TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

ESTADO, GOVERNO E MERCADO

Exames: ESTADO, GOVERNO E MERCADO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/3/2015  •  4.471 Palavras (18 Páginas)  •  167 Visualizações

Página 1 de 18

1.0 Ler, aprofundar e comentar sobre os principais teóricos que discutem sobre o tema Mercado, Governo e Mercado

• Maximillian Carl Emil Weber

Max Weber viveu no período em que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha. Filho de uma família de classe média alta, considerada como burgueses liberais, o seu pai era advogado, Weber encontrou em sua casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Ainda era criança quando se mudaram para Berlim. Em 1882 foi para a Faculdade de Direito de Heidelberg. Um ano depois se transferiu para Estrasburgo, onde prestou o serviço militar.

Em 1884 reiniciou os estudos universitários, em Göttingen e Berlim, dedicando-se as áreas de economia, história, filosofia e direito. Trabalhou na Universidade de Berlim como livre-docente, ao mesmo tempo em que era assessor do governo. Cinco anos depois, escreveu sua tese de doutoramento sobre a história das companhias de comércio durante a Idade Média. A seguir escreveu a tese "A História das Instituições Agrárias". Manteve contato permanente com intelectuais de sua época. Na política defendeu ardorosamente seus pontos de vista liberais e parlamentaristas e participou da comissão redatora da Constituição da República de Weimar. Sua maior influência nos ramos especializados da sociologia foi no estudo das religiões, estabelecendo relações entre formações políticas e crenças religiosas.

Foi um dos principais nomes da sociologia moderna. Realizou extensos estudos sobre história comparativa e foi um dos autores mais influentes no estudo do surgimento do capitalismo e da burocracia, bem como da sociologia da religião. Um dos seus objetivos principais foi refutar a tese de Karl Marx, segundo a qual o capitalismo nascera somente da exploração do homem pelo homem.

Para Weber, o capitalismo teria sido impulsionado por uma mudança comportamental provocada pela Reforma Luterana do século 16. Ocasião quando dela emergiu a seita dos calvinistas com seu forte senso de predestinação e vocação para o trabalho.

No plano pessoal, mesmo seu casamento com Marianne Schnitger não escapa a um ato de dever; ou melhor, Weber está tão impregnado do sentimento de honra, de devotamento e de dever, que dá ao casamento esse aspecto. Enquanto não consegue a independência financeira, não ousa pedir Marianne em casamento. Afinal, é constrangido a isso no momento em que um de seus amigos a pede em casamento. Max Weber cerca seu pedido de várias condições, entre as quais a de um prazo suficientemente longo para que ele atinja a autonomia financeira antes da realização das núpcias. Para que não pesasse sobre essa relação nenhuma sombra de deveres e obrigações passadas, ele exige que sua prima Emmy, que alimentara esperanças de se casar com ele um dia, compreenda e consinta no casamento, assim como sua mãe e sua tia. Insiste, ainda, para que seu amigo-concorrente renuncie voluntariamente ao projeto de casar-se com Marianne.

Casou-se, em 1893, com Marianne Schnitger e, no ano seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, transferindo-se, em 1896, para a de Heidelberg.

Depois disso, passou por um período de perturbações nervosas que o levaram a deixar o trabalho. Só voltou à atividade em 1903, participando da direção de uma das mais destacadas publicações de ciências sociais da Alemanha. No ano seguinte publicou ENSAIOS, sobre a objetividade nas ciências sociais e a primeira parte de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", que se tornaria sua obra mais conhecida e é de fato fundamental para a reflexão sociológica.

O primeiro texto sobre a sociologia religiosa, o que trata da "ética protestante", deve, ao menos em parte, sua problemática ao contexto político- intelectual do círculo reunido em Heidelberg em torno de von Deissmann, bem como à longa viagem realizada por Max Weber junto com outros professores alemães aos Estados Unidos, por ocasião da Exposição Universal de 1904 em St. Louis.

A primeira parte de seu estudo foi escrita antes; a segunda, depois da viagem aos Estados Unidos. Hugo Münsterberg, de origem alemã, professor de psicologia e de filosofia na Universidade de Harvard, teve um papel-chave nas relações universitárias, americano- alemãs na virada do século. O congresso científico organizado no momento da Exposição Universal de 1904 foi a ocasião para que um número expressivo de professores alemães estabelecesse contatos pessoais e se apresentasse ao público americano. Ernst Troeltsch e Ferdinand Tönnies faziam parte da delegação alemã. Apesar de seu prestígio na Alemanha, essa estada de Weber não deixou marcas na sociologia americana.

Embora com a saúde abalada, Weber evitava toda manifestação de caráter mundano. Ele fundamentava-se na Bíblia Sagrada, onde enfatiza que: “Não ameis o mundo, nem no que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não são do Pai, mas do mundo.” I João 2: 15-16, preconizando o valor da Religião Protestante no âmbito social, onde seus adeptos afastava-se das "coisas do mundo", dedicando-se à vida religiosa, exercendo papeis importantes na sociedade, como: ajudando ao próximo e reunindo-se em prol de uma só verdade.

Além disso, tratou de um assunto econômico, os problemas agrários, diante de um público composto sobretudo de sociólogos, entre os quais os da Escola de Chicago. Em compensação, os Estados Unidos provocaram em Weber uma impressão que muito influiu em suas pesquisas. Weber passou quatro meses nos Estados Unidos, onde se interessou de forma especial pela organização das religiões protestantes, pela filantropia e pela caridade organizadas, assim como pelo papel desempenhado por essas organizações religiosas enquanto grupos de pressão sobre outras organizações mais formais, como os sindicatos.

Assim, em Chicago, Weber encontra Forence Kelley, que, apoiado no socialismo de um grupo religioso, lutava contra a corrupção dos dirigentes sindicais. Visita também um de seus sobrinhos, descendente de refugiados político-religiosos, em Oklahoma. O que interessa e empolga Max Weber é a importância, nos Estados Unidos, da influência germânica mediatizada pela cultura religiosa, ainda mais viva e menos secularizada que no protestantismo alemão (Weber 1906c). A admiração, e até o fascínio, que exerce sobre Weber a força transformadora do pensamento protestante, de um lado, e a angústia da organização racional de mundo que ela gera, de outro, dão origem à tensão que perpassa

...

Baixar como (para membros premium)  txt (29.4 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com