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Como e por que a Etiópia escapou do domínio Europeu durante a ‘Partilha da África

Por:   •  4/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.303 Palavras (10 Páginas)  •  267 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONOMICAS

RELAÇÕES ECONOMICAS INTERNACIONAIS I

“Como e por que a Etiópia escapou do domínio

Europeu durante a ‘Partilha da África”?

UBERLÂNDIA

2017


Sumário

1.        Introdução        2

2.        Desenvolvimento        3

3.        Conclusão        5

4.        Referencia        7


  1. Introdução

Não se pode especificar a data que iniciaram as explorações europeias pela África, mas se estima que a expansão dos domínios das potências europeias sobre a África ocorreu entre as décadas de 1830 e 1880 e ficou conhecida pelas designações: imperialismo e neocolonialismo. A partir de 1830 missionários e exploradores adentraram o continente africano com a intenção de propagar a religião e a 'salvação das suas almas', mas a verdadeira intenção era a conquista territorial e econômica da África pela Europa. Estes exploradores tinham como missão propagar a propaganda Inglesa do trabalho livre - luta contra a escravidão -, incentivo ao cultivo de produtos para exportação e buscar informações que privilegiassem o comercio europeu dentro do continente, como as nascentes dos rios e as terras mais proveitosas e propicias ao cultivo.

O desenvolvimento do Imperialismo na África é espantoso, porque apenas algumas áreas do continente estava sob dominação direta dos colonizadores até a década de 1880, aproximadamente 30 anos depois quase toda a África estava submetida à dominação de países europeus com exceção da Etiópia e da Libéria.

Um dos passos mais importantes e decisivos durante a ‘partilha da África’ é a Conferência de Berlin que ocorreu durante 1884 e 1885. A Conferência de Berlim teve como principal objetivo estabelecer um acordo pacífico entre os países europeus pela disputa por territórios no continente africano. Principal decisão tomada nesta conferência foi à decisão de como os países poderiam garantiam sua supremacia sobre determinada região da África, para garantir a propriedade de qualquer território no continente, as potências europeias tinham de ocupar de fato o território desejado. Está decisão levou os 14 países que participaram do encontro - Estados Unidos da América, Império Austro-Húngaro, Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra, Itália, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha e Suécia-Noruega (reino unido) - a uma corrida para a África, com o objetivo de conseguir territórios maiores e mais propícios a atingirem seus interesses na África.

“A conferência não ‘dividiu’ a África em blocos coloniais, mas admitiu princípios básicos para administrar as atividades europeias no continente, como o comércio livre nas bacias dos rios Congo e Níger, a luta contra a escravidão e o reconhecimento da soberania somente para quem ocupasse efetivamente o território reclamado”, afirma Guy Vanthemsche, professor de História da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, e do Centro de Estudos Africanos de Bruxelas.

Apenas dois países resistiram ao imperialismo europeu, a Libéria e a Etiópia. Embora fossem dois países similares politica e religiosamente, ambas se mantiveram livres da dominação por motivos e formas bastante diferentes.

A Libéria se tornou independente em 1847 antes mesmo da Conferência de Berlin, Sua população compunha‑se de colonos de origem norte‑americana (os Américo‑liberianos) e africana (os recapturados), ela não foi dominada por nenhum país europeu, porém dependeu do auxilio dos EUA que se viu em diversas vezes em dever de manter o estado que eles fundaram para seus negros libertos, livre e independente. Ela não entrou em conflitos grandes com as nações europeias, mas diversas vezes se viu encurralada a ceder à vontade dos imigrantes, constantemente negociando pedaços de suas terras por sua liberdade.

A Etiópia obteve sua independência mais de dez anos após a Conferência de Berlim, em 1896, com a vitória do exercito do imperador Menelik II sobre o exercito italiano e a assinatura do tratado de paz de Adis Abeba que reconhecia a independência da Etiópia e anulava o tratado de Wuchale. A guerra Ítalo-Etíope eclodiu em dezembro de 1894 e findou-se com derrota das tropas italianas na batalha de Adowa, em 1896. A vitória sob os Italianos proporcionou a Etiópia prestígio em toda a região do Mar Vermelho pela maior vitória africana contra um exercito europeu nos tempos modernos e por ser o ultimo Estado autóctone independente da África negra.

  1. Desenvolvimento

Os rastros do imperialismo europeu não foram menos devastadores na Etiópia do que na Libéria. A passagem europeia na Etiópia se inicia com a compra do porto de Assab, no Mar Vermelho por um lazarista italiano em 1869, se tornou propriedade da marinha italiana e em 1882 foi declarada colônia italiana. Na mesma época o Reino Unido solicitou ajuda a Yohannes, imperador da Etiópia, para evacuação das tropas egípcias e europeias que estavam em varias cidades sudanesas sitiadas pelos mahdistas, então Etiópia e Inglaterra entraram em seu primeiro acordo, Yohannes prometeu ajuda e os ingleses prometeram a devolução dos territórios ocupados pelos egípcios na fronteira sudanesa e ao porto de Massawa foi prometido a transito livre de mercadorias da Etiópia, inclusive armas e munições, o tratado foi consignado em Junho ode 1884. Porém o trato com os Ingleses não foi valido por muito tempo, pois oito meses depois, em fevereiro de 1885, sob proteção inglesa os italianos tomaram o porto de Massawa, com a intenção que assim favorecer a expansão italiana e prejudicasse a dos seus principais rivais na corrida para a África, os franceses.

Logo foi visto que as promessas europeias em nada tinham valor, logo a pouco os italianos impediram a entrada de armas e munições destinadas ao imperador e invadiram seu território interior adentro. A guerra parecia próxima, a Itália por sua fez tinha medo das dificuldades de uma expedição militar em um país montanhoso como a Etiópia, assim então foi pedido ao Reino Unido que intermediasse um acordo, acordo esse em que a Itália exigia que o imperador concordasse com a ocupação em Sahato e Wia e ainda de Senahit ou Bagos, o imperador logo respondeu: "Não farei nada disso. Pelo tratado celebrado com o almirante Hewett, toda a região que os egípcios evacuaram próxima a nossas fronteiras me foi cedida por instigação do Reino Unido. E agora deseja que eu renuncie a ela?"

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