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CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: IMPACTO NO BRASIL

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Por:   •  30/5/2014  •  Tese  •  1.911 Palavras (8 Páginas)  •  400 Visualizações

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A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: IMPACTOS SOBRE O BRASIL

Rafael Souza Lopes (1)

gurilei@yahoo.com.br

Eduardo Mauch Palmeira (2)

eduardopalmeira@brturbo.com.br

RESUMO

O presente texto trata da crise internacional e sua relação com o Brasil. Visto que, apesar dos mecanismos de contenção por parte dos governantes, já podemos sentir as conseqüências dessa crise se refletindo em todos os países, inclusive no Brasil. Já não podemos mais dizer que desconhecemos as causas da crise econômica e de juros aqui no Brasil. A pergunta é: como enfrentar essa crise internacional?

Palavras-chave: crise política, economia mundial, desenvolvimento, comércio exterior, Estados Unidos.

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Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Souza Lopes y Mauch Palmeira: "A crise financeira mundial: impactos sobre o Brasil" en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 105, 2008. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/

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A ciranda financeira dos mercados desregulados agrava a instabilidade global que ronda a economia internacional. Uma vez mais, os Estados Unidos frearam a ajuda dos países vizinhos, para impor as suas regras através do Fundo Monetário Internacional (FMI). Já no início de 2007 surgiam os primeiros sinais dessa crise aguda naquele país, o que não demorou muito a acontecer. A crise estava aí e não demorou muito para que seus efeitos fossem sentidos no mundo inteiro.

Todos sabem que o Fundo é uma agência obsoleta para os propósitos de regulação financeira internacional, que se limita a seguir a orientação do Tesouro americano. Este tenta impor as regras, mas não funciona bem como emprestador internacional de última instância. Na verdade não pode fazê-lo porque é devedor e não credor, como no após guerra. Entretanto, o maior país credor da atualidade, o Japão, aprofunda sua crise e a banca japonesa, por razões de equilíbrio patrimonial, ameaça retirar o dinheiro investido em títulos da dívida pública americana. Assim a instabilidade cambial internacional aumenta e os mercados financeiros desregulados contaminamse uns aos outros, podendo, no caso de agravar-se a crise japonesa, conduzir a uma crise global.

Outros sintomas da crise internacional começam a aparecer. Previsões recentes reduzem pela metade o crescimento em alguns países. Segundo previsões otimistas, como as do Fundo Monetário Internacional, os mercados financeiros só estarão plenamente restabelecidos a partir de 2010. A despeito da dificuldade de avaliação, não há dúvida que a crise provocou e provocará fortes impactos negativos na produção e no comércio mundial.

No âmbito da economia mundial, algumas previsões dão conta da desaceleração do crescimento que passará de 4,9%, em 2007, para 3,7% e 3,8%, respectivamente em 2008 e 2009. Existe ainda o cenário de que o crescimento mundial possa ficar abaixo de 3% em 2008 e 2009. Se estivermos diante de uma crise de insolvência, provavelmente se materializará o cenário desfavorável, representando o fim da atual fase de expansão da economia mundial. No que diz respeito à economia dos EUA, principal “locomotiva” do sistema, verificou-se a rápida e forte desaceleração do nível de atividade, dado que a crise mobiliário-financeira afetou negativamente o consumo das famílias e os investimentos totais, mais especificamente os investimentos em residências. As previsões do FMI para a economia dos EUA são de que o PIB deverá crescer apenas 0,5% e 0,6%, respectivamente até o final deste ano e também em 2009. Cenário este que caracterizaria uma prolongada fase de recessão econômica.

Além disso, os preços de exportação da indústria de informática despencam. Os preços do petróleo, cobre, grãos, estão em queda livre por excesso de oferta, apesar das baixas taxas de juros. A deflação de ativos está conduzindo à recessão e deflação de preços. A situação tornou-se crítica a tal ponto que em janeiro de 2008 o presidente Bush anunciou um pacote de incentivos fiscais da ordem de US$ 150 bilhões. O pacote de incentivos fiscais constitui-se na restituição de impostos, a milhões de contribuintes.

Por outro lado, as explosões atômicas da Índia e do Paquistão indicariam, na opinião de muitos analistas, que a crise não se limita aos aspectos financeiros e comerciais e avança também nos aspectos políticoestratégicos, pondo em questão a 'pax americana'. Ambas as tendências assustam a China, que reclama da falta de providências dos Estados Unidos na crise financeira asiática, mas não está disposta a submeter-se às regras de abertura descontrolada nem aceitar a arbitragem nuclear unilateral dosEstados Unidos na Ásia.

Tomando distância da conjuntura interna e olhando a longo prazo, dá para perceber que o Brasil – mesmo com economia menor e mais dependente do comércio exterior – teria mais possibilidades de resistir do que outros países e de ultrapassar a crise. Não por razões macroeconômicas, já que os desequilíbrios neste setor são violentos, mas porque é um dos poucos países que ainda podem enfrentar uma modificação no seu modelo de desenvolvimento de forma incorporadora, mudando o comportamento de submissão ao 'pensamento único' e às práticas neoliberais. As possibilidades de reorientar a alocação de recursos para aproveitar o potencial de crescimento do mercado interno de produtos básicos e de bens e serviços não transacionáveis são reais. Igualmente existem oportunidades de aumentar a eficiência e a divisão de trabalho com os países vizinhos da América do Sul tendo como base o Mercosul. No Brasil, as grandes massas nunca tiveram um destino minimamente claro via acesso à propriedade da terra, à educação e a uma relação salarial estável e progressiva, que foram os instrumentos mais importantes de incorporação em qualquer sociedade moderna. Analistas e economistas brasileiros mais otimistas tem argumentado que a atual crise financeira nos Estados Unidos tende a ter efeitos diretos de pequeno impacto sobre o Brasil.

Todos os países centrais trataram de estimular esses caminhos de integração, não apenas para expandir os respectivos mercados internos, mas para aumentar a própria capacidade

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