europeia é, de longe o mais importante parceiro de desenvolvimento da áfrica do sul, fornecendo 70% de todos os fundos de assistência externa. Por outro lado a África do Sul é o maior parceiro comercial da União Europeia em África. A áfrica do sul tem vindo a priorizar as relações com os países estratégicos europeus nomeadamente a Alemanha, França ou mesmo Espanha. Em maio de 2012, o vice- presidente sul-africano Kgalema Motlanthe visitou a Alemanha para promover a cooperação Norte-Sul e reforçar as relações existentes. Em 2012, houve cerca de 700 empresas de capital alemão ou subsidiárias das empresas alemãs na África do Sul. Na Europa, a França é o maior parceiro da áfrica do sul no que respeita ao comercio e a cooperação para o desenvolvimento, e é também a maior fonte de turismo para a África do Sul. Em2012, a África do Sul acolheu em pretoria o fórum south africa-France, um fórum de Diálogo Político para traçar um caminho a seguir sobre como aprofundar relações políticas e econômicas entre os dois países. As relações econômicas entre a África do Sul e Espanha têm crescido rapidamente, com o comércio entre os dois países a duplicar nos últimos anos. Desde os primeiros passos da democracia na África do Sul , e a conclusão do Acordo de Comércio , Desenvolvimento e Cooperação (ACDC ), em 1999 , a relação entre África do Sul e a União Europeia cresceu gradualmente para chegar ao nível de uma parceria estratégica em 2007. A parceria estratégica é construída em duas vertentes: o reforço do diálogo político e da cooperação em assuntos regionais, africano e global, e uma maior cooperação no sector sócio econômico. Enquanto o reforço do diálogo político é a base para a cooperação, incluindo os valores comuns como a democracia, os direitos humanos , paz e segurança , a parceria tem vindo a consolidar-se ao longo dos últimos 13 anos a nível econômico. O comércio entre a África do Sul e a UE ascendeu a 39 mil milhões de euros em 2010, com mais de 50% das exportações do país para a UE. Além disso, a África do Sul é o 13 º maior parceiro comercial da UE . Isto explica em parte o porquê que a África Do Sul é o único país da África Subsaariana cujas relações com a UE estão ao nível de uma parceria estratégica, com cimeiras EU-South África regulares justamente para se afirmar e consolidar os patamares dessa parceria estratégica. 
No entanto a crise econômica mundial deixou um tanto quanto fraturadas as linhas da política externa europeia, e a visão multilateral do comércio externo e as suas políticas de ajuda estão cada vez mais sob pressão. Por outro lado, a influência da África do Sul tem crescido de forma constante, com a sua inclusão nos BRICS em 2010, tendo atuando como membro não- permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em duas ocasiões, em 2007-08 e em 2011 - 12. O país também assumiu papéis de liderança em instituições multilaterais, incluindo a presidência da Comissão da União Africana e várias agências das Nações Unidas.
A Mediação da África do Sul no Zimbabwe por parte do presidente Jacob Zuma tem sido fundamental na mudança de perspectivas políticas na UE e a retomada do diálogo com o Governo de Unidade Nacional. Isto sugere que a África do Sul pode desempenhar um papel importante como um interlocutor confiável em paz e segurança em África. No entanto, a África do Sul e os Estados membros da UA não têm recursos suficientes para financiar as operações de paz no continente.

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