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Especialização em exportação de recursos naturais

Por:   •  17/4/2016  •  Resenha  •  952 Palavras (4 Páginas)  •  219 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO SOCIOECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

RENAN CESAR SINGER

RESENHA 4:

Países que se especializam em recursos naturais se deparam com duas trajetórias possíveis: a) exportação dos recursos naturais e baixa diversificação produtiva e exportadora; b) exportação de recursos naturais e mudança estrutural com diversificação exportadora e industrialização nacional. Discuta as possibilidades e os mecanismos associados ao processo de “desenvolvimento econômico liderado por recursos naturais”.        

A ligação existente entre recursos naturais e desenvolvimento econômico não é uma agenda recente nos estudos da economia como parece. Mas, o impulso principal tomado veio a partir de 1950, quando Prebisch trouxe sua tese a respeito da deterioração dos termos de troca entre os países de centro e periferia na medida em que a disseminação tecnológica e a distribuição de seus frutos se davam se forma desigual, ou seja, os bens primários eram considerados inferiores aos manufaturados, e portanto, incapazes de melhorar a condição dos periféricos ricos nesses recursos naturais. A despeito de toda a gama de potencialidades que acompanha a identificação e o aproveitamento econômico de um recurso natural, diversos trabalhos tem afirmado que uma grande capacidade de recursos naturais pode impedir mais do que impulsionar um desenvolvimento econômico. E é sobre essa literatura pautada na existência de uma “maldição dos recursos naturais” que a resenha exposta aqui tratará como caminho adequado nessa discussão de liderança dos recursos naturais para o desenvolvimento.

        Aceitando a teoria estrutural de centro/periferia passa-se a analisar a nova preocupação com a análise econômica  do caso que é o tema da “doença holandesa” – termo criado em 1997 pela importante revista The Economist, que tinha por objetivo analisar os problemas enfrentados pela Holanda no momento após a descoberta de uma significativa reserva de gás natural nos anos 1960, que levaram a um aumento de exportações dessa commodity e como consequência uma supervalorização cambial seguido de um declínio do setor manufatureiro causando desemprego e taxas pequenas de crescimento-. Em termos bem gerais, a síndrome da “doença holandesa” está intrinsecamente relacionada aos impactos adversos provenientes das rendas econômicas geradas pela abundância de recursos naturais. A partir disto fica difícil a exportação de outras mercadorias que não estejam ligadas aos recursos naturais, assim como, passa a existir uma competição desigual com as importações de outras commodities, já que a entrada de moeda internacional facilita a aquisição de produtos produzidos no exterior, levando ao detrimento desses setores na economia interna, contribuindo para que os recursos financeiros e humanos desse país sejam direcionados para a concentração da produção e da exportação dos recursos naturais abundantes, desestimulando a diversificação da produção do país.

        Partindo do pressuposto da volatilidade dos preços das commodities, como outro fator importante da análise econômica, Rodrik (2011, p. 156) expõe:

Você se torna o que produz. Este é o destino inevitável das nações. Especialize-se em commodities e matérias-primas e você ficará imobilizado na periferia da economia mundial. Você permanecerá refém das flutuações dos preços mundiais e sofrerá sob a regra de um pequeno grupo das elites nacionais. Se você puder direcionar a sua trajetória para as manufaturas e outros produtos comercializáveis modernos, você pode pavimentar o seu caminho para a convergência com os países ricos do mundo. Você terá maior habilidade para suportar as oscilações nos mercados mundiais e adquirirá instituições amplamente representativas que uma crescente classe média demanda ao invés daquelas repressivas que as elites necessitam para se esconder atrás.

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