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Análise do Desenvolvimento da Indústria Naval sul coreana: o papel das políticas públicas

Por:   •  17/6/2015  •  Artigo  •  4.924 Palavras (20 Páginas)  •  463 Visualizações

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[pic 1]Análise do desenvolvimento da indústria naval sul coreana: o papel das

políticas públicas.

Ernani José Fortunato Lisbôa Enke1

RESUMO

A indústria naval é frequentemente vista como estratégica para a soberania nacional. A forte presença e intervenção governamental é um fator determinante

no desenvolvimento deste segmento, desde a época das descobertas. Esta

presença estatal, verificada internacionalmente, não é menos expressiva no leste

asiático, que detém a liderança no setor desde o final da segunda guerra mundial.

Com foco na Coréia do Sul, este estudo visa abordar de forma sucinta a indústria

naval, com atenção aquele país, levantando as políticas públicas adotadas, assim

como também busca verificar a diversidade e as conseqüências dessas políticas

para a referida indústria. Atualmente a Coréia atua com eficiência e

competitividade no cenário global, sendo grande parte desse sucesso fruto da

ação governamental ao longo dos anos.

Palavras-chave: Indústria Naval; Coréia do Sul, Políticas Públicas.

1. Introdução

Deste o projeto à fabricação, e entrega de um navio ou plataforma,

produzido pela industria naval, são envolvidas uma complexa engenharia e

inúmeras outras atividades multidisciplinares, que são desempenhadas em um longo período de tempo, mobilizando quantitativos vultosos de recursos de diversas naturezas, como infraestrutura, mão-de-obra, P&D, etc., sendo

necessários         expressivos         volumes         de         dinheiro.         Considerando         a        referida

complexidade, uma vez que há uma defasagem de 2 a 5 anos entre a demanda

1


Aluno da disciplina de Desenvolvimento Econômico para as Relações Internacionais do PPGRI/UFSC: e-

mail:ernanienke@gmail.com


[pic 2]pela embarcação e a entrega do navio, eventuais balanços na economia mundial

não são normalmente sentidos de imediato.         Na maioria das vezes, não só

recursos são fundamentais, mas também ações governamentais.

O presente estudo visa abordar de forma sucinta a indústria naval sul coreana, com foco nas políticas públicas adotadas por esse país, assim como busca verificar a diversidade e as conseqüências dessas políticas para a referida

indústria.

Políticas públicas envolvem uma série de formas de auxílio e incentivo a um determinado setor da economia, como leis, decretos, investimentos, impostos, taxas de juros, etc. Os principais produtores mundiais receberam, e recebem,

apoio do Estado através de diversos programas governamentais, uma vez que o

setor naval sempre foi considerado uma área estratégica, necessitando de programas políticos específicos.

2. A indústria naval mundial

No pós guerra, entre a metade da década de 50 e início da década de 70, o

Japão começou a surgir como líder na indústria naval, antes dominada pelos

norte-americanos e voltada para a marinha de guerra. Neste período, o comércio

cresceu a elevadas taxas, tendo a frota da marinha mercante mundial acompanhado esta evolução no mesmo ritmo.

Conforme Grassi (1998), a crise mundial iniciada em 1973 teve reflexo na

indústria naval mundial resultando em uma considerável queda na demanda por

navios. Devido ao longo lead-time do produto, a crise só mostrou seus efeitos a partir de 1975, quando a produção caiu quase pela metade em três anos.

A falta de uma contrapartida equilibrada entre a oferta e demanda gerou um

amplo número de falências de estaleiros por todo do mundo na segunda metade

da década de 70. Com uma intervenção especulativa de alguns governos, o processo tendeu a agravar-se. Na Europa, ocorreram estratégias defensivas que incluíram algumas estatizações para evitar falências. No leste asiático, no Japão e


[pic 3]na Coréia, foram adotadas estratégias baseadas em consideráveis incentivos

governamentais.

Com o segundo choque do petróleo, em 1979, foram reduzidas novamente

as encomendas, sendo que no início da década de 80 ocorreu novo registro de queda na produção, sendo necessária uma reestruturação completa da indústria naval mundial. Frente aos altos custos de mão-de-obra, e com plantas industriais

menores do que as do Japão e Coréia, aos estaleiros europeus tiveram que

modificar suas estratégias, se especializando em atividades de offshore e em alguns tipos de navio de alto teor tecnológico, onde as empresas do setor operavam em rede, compartilhando os riscos e investimentos no desenvolvimento

de inovações. Esta alternativa foi bem sucedida, principalmente na Alemanha e

nos países nórdicos. Posteriormente, a especilização tornou-se uma tendencia mundial, onde Cingapura, por exemplo, especializou-se na produção de plataformas e estruturas offshore.

A indústria naval mundial desenvolve-se em crescentes taxas, alinhada com

o comércio internacional, desde a década de 90 e, especialmente, nos últimos 10 anos. Os picos de demanda por transporte estão quase sempre associados ao crescimento acelerado da economia de um ou mais países por determinado

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