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INOVAÇÃO DA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA JAPONESA E A EXPANSÃO PARA MERCADOS EMERGENTES – BRASIL

Por:   •  1/5/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.789 Palavras (8 Páginas)  •  260 Visualizações

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INOVAÇÃO DA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA JAPONESA E A EXPANSÃO PARA MERCADOS EMERGENTES – BRASIL

RESUMO

No cenário mundial econômico, mercados emergentes como Brasil, China e Índia vêm sendo a escolha das principais multinacionais para investimento em expansão de seus mercados. São diversos os desafios, especialmente no que se refere à indústria alimentícia. As multinacionais japonesas dessa área apresentam receitas anuais menores que as multinacionais estrangeiras, o que indica que a estratégia utilizada até então, a qualidade, que se mostra em suas inovações tecnológicas e de negócios, pode encontrar-se ameaçada ou insuficiente. O Brasil se mostra um mercado que, com os efeitos da globalização, elevou sua demanda de 8 a 18%, desde 1995. Cerca de 700 empresas japonesas atuam no Brasil, sendo que apenas 13 são da área alimentícia. Nomes importantes como Yakult Honsha, Azuma Kirin, Nissin Foods, Ajinomoto e Mitsui Co. compõem esse grupo. Uma maior interação entre Brasil e Japão é esperada por ambos os governos. Por isso, estudos de estratégias, voltados para áreas como marketing,  comunicação através da tecnologia, organização, influência de gestão e cultura empresarial, uso de alianças estratégicas, estudos de investimentos e análise de dados econômicos, prospectaria a expansão ao mercado emergente brasileiro em um ramo bastante desafiador: o alimentício.

Palavras –chave: inovação, alimentos, negócios, estratégia, Brasil, Japão.

INTRODUÇÃO

As empresas japonesas no cenário mundial econômico se destacam pela inovação com qualidade. Mesmo sendo conhecidas pelo desenvolvimento tecnológico, a exemplo do setor automotivo, a indústria alimentícia japonesa possui poucas empresas de grande renome no mercado mundial (Tanikawa, 2018).

A multinacional Ajinomoto, por exemplo, apresenta um ritmo de crescimento de até 80% nas vendas em países da Ásia, América Latina e África na última década, enquanto a Yakult Honsha, possui receita anual de 75,3 bilhões ienes proveniente do comércio de bebidas fermentadas no exterior. Entretanto, as empresas ocidentais ainda se sobrepõem no mercado alimentício em se tratando de marketing e vendas, o que torna as receitas dessas multinacionais maiores que as das nipônicas. Um exemplo é a Kraft, multinacional que gera receita anual de 50 bilhões de dólares, maior que, por exemplo, a Lotte japonesa, com 5 bilhões de dólares apenas em 2008 (Tanikawa, 2010).

Um dos motivos pelos quais especialistas acreditam que as receitas geradas por indústrias multinacionais ocidentais são maiores, como afirma Yoshizumi Nakano, um consultor da empresa Funai Consulting em Tóquio, é o fato de que grandes empresas multinacionais, como a Coca-cola, P&G (Procter & Gamble) recrutam profissionais capacitados e de talento provenientes dos próprios  mercados regionais para entender melhor suas necessidades, criando assim estratégias para produzir e apresentar os produtos, de modo que a população desses mercados possa consumi-los, tornando essas empresas competitivas (Tanikawa, 2010).

O Japão é conhecido pela tecnologia e inovação, associada intrinsicamente pela qualidade de seus produtos, o que é usado como estratégia competitiva. Um exemplo são as embalagens de contato com alimentos, como os primeiros absorvedores de ferro que capturam oxigênio (Ageless®) apresentados pela Mitsubishi Gas Chemical Company (Wyrwa; Barska, 2017). Outra tecnologia conhecida, da empresa Lotte, utiliza um equipamento especial para preencher o interior de seus Koala March Cookies com ar, sem quebrá-los, para posteriormente injetar recheios variados (Tanikawa, 2010). Apesar da qualidade ser uma das áreas de resultado de uma organização a qual os objetivos da empresa devem ser traçados (Mackinnon, 2014), outras importantes áreas merecem destaque, como por exemplo, participação no mercado, visto que a proliferação desses produtos no exterior enfrentam uma demanda fragmentada, ou seja, consumidores que demandam diferentes produtos que atendam suas necessidades, em pequenos prazos (McKinsey Global Institute, 2012).

Considerando o efeito de globalização que vem ocorrendo no cenário mundial nas últimas décadas, assim como o crescimento acelerado  do PIB de países antes considerados subdesenvolvidos, como China, Índia e Brasil, a expansão de empresas japonesas para mercados emergentes é inevitável para um crescimento futuro das mesmas (Motohashi, 2015). De acordo com a pesquisa conduzida pela McKinsey Global Institute (2012), até 2025 a demanda mundial mudará em ritmo acelerado para os mercados emergentes. Até 2026, de acordo com a Delloite (2017), haverá um aumento de 9,1 trilhões de dólares nos gastos das classes médias de oito países emergentes, como Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e África do Sul.

O Brasil, apesar de ter passado por crises políticas e econômicas nos últimos 3 anos, de acordo com Rogério Poppe, gerente de fundos da ARX, algo extraordinário do Brasil, maior país da América Latina, encontra-se em sua resiliência frente às tais crises. Rogério ressalta que apesar da crise, a economia continuou a avançar enquanto os capitais se mantiveram estáveis. Cerca de 1,1 bilhões de dólares em ações foram registrados mesmo após a crise política de 2016 no Brasil (BNY Mellon, 2017).

Neste contexto, o Brasil se apresenta como forte candidato para investimento em expansão. Kunio Umeda, ex-embaixador do Japão,  afirma que cerca de 700 empresas japonesas possuem negócios no Brasil, um número relativamente pequeno (Agostini, 2015). Deste modo, é necessário estudar as relações Brasil e Japão e principalmente um melhoramento da estratégias globais  das empresas japonesas para quebrar barreiras e aproveitar oportunidades em países emergentes (Motohashi, 2015), especialmente para o caso do Brasil, na desafiadora área alimentícia.

JUSTIFICATIVA

Das empresas japonesas associadas à Câmara do Comércio e Indústria Japonesa do Brasil (2011), cerca de 13 são do gênero alimentício originalmente japonesas, não envolvendo empresas nikkeis (descendentes de japoneses) ou brasileiras. Apesar da intensa negociação entre Japão e Brasil, como o acordo selado em 2014 através do CNI (Confederação Nacional da Indústria) de redução de tarifas e criação de regras únicas para facilitar vendas e investimentos (Agostini, 2015), ainda há espaço para crescimento da relação entre esses dois países.

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